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terça-feira, 23 de junho de 2009

o país rico (riquíssimo)

Nuno Brito Faro, no Plataforma Pensar Claro

Há dias, falando com um amigo nova-iorquino que conhece bem Portugal, dizia-lhe que nós, portugueses, somos pobres!
Respondeu-me ele: Como podes tu dizer que são pobres, quando vocês são capazes de pagar por um litro de gasolina mais do triplo do que eu pago?
Quando vos dais ao luxo de pagar tarifas de electricidade e de telemóvel 80 % mais caras do que nos custam a nós nos EUA?
Como podes tu dizer que são pobres quando pagam comissões por serviços bancários e crédito ao triplo que nos custam nos EUA, ou quando podem pagar por um carro (que a mim me custa 12.000dólares) o equivalente a 20.000? Podem com isto dar 8.000 dólares de presente ao vosso governo... nós não podemos! Nós é que somos pobres!
Em Nova Iorque, por exemplo, o Governo Estatal, tendo em conta a precária situação financeira dos seus habitantes, cobra somente 2 % de IVA, mais 4% de imposto Federal, ou seja 6%, nada comparado com os 20% dos ricos que vivem em Portugal. E não contentes com estes 20%, vocês pagam ainda impostos municipais. Além disso, são vocês que têm impostos de luxo, como os impostos da gasolina e gás, álcool, cigarros, cerveja, vinhos etc, o que faz com que esses produtos atinjam em certos casos até 300 % do valor original! Mas têm também impostos sobre os rendimentos, impostos nos salários, impostos sobre automóveis novos, impostos sobre bens pessoais, impostos sobre bens das empresas e até imposto de circulação automóvel...!!!
Um Banco privado vai à falência e vocês, que não têm nada com isso,pagam!
Um outro, que é uma espécie de casino, (o vosso Banco Privado) quebra, e vocês protegem-no com o dinheiro que enviam para o Estado.
São pobres onde?
Um país que é capaz de cobrar adiantadamente o imposto sobre facturas a receber e sobre bens pessoais mediante retenções, necessariamente tem de nadar na abundância, porque considera que os negócios da nação e de todos os seus habitantes sempre terão ganhos apesar dos assaltos, do saque fiscal, da corrupção dos seus governantes e autarcas. Um país capaz de pagar salários irreais aos funcionários do Estado e de Empresas ligadas ao Estado!
Deixa-te de tretas, são pobres onde?
Os pobres somos nós, os que vivemos nos EUA e que não pagamos impostos sobre os rendimentos se ganharmos menos de 3000 dólares ao mês por pessoa (mais ou menos os vossos 2000!).Vocês até podem pagar impostos sobre o lixo e sobre o consumo da água,do gás e da electricidade. Pagam também a segurança privada nos Bancos e em urbanizações municipais... Mas nós, como somos pobres, conformamo-nos com a segurança pública. Vocês enviam os filhos para colégios privados, enquanto nos EUA as escolas públicas emprestam livros aos nossos filhos, prevendo que não os possamos comprar.
Vocês não são pobres. Vocês gastam é muito mal o vosso dinheiro!!!

domingo, 24 de maio de 2009

da democracia em Portugal


Muitos pontos na teoria de Pedro Arroja da cultura da condição democrática dos povos, ou pelo menos é assim que eu ponho em termos materiais e resumidos a teoria das suas palestras e escritos recentes, estão preenchidos de um interesse e uma exactidão quase científicos.

A premissa maior passa pela incapacidade dos católicos exportarem, na totalidade pelo menos, as instituições republicanas e democráticas dos países de cultura protestante.

Troque-se a palavra católico por latino e protestante por anglo-saxónico/germânico, e continuaremos com um sentido muito próximo da realidade.

A democracia liberal, a de raiz protestante, resulta de uma fissura nas bases. É a divisão a nível local que propicia o ambiente político da Grande Política. Ou seja, é a grande diversidade de culturas e a rivalidade de interesses entra as diferentes populações, essa enorme heterogeneidade protestante, que cria a tendência liberal dos órgãos de soberania, que aparecem como contra-ponto na balança. A solução democrática surge, nos países nórdicos, como condição necessária à liberdade, como apaziguadora da rivalidade de interesses, como prévio fim de conflito.

A democracia liberal, como tem sido implementada em alguns países católicos, como Portugal, é o enxerto desproporcional na sociedade, enxerto esse comprado no mercado protestante.

O ambiente homogéneo da sociedade latina, a integração cultural activa e a maior comunidade de valores e tradições, assim como de costumes, leva a que os problemas sejam, desde muito cedo, tratados a nível local, com desembaraço e sem necessidade de poderes centrais ou garantes por parte destes poderes. No entanto, a Grande Política é muitas vezes relegada para as elites ou para um grupo social dominante. A maneira inteligente da democracia lidar com o desinteresse das populações latinas pela Grande Política seria criar um sistema onde esta não interferisse tanto com a vida comunal das freguesias e dos povos. Os modelos exportados não são os melhores para estes efeitos, criando situações em que a discussão à volta de um assunto se prolonga de tal maneira, que o assunto morre ou queda inutilizado.


O socialismo em Portugal tem vindo a tratar de forma semelhante a questão da descentralização do governo do país. O socialismo, no entanto, é também um fruto da tradição protestante.

Nascido de um sentido de classe predominantemente desfavorecida dos países industrializados do Norte da Europa, sendo que esse grupo, não raras vezes, era predominantemente católico, ao longo da sua evolução o socialismo exagera e recrudesce a sua orientação igualitária e uniformizadora.

Surge como uma hiperbolização das encíclicas papais do séc. XIX que demonizavam o lucro. A igualdade católica é agora transformada na igualdade social, numa igualdade forçada e violenta.

Esse militarismo igualitarista e homogeneizador falha redondamente nos países civilizados, mas quando ganha raízes nos países católicos, mesmo aos mais abertos ao espírito de iniciativa, ganha adeptos entre a população por causa das óbvias semelhanças ao credo católico.

No entanto a sociedade católico implementa a sua influência homogeneizante de forma cultural e tolerante, calma e macilenta, procurando a observância das leis e da paz social. O socialismo vem militarizar a política e o ambiente social.

Enquanto que no Catolicismo os homens devem amar o próximo como a si próprios, tendo como modelo Jesus Cristo, o único que, acima dos seus próprios interesses observou e garantiu os da Humanidade, no Socialismo/Comunismo todos os homens devem amar mais ao próximo que a si mesmo, devem sacrificar-se continuamente pelo Estado e pelo Bem Comum. O Catolicismo prega ideias como a Verdade e a Justiça, cultivando o respeito pelo Próximo. O Socialismo exige, acima de tudo, o Sacrifício por uma Causa maior que o Homem. É essa Causa Maior que o Homem/Indivíduo que marca o seu carácter e o torna numa degeneração perigosa do Cristianismo.


A democracia liberal tem futuro nos países católicos, ou de cultura marcadamente católica. Tem é de ser racionalmente implementada, e fundada nos ideiais de Justiça e Cidadania, pedras angulares e comuns do Liberalismo e do Cristianismo. Justiça para com cada Homem, dando a cada um o que lhe compete e o que ele merece, os frutos do seu trabalho e do seu mérito.

Cidadania, porque o funcionamento da sociedade só se dá quando os Indivíduos sentem a necessidade de respeitar a propriedade dos outros e os costumes do Próximo quando sabe que são os direito dos seus semelhantes que lhe garantem os seus direitos.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Plataforma Pensar Claro


O João de Brito e Faro, juntamente com outros quatro organizadores, está a preparar uma conferência na FEP com o nome "Plataforma Pensar Claro".
A Conferência vai contar, como orador, com o Professor João César das Neves. Estará desde as 18h no auditório 260 da dita Faculdade, dia 13 de Fevereiro.Pelo que se pode ver pelo blogo da Plataforma, assuntos como Sociedade, Política e Economia vão estar na mesa de debate.Ficam desde já todos convidados, e espera-se mais uma vez a presença interessada de estudantes, não só da FDUP, mas também de outras casas académicas.
Dos Odisseus pelo menos eu estarei presente, a fazer a cobertura desta 1º conferência da Pensar Claro, um projecto que, espera-se, floresça. Mais tarde o resumo será publicado aqui, se assim se der a oportunidade.
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