sábado, 12 de fevereiro de 2011

Repensar a FDUP- Acto Primeiro

Afastado e desgastado de algumas apoquentações isoladas quanto ao (dis)funcionamento da nossa domus sapientiae, vieram-me às vãs memórias algumas dissonâncias longínquas, após uma conversa com dois alunos, do primeiro e segundo anos, da licenciatura de Direito.

Em tempos, houve uma tentativa inglória e fracassada de refundamentar alguns vértices sobre os quais se nidifica a nossa vida académica, rectius, alguns aspectos que necessitam de ser rapidamente repensados pela Maioria dos estudantes que compõem a FDUP. A Faculdade de Direito da Universidade do Porto, não obstante algum progresso na matéria, está longe de ser considerada uma máquina perfeitamente oleada.

Quanto à fenomenologia da Avaliação de Conhecimentos:

Após estas apoquentações dionísicas, saltou-me à vista uma RGA onde foi deliberado um avanço quanto à vexata quaestio das Melhorias Por Escrito ( MPE). Houve efectivamente um sinal claro da insatisfação dos alunos quanto a esta matéria, que constará inclusive em acta.

A esmagadora maioria dos alunos achará insólito que a nossa FDUP seja a única faculdade do País com este sistema deturpante de Melhorias por Oral.

O critério da escolha entre um e outro modelo parece-me a via mais democrática, em paridade com o modelo vigente na "licenciatura-irmã" de Criminologia. Eis o primeiro tópico que precisa urgentemente de ser rebatido e questionado por todos!

Destarte, e quanto a esta matéria, cabe-me ainda perguntar o que é feito do inquérito feito aos alunos nesse ano, e qual a reacção do Pedagógico quanto a esta matéria. Quais os seus argumentos, etc etc.

Por Um Novo Regime de Avaliação: Crise ou Paradigma?

Esta exposição é meramente pessoal, e fruto de uma reflexão intensa, com experiência de modelos integrados no estrangeiro, nomeadamente ao nível das Universidades.

A nossa FDUP dispõe de meios suficientes para ser paladina da transparência e da Imparcialidade ( dois princípios-quadro da Democracia, segundo os seus Mestres).

Para além disso existe o eterno lusitano medo das represálias. Claro, pois, o eterno medo das notinhas, como se não pudéssemos rebater nada, porque eles têm a faca e o queijo na mão.

Para ultrapassar esse impasse, solucionaria o seguinte:

Um modelo de avaliação anónimo.

Porquê e em que termos?

Ponto 1 - É um modelo mais eficaz para promover a aequitas, a imparcialidade e a transparência, bem como a confiança na instituição.

Ponto 2- É um modelo que, contrariamente ao que a maioria das pessoas julga, não acarreta muitos encargos económicos! E para isso temos os nossos engenheiros, que irão finalmente ter um desafio interessante, além de passarem o tempo todo a protribuirem passwords de um servidor bacoco.

Ponto 3- O Sistema Cria uma grelha numérica aleatória para cada exame. E O Professor Corrige o exame de um número. O Professor dá a nota a um número.

Ponto4- O Serviço de Engenharia competente, vincula o enunciado à grelha adequada, et voilà!

Ponto 5- As pautas serão afixadas com a grelha do exame e a nota, possibilitando a cada um ver a sua nota, e desconhecer a dos outros, que é uma matéria por vezes acessória.

Ponto 6- Em suma: Os professores terão o mesmo trabalho, Os engenheiros terão enfim trabalho, e os alunos eliminarão esta onda de incredulidade quanto ao funcionamento do Regime actual de Avaliação.

Em jeito de súmula referencial, este método é utilizado em muitas universidades, e entre nós, nos exames Nacionais, não havendo conhecimento de qualquer malefício ou disfuncionalidade malévola.

Outra questão: O Café Odisseia não critica por criticar, nem se autoproclama sábio nem omnisciente, muito longe disso! Apenas dá ideias, sugestões, e as pessoas que o compõem ouvem os alunos e sabem o que eles realmente desejam. E todos desejamos uma faculdade mais transparente, mais eficiente!

Será um vexata quaestio imprescindível para reconfigurar alguns hábitos, a nosso ver, obsoletos e demasiadamente descaracterizados.

2 comentários:

Inês disse...

Na próxima RGA podes informar os nossos colegas que na Faculdade de Direito de Lisboa não só não há possibilidade de melhoria por escrito como, pasme-se!, quem não fizer a cadeira por avaliação contínua ou tiver negativa nessa avaliação é obrigado a ir oral mesmo que tenha tirado 20 no exame escrito. O mesmo se passa se tirar 20 na avaliação contínua e negativa no exame escrito: oral obrigatória. Isto permite que não seja possível alguém passar o semestre todo sem fazer nada e depois estudar apenas 4 ou 5 dias para um exame e ficar com a cadeira feita com 9,5. E ainda acham que na FDUP nos matam de trabalho...

Manos disse...

Não ouças manito. Dor de couto

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