terça-feira, 18 de novembro de 2008

e se o problema for o Ministério?

O que o Ministério da Educação devia fazer:
  1. Financiar as escolas e centralizar o sistema.
  2. Providenciar informação e formação aos professores.
  3. Avaliar alunos e propor-lhes exames de admissão ao ensino secundário e superior.
  4. Avaliar escolas e professores.
  5. Examinar rigorosamente e encomendar análises sobre as propostas de escolas e sindicatos sobre reformas da educação.
  6. Criar uma infraestrutura legislativa para regular o sistema educacional.

O que o Ministério da Educação faz:
  1. Inunda o sistema com uma burocracia idiota e inútil, impede que o Estado possa financiar directamente as escolas, e fá-lo através de um sistema corrupto e demorado, que não fará ninguém sentir a sua falta (àparte os burocratas), que consiste em transitar dinheiro de A para B, recorrendo a um C ineficiente.
  2. Regula a educação e as prerrogativas dos professores, sem ter em conta as necessidades e vontades de pais e comunidades, planeando, ditatorialmente, a seu bel-prazer o que a educação portuguesa deve ser nos períodos de vigência da administração do ministério.
  3. Obriga cada estudante a optar por uma carreira que não lhe interessa, atirando-os para o ensino superior ou para o emprego precário. Formação em escolas técnicas é algo ainda considerado inapropriado e sinal de fracasso pela sociedade, induzida pela acção do Ministério.
  4. Impõe aos professores modelos particularmente odiados pela classe profissional, e estabelece rankings que favorecem os que apoiam os governos em funções e os partidos do Poder, limitando a ascensão pelo mérito.
  5. Bloqueia todo o tipo de contactos das escolas com os particulares, sejam as empresas ou os pais. O nível de centralização é tal que só a ideia de uma escola possa se especializar em certas disciplinas de acordo com acordos com empresas locais ou que os pais e professores possam discordar com certas reformas do ensino público são tomadas como subversivas e prontamente apelidadas de "neo-liberais", accionando-se para isso os mecanismos de defesa do Ministério, as juventudes comunistas e os processos disciplinares.
  6. Cria uma salgalhada de artigos que os professores não compreendem, e que são usados pelos gurus dos departamentos e conselhos directivos para tutelar paternalmente a actividade dos restantes professores.
Q.E.D., talvez seja melhor abolir o Ministério da Educação, e passar a atribuir a educação aos educadores, de uma vez por todas. Ou então abalar valentemente as competências do Ministério, já que este é o país do respeitinho pelo establishment e pela Santa Burocracia.

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