terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Juristas pós-Bolonha: Principezinhos ( e não Raposas)

Existem boas maneiras de conjugar Direito e Literatura. É um facto indubitável, já que a Literatura é Universal, há-de contender com a ars boni nalgum vértice referencial.

Após algumas leituras na matéria, ficou-me, no entanto, uma apoquentação hilariante: serão os juristas hábeis Raposas? Ou serão Principezinhos? Eu optava mais pela segunda opção, discordando, permitam-me, da auctoritas dos Magnos Mestres.

Neste sentido:

1- As Raposas são demasiadamente espertas e lutam pelo seu território. /

O principezinho andava com uma coroa aos pulos pelos territórios dos outros;

2- As Raposas são de difícil trato, e resmungam /

O principezinho era ingénuo, e corava facilmente. Raramente soltava um som.

3- As Raposas não perdem tempo a cativar /

O Principezinho adora ser cativado, sem nada fazer para ser, primo, reconhecido por algo;

4- As Raposas são animais que se fecham em grupos restritos, constituídos po vínculos quase monopolistas /

O Principezinho adora deambular pelos grupinhos das fofocas jurídicas ( tipo Cláudio Ramos Justiceiro )

5- As Raposas aprendem com o tempo, e quanto mais velhas, mais espertas.

O Principezinho fica muito confuso com a andar dos ponteiros, e quanto mais aprende, menos pensam que sabe;

6- As Raposas tinham mais tempo para serem adultas ( 5 anos) e tinham despesas consideráveis com a sua alimentação ( Pão e Vinho)

O Principezinho é semi-adulto após 4 anos, semi-macho após 6 ( 4+2) e realmente viril após Doutoramento, quando deixa de comer pizzas do Mini-Preço.

7- Até lá vira-se o Principezinho para a Raposa:

Principezinho:
-" Oublá, o que é realmente cativar ( o mercado)?

Raposa:

-" Paga as tuas propinas, que quando acabares, dir-te-ei"


BOLONHA é apenas um pretexto para criar Principezinhos, já que muitas Raposas juntinhas dão sempre barraca. Hilariante não?

Quod Scripsi, Scripsi


1 comentário:

Miguel Oliveira Lopes disse...

Oh caro Mário, mais uma brilhante reflexão. Como sempre fizeste-me pensar. O que será que realmente mudou entre pré e pós bolonha. Pré bolonha era a época das licenciaturas e dos bachereis, onde a grande maioria das pessoas não pensava tirar mestrado depois de acabar a licenciatura e que só os docentes e académicos tiravam doutoramentos, claro, na generalidade dos casos.
Os anos dos cursos variaram com bolonha.Uns passaram de 5 para 4, outros de 5 para 3 e ainda houveram os que mantiveram na génese os 6 anos. Com bolonha acabaram os bachereis e prostituiram-se os mestrados. Os mestrados, que há uns anos ninguém pensava neles, agora são o dia a dia dos universitários pós bolonha. Agora com os mestrados integrados, os licenciados nesses cursos são vistos como técnicos e não podem exercer, têm de sair da faculdade como mestres. Mas mestres do quê? O que foi aprofundado e acabado, senão a licenciatura?
Ainda sou do tempo em que se tirava uma licenciatura, se trabalhava e depois se tirava mestrado para se subir na carreira. Agora somos obrigados a tirar mestrado para ter carreira.
Olha caro Mário, prefiro ser raposa e tenho pena que ainda existam principezinhos que tudo julgam ser e nada são.

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