sábado, 21 de março de 2009

Quem não come sou eu

Dias conturbados vive Nascimento Rodrigues. Entre nós, eu também não gostaria de estar mais 8 meses que o previsto e devido no desempenho de uma função. Vocês o desejariam?

Órgão independente, é nomeado pelo Assembleia da República. O que se passa é que o titular que "desempenha uma função privilegiada com o parlamento", que a executa por meios mais informais (ou menos formais?), quem assume um papel de supra importância na defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos, quem muito pode contribuir para a aproximação da administração á população, quem muito suscita questões de inconstitucionalidade, tem sido objecto de desrespeito profundo e grosseiro pelas próprias instituições democráticas. Vejamos o que se passa.

Não é virgem a discórdia no concernente à existência, em primeiro lugar, do Provedor, nem tampouco aquilo que seja o seu papel. Se tal influi neste impasse que a actualidade nos apresenta, nenhuma certeza se afigura com total % de verosimilhança, mas que contribuiu para sub valorização que os partidos têm, não me restam dúvidas. Foi esta uma das questões tratadas recentemente, nas aulas de fundamentais, lembram-se?

A apropriação das palavras "eles comem tudo" também tem que se lhe diga. A edição do Púbico de hoje traz um quadro dos membros "eleitos para cargos externos". Nascimento Rodrigues aparece a laranjinha, talvez a mesma cor do seu "o ps come tudo".

O que é mister discutir é o entendimento existente e que permanecerá, como é claro, que a sociedade da meritocracia exige de cada um de nós sacrifícios, lutas, conquistas, quando, das mesmas bocas que a apregoam saem as suas distorções mais bárbaras. Não aceito ouvir um Sócrates ou uma M. F. Leite dizerem que tenho de estudar e batalhar para ser alguém um dia e no outro se arrogarem no direito de poder escolher amiguinhos para altos cargos públicos. O entendimento que o Provedor de Justiça alternará entre PS e PSD (o mesmo para situações similares) é prova de um sistema corrupto de fraca qualidade, corrupto, atrofiado é à deriva, no qual o amigalhaço triunfa. O mérito qualidade do fraco, esquecido e, quando crítico, oprimido ou, não rara qualificação, do sonhador.

Com vorazes apetites como estes, foge foge bandido.

A última palavra merece-a o prof Jorge Miranda que, sem culpa, se viu envolvido em querelas partidárias de gentalha sem valor ( a carneirada de que o Pedro tanto gosta).

A fraca atenção no tratamento das matérias são reveladoras de uma autor estafado após 5 horas de estudo de história do direito e desgostoso por a sua equipa sofrer neste preciso momento um golo. O mesmo reconhece que a matéria exige sanidade mental, pelo que a voltará a abordar adequadamente.

Abraço.
eXTReMe Tracker