domingo, 24 de janeiro de 2010

do que é que tu te estás a queixar?

Os líderes da extrema-esquerda em Portugal - Jerónimo e Louçã - acusam o Partidos Socialista de se aliar à direita para aprovar o orçamento de Estado.
Fazem-se ouvir os órgãos da Revolução, dizendo que não é à base de medidas neoliberais que se vai retirar o país da crise.

As medidas dos partidos da direita - especificamente o CDS - não são medidas neoliberais, nem sequer são medidas que restringem o despesismo estatal a que estamos habituados.

Investimentos na Agricultura, na Segurança, na comparticipação do Estado na compra de medicamentos, etc. etc. fazem parte da cultura democrata-cristã do CDS - medidas essas intervencionistas e habituais no contexto dos países europeus.

Só neste país de atrasados mentais se compara a social-democracia e a democracia-cristã aos neoliberalismo - o que quer que isso seja.

Sendo que nem o CDS nem o PSD se mostram disponíveis para diminuir as despesas do Estado nem os seus múltiplos encargos, muito resumidamente - de que é que vocês se queixam?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Homenagem a João Camossa, antigo presidente do CNC

Vamos conhecer esta personalidade que integrou, em 1945, o grupo de monárquicos fundadores do CNC juntamente com Gastão da Cunha Ferreira, António Seabra, Nuno Vaz Pinto, Jorge de Almeida Couto, José Caldeira Cordovil e António Lino e que chegou a ser presidente do Centro, em 1949.

Terça-feira, dia 26 de Janeiro, às 18h30
Ciber-Chiado (entrada pelo Largo do Picadeir, nº 10 ou pelo Café No Chiado)


"Foi em tudo a antítese da vulgaridade. Inteligente e profundo, muito original-o que não quer dizer que fosse irrealista nem muito menos ingénuo- no modo como via o presente e como preconizava o futuro. Desconcertante, ousado e por vezes genial nas intervenções públicas, escapando a toda e qualquer disciplina, muito anárquico na doutrina, e no modo de vida. Sem embargo, era naturalmente sociável e um bom companheiro. Político à maneira antiga, da política como jogo- entretenimento supremo da existência e como luta pura por ideais, avesso ao poder, que entendia que corrompia. Foi um devotado adepto da Monarquia, cujo ideal serviu fielmente por toda a vida. Associava, no seu ideário, restos de integralismo lusitano ao seu característico anarquismo comunalista e à sua sólida opção democrática, pugnando indefectivelmente pela liberdade e pelos direitos da pessoa humana. Com a ironia permanente à flor da pele, frequentemente sarcástico, céptico em muita coisa, mas amando sempre a sua portugalidade."

D. Duarte de Bragança (2007)

domingo, 17 de janeiro de 2010

O duplo significado da Lei

A nova lei do Casamento recentemente aprovada na Assembleia da República não prevê a adopção por casais homossexuais casados.

Isso quer dizer que:

1- Até agora, os termos da adopção e os critérios eram delineados pelas instituições responsáveis. Assim, pela intervenção desnecessária e excessiva do Estado, os orfanatos e instituições de acolhimento terão de "descartar" obrigatoriamente todos os casais homossexuais que se uniram pelo Casamento Civil.

2- A Lei prevê um duplo critério. É sua intenção escudar as crianças órfãs das influências do casal homossexual.
2.1- Esquece os filhos de um dos elementos do casal. Se um homossexual tem um filho de um casamento civil com uma mulher, e sendo viúvo, volta a casar-se com um homem, porque razão não deverá este ser tido em conta pela lei, já que esta se presta tão rapidamente a "proteger" os órfãos da exclusão social? Ou será que o que o legislador pretende é proteger os órfãos e não os filhos biológicos?

2.2 - Será mais apropriado aos casais homossexuais unidos em união de facto constituir família do que os casais homossexuais casados.

PS: um escroque qualquer fez questão de comentar o Café Odisseia com um insulto generalizado a todos os seus autores.
Pelas minhas opiniões respondo eu. Como tal, tive a liberdade de apagar o comentário escrito por esse produto de uma interrupção de gravidez sem sucesso.
Com votos para que possa continuar a ler o Café Odisseia e especialmente este texto, espero que possa continuar com a sua vidinha medíocre como bem lhe apetecer.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

voltar a casa


Sam Levy, judeu, experimentou durante a sua infância de uma dor semelhante à que estava amarrada ao destino do seu povo.

Vivia em Esmirna em 1922 quando um grande incêndio destruiu grande parte do espólio familiar. Entre as irreparáveis perdas estava uma chave da casa que os Levy habitavam, quando viviam na Europa. Ganharam tanto amor por essa pátria perdida, que Javé deu-lhes uma Diáspora nova, uma esperança sobre a esperança antiga, de um dia regressarem ao Velho País.

E assim durante longos anos, passados séculos sobre séculos, guardou-lhes Deus uma memória no coração que despontava no coração de cada Levy.

A sua velha avó, matriarca da família, relíquia do amor materno, era a sacerdotisa dessa Velha Saudade.

Sempre que se dirigia com afeição ao neto, nos rasgos de amor próprios das avós, chamava-o aos seus braços e: "Vem cá, meu Portugal".

em 1940, 447 anos depois de se ter vindo embora, Sam Levy regressou . E com ele todos os seus antepassados que, não podendo ver, nunca esquecerem o sítio que outrora chamaram lar.

(inspirado num post do Cachimbo de Magritte)

domingo, 10 de janeiro de 2010

há 3 tipos de pessoas

as que dizem Areetha Franklin.

as que dizem Hareeda Franklin.

as que dizem Áreta Franklin. estas últimas enervam-me.

Casamento, Igreja e Estado

Rui Botelho Rodrigues - uma opinião a ter em conta

O reconhecimento de um compromisso de intimidade perante uma instituição, o matrimónio, não nasceu ontem. Se a ideia surgiu das entranhas da Igreja, nada impede que não se possa «libertá-la» e partir do mesmo princípio com regras diferentes (elas, aliás, existem noutras religiões). Os puristas tradicionais não podem, nem devem, impedir a fundação de uma tradição à parte – isso tornaria o seu tradicionalismo numa pura farsa ou numa total incoerência. O que os tradicionalistas puros deveriam estar a fazer, em vez da vã cruzada contra a mudança dos costumes, era a protestar o envolvimento do Estado em assuntos que não lhe competem, como as relações amorosas e o núcleo familiar. Por outras palavras, deveriam estar a defender os direitos dos portugueses, inclusive aqueles portugueses que são homossexuais.

Infelizmente, a Igreja Católica em Portugal tem uma longa história, com poucas intermitências, de colaboracionismo com o Estado. Recorrer à força bruta do Estado para salvar a pureza das tradições é atractivo, mas em vez de as salvar o Estado dissolve-as lentamente numa massa indefinida e inútil – como fez com a Educação ou com o Casamento. Além de que o tradicionalista que recorre ao Estado, só pode ter pouca fé nas qualidades inerentes da tradição que quer salvar.

O casamento tradicional perdeu a sua natureza e o seu apelo não só pela passagem simples do tempo: o envolvimento do Estado, não só no casamento, mas em inúmeras áreas da vida privada e familiar mina permanentemente o papel e a importância da família, da comunidade, da cultura e da solidariedade; destrói a responsabilidade pessoal e a preocupação com o próximo com os seus programas; destrói as escolas e os bairros; subsidia a irresponsabilidade, a corrupção e a delinquência. O grande inimigo da vida tradicional e regrada é o Estado. É pena que os católicos não o consigam compreender.

E é triste porque a Igreja Católica poderia ser uma força decisiva na defesa de um Portugal livre. Infelizmente, continua a preferir fazer parte do Estado.

Adenda:

«Since the third century Christianity has always served simultaneously those who supported the social order and those who wished to overthrow it. (...) It is the same today: Christianity fights both for and against Socialism.» (p. 408)

Ludwig von Mises, Socialism: an economic and sociological analysis (1922)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

drinking on my own...


resposta ao leitor

Caro Hugo,
Como o Hugo deve saber, só muito recentemente a Humanidade veio a aprender que Ser Livre é ser responsável consigo mesmo e com os outros - mas é, antes de mais nada, Ser Livre. O Direito Penal desses tempos castrava, matava, queimava homens e mulheres por crimes como sodomia, lesbianismo, etc.
Essas acusações conheceram fundamentos racionais. Não culpe a Igreja Católica por existir num mundo de Homens com graves defeitos.
Já Aristóteles considerava a homossexualidade "contra natura", também o considerou Cícero, e muitos outros grandes filósofos e autores (Marx, Lenine, Lutero, Calvino, por exemplo) que mudaram a forma como entendemos o Homem.
Não se esqueça que conhecidos católicos até foram conhecidos por terem relacionamentos homossexuais. Muitos deles ocuparam cargos altos na Idade Média. De Reis a Bispos, passando por Papas.
Se o seu problema é o caso do aborto, veja que Aristóteles também apoiava o aborto, aliás, era apoiante da exposição dos bebés deformados. É difícil ver, por isso, qual das opiniões é a mais reaccionária.
De resto, não faço qualquer juízo de valor em relação à homossexualidade, nem à heterossexualidade.
O que um Homem faz com o que é seu é da sua conta.
Não sei porque diz que a minha opinião é reaccionária. Já lhe disse que não me interessa qual dos dois métodos o senhor prefere - só me interessa que as coisas sejam discutidas com pés e cabeça.
Não me oponho à união entre pessoas do mesmo sexo. Acredito no Mercado Livre, na Liberdade de Contratar e ser Contratado, na ausência de coação. Não gosto de ver pessoas ser obrigadas a (não) fazer coisas.
Entra aqui o caso do casamento. O casamento é uma instituição pré-estadual, espontânea, que foi adoptada mais tarde pelo Estado como forma oficial de União. Está no seu código genético a dualidade homem/mulher.
Houve uma adaptação à realidade social. Desapareceu a submissão ao marido, acabaram-se os bastardos - mas acabar com a dualidade homem/mulher do casamento seria desfigurar o casamento. Há um rol de detalhes jurídicos ligados a direitos de sucessão, partilha, perfilhação, que separam este instituto de outros tipos de uniões.
O casamento é uma tomada de responsabilidade que é dada à escolha do cidadão. Os termos desta decisão estão formalizados há muito tempo, pelos usos e costumes dos Povos.
Como em tudo, mexer num instituto jurídico como este para o tornar numa espécie de União de Facto 2.0 não me parece algo aconselhável a fazer. Há coisas mais inteligentes a fazer, como se fez na Inglaterra e na Holanda.
Como já disse, o Casamento é apenas uma das formas de constituir família e de se unir com uma pessoa. O que se está a discutir é o alargamento do casamento a uma definição que lhe é estranha. Do ponto de vista lógico, há aqui uma perversão. E tudo por causa de uma forma vaga de simbolismo, que não é juridicamente correcta. Os homossexuais não são cidadãos de segunda por não se casarem. Serão a partir do momento em que serão tratados de forma diferente pelo facto de contrairem um casamento próprio - um casamento que ultrapassa a objectividade Homem Mulher, e passa a a subjectividade Parceiros Apaixonados do Mesmo Sexo.
Seguindo para o casamento poligâmico - não compreendo o problema do incesto.
Ao escolher uma pessoa do mesmo sexo para partihar a sua cama ou duas, a hipótese de lhe calhar um primo ou um irmão no processo é o mesmo.
Não interessa ao estado com quem você dorme.
O Estado não tem de reconhecer diferenças. Não há o Hugo-gay e o Manel-Hetero.
Se 3 ou mais pessoas desejam viver entre eles, podem. Têm a mesma legitimidade que o Hugo e o Manel.
Por razões culturais não reconhecemos o casamento entre várias partes. Talvez pelas mesmas que não reconhecemos o casamento dos homossexuais.
Um terrível erro dos nossos antepassados. Mas se corrigormos um erro, temos de corrigir o outro.
Acabo o meu texto dizendo que não sou a favor do referendo porque acredito piamente que não é por uma Maioria concordar numa posição que essa posição é a mais correcta. A maior parte das vezes é o contrário.
Nada na minha opinião envolve qualquer tipo de ódio ou homofobia.
Sou apenas alguém que não consegue ver juízo nisto, além de uma agenda polítca para "ensinar os reaccionários".
O movimento encabeçado pelo BE e pela JS pelo casamento homossexual não é um movimento pela Liberdade.
Não planeia que haja liberdade contratual, antes prevê a progressiva fragmentização, desinstitucionalização do casamento, de forma a desproteger as pessoas, a descredibilizar os contratos pessoais.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Melhor e Pior de 2009

Melhor de 2009: a primeira sessão do Forum Politica e Sociedade.

Pior de 2009: A equipa do C. Odisseia foi a Vila do Conde. E provou sushi.

Ficaram esclarecidas as minhas piores suspeitas.

É peixe cru. Cobrado a preço de ouro. Por pessoa.
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