terça-feira, 30 de outubro de 2007

angústia em espiral (porra, acabaram-se-me os títulos em latim)

a partir de agora, vou expressar livremente o meu lado lírico. aguentem.


Trovejava. Muito. Em Tânger, reza a lenda, todos os emborcadouros ficam cheios de entulho quando chove. E naquele dia, bem que me pareceu que tal acontecia. Provavelmente, mais uma miragem.

O fumo do cigarro brincava suavemente por entre os meus dedos. Tu estavas irritado. Eu via que era por causa do teu poema, aquele que tu não conseguías acabar, por muito que tu me contradissesses, dizendo que era a tua asma que não ia bem com os meus hábitos de fumador. Nunca me enganaste. Nem daquela vez em que, zangado com o mundo, te deitaste no chão daquela rua Montevideu, minutos antes de teres dado uma valente cabeçada a um candeeiro eléctrico que, obviamente, usaste para simbolizar o teu desprezo pelas companhias eléctricas monopolistas e poluidoras. São momentos meus, disse-te. Pelo menos até o fumo do cigarro accionar o sistema anti-incêndios, e ensopar o meu maço todo.

Eu e a morte sentamo-nos lado a lado. Ela perguntou-me se eu tinha lume. Eu disse que tinha fósforos, e ela correu rua abaixo para apanhar o próximo táxi até à Terra da Podridão, que fica algures entre a Areosa e Rio Tinto. Incomodou-me esta visão. Sentia que a minha altura se aproximava. Um dia um velho cambojano disse-me “hoje à noite, há caracóis!” e eu prcebi que o meu destino estava selado.

Tu dizias que não. Era tolice minha. Praguejavas sempre que eu falava no faraó que tinha de ter duas cabeças (é claro, mas porquê?) para equilibrar o seu Pteh. Mas a noite empurrava-me. e seria essa noite, a noite de Tânger, noite bela por entre os seus mercados e veludos, tangível finura, somente perceptível por uma merda qualquer para a qual não tenho mais expressões endereçadas.

Oh, a humanidade. Oh, a morte. Oh, as interjeições vocais. Saí da minha tenda, já não era mais necessária a minha presença lá, a flatulência do Holandês mantinha o nosso grupo encurralado de turistas quente o suficiente, e resolvi-me a enfrentar a morte. E lá vinha o faraó, com as suas duas cabeças (é claro, mas porquê?) montado num grifo, alugado em Silves, que mais tarde seria usado num ataque bombista da ETA.

Tu disseste-me não. E eu olhei de volta. E a chuva fazia o que de melhor sabia fazer, caía a potes, tanta que dias mais tarde apanhei uma constipação, que o teu apurado faro médico se apressou a diagnosticar como uma “gripalhada do caralho”.

Não o quê? Perguntei. Não vás, pois a noite é boa, o mundo é belo, e gastar 150 euros em mobílias de proveniência sueca no IKEA dá-nos direito a uma matadumbe de vales de compras. Finalmente, valia a pena viver, pensei.

E a noite em Tânger fez-se dia, e esse dia fez-se manhã, e essa manhã fez-se hora do almoço e picos de tarde, e essa hora do almoço e picos de tarde transformaram-se em hora da sesta, que se ia transformar em hora do lanche até tu me atingires com a tua moca de Gueifães.

E eu nunca esquecerei Tânger.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

ad portem


esta semana, a cidade dos Arcebispos vai ter os bárbaros à porta...

sábado, 20 de outubro de 2007

já parece que este blog é só vídeos




para mim, a versão portuguesa de "The Office"

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

haha







divirtam-se

para mais jogos, visitem o zé cartoon.

já sei que ninguém vai gostar disto



mas eu gosto... é bom.

da crueldade

O dia 18 de Outubro presenciou o retorno de uma das grandes activistas e democratas paquistanesas ao seu país.

É um acontecimento importantíssimo para milhares de oprimidos que viram nessa mulher, que com risco da sua própria vida lutou contra uma sociedade islâmica cada vez mais arcaica, um apoio para alcançarem os benefícios sociais e os direitos que lhes são devidos enquanto seres humanos.

Essa mulher, depois de um exílio forçado pelo estado perigoso do seu país, viu neste mesmo dia do seu regresso dois carros bombas explodirem contra a sua caravana, matando dezenas de pessoas. Horas antes a Al-Qaeda demonstrou o seu agravo para com a presença de uma mulher envolvida em política.

Os auto-proclamados defensores do Islão mandaram bombas contra uma manifestação de carinho e esperança que reuniu 250.000 pessoas.

Existe ainda alguma dúvida que estes são os maus da fita? Ou devemos nós avalia-los melhor pela forma como se vestem quando os convidarmos pá Festa do Avante?

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

vou-me arrepender disto...

ela adorava poder fazer-me isto...





correcção, ela pode muito bem fazer-me isto...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

de pornographorum

depois do jogo com o Cazaquistão, Portugal pode dizer que está a quatro...

?ad monetarium?

Formulei recentemente a teoria de como as mulheres, esses seres maravilhosos desapêndiçados, não conseguem suportar a presença de trocos, moedas, nas suas formas de pagamento. Chamei-lhe “desenconomia trocomática feminina crónica”. Já agora, olá.

Conheço especialmente uma mulher que se pudesse pagar tudo com uma nota de 20 euros, eu tenho a certeza, conseguiria viver até ao fim dos seus dias com uma despreocupação própria dos hippies que cantam ao pé da estação de S.Bento.E não, não estou a ser cruel. Eu amo cada pedacinho de terra que essa mulher pisa, e ela sabe-o, e uso apenas a sua descrição para me orientar a descrever aquele mundo que eu acho impressionante: o mundo da mulher. A verdade é que todas elas em dizem exactamente o mesmo.

As senhoras possivelmente não compreendem, mas nós homens somos mesquinhos e avarentos no que toca a trocos. Bem, basicamente, somos mesquinhos e avarentos em tudo o que toca a dinheiro, a não ser que sejamos maricas, os maricas detestam ter moedas no bolso, e também não são avarentos e mesquinhos. Mas algo tão natural em nós devia ser bem mais aceite pela feminilidade, em vez da habitual antipatia demonstrada!

Impressiona-me ver a forma quase odiosa que algumas mulheres tratam os homens que lhes oferecem moedas para a mão. Parece que já nos dizem “ É só isso que eu valho para ti? Um mero punhado de cobres? Bem que a minha mãezinha tinha razão, tu és um avarento e um mesquinho” e desatam num queixume, que não raras vezes se transformam num berro ululante e assustador, que leva o macho a despender a derradeira nota de 10 euros para pagar um café e uma água com gás Freeze.

Eu aprendi a estimar os meus trocos com o dono de um café da minha escola, o senhor Vieira. O senhor Vieira odiava notas. Logo, sempre que chegava a mesada, íamos nós pequenos todos pagar-lhe com uma nota de 20 euros um panike. Eu via literalmente as lágrimas apoderarem-se do rosto do homem, ao deparar-se com a inglória tarefa de arranjar trocado.

Pelo aspecto, e sem exgerar, o sr. Veireira ja tinha uns 115 anos, por isso, a impaciência com que contava trocos vezes e vezes sem conta levava a que muitas vezes ele nos desse em excesso o que nos devia. Ás vezes acontecia o contrário.

Anos mais tarde, farto daquela vida de infinita matemática, o sr. Vieira ostracizou-se para a sua terra, algures nas proximidades de Terronhas, onde acabou os seus últimos dias a organizar a procissão á Nossa Senhora das Pataqueiras. Morreu subitamente de ataque de coração quando o padre da procissão lhe concedeu a honra de fazer a contabilidade das oferendas em dinheiro. O ofertório rendera mais de 10.000 euros.

A não ser que seja para pagar por um bom par de mamas bambaleantes (obrigado daniela pela ideia para esta magnífica expressão) (não que eu esteja a referir-me à Daniela no que toca ao sentido da expressão, claro), poucos homens há que se disponibilizem sequer para pagar a renda com papel-moeda. Algumas amigas minhas lançam um olhar assassino ao empregado de mesa quando ele lhes vem trazer o seu trocado, como se aquele desgraçado viesse de propósito enfiar moedas no seu porta-moedas, acabando por pesá-lo e causar enormes lesões na coluna da portadora. Já cheguei a observar situações em que as senhoras se atiraram ao pescoço do garçon, tal era a fúria.

No entanto, penso eu com efeitos compensatórios, as mulheres são rapidíssimas a sacar notas da carteira. Antes sequer que eu consiga meter a mão na carteira, já a minha namorada tem a sagrada notinha na mão. Desenvolveram um sentido ultra-sónico complexo, provavelmente desenvolvido ao longo de séculos e séculos de ódio aos trocos, que nem o apurado ouvido de um morcego consegue descortinar o barulho da nota a roçar nas extremidades dos dedos. Conheço mulheres que conseguem fazer isto, mas utilizando a carteira do marido, com ele a usá-la! Na altura em que ele a tira do bolso, já ela pagou o jantar aos convidados e deu a gorjeta ao empregado. Hei-de usar esta temática para outros textos.

A única mulher que adora trocos é uma senhora que se encontra muitas vezes ao pé do Via Catarina. Essa tipa mica-me sempre. Mal me vê a passar, ela cheira os troquinhos qu eu, inocente transeunte, levo, e vem serenamente levar-me as minhas estimadas redondinhas. Já contribuí com um total aproximado de 80 de euros em moedinhas de 50 cents pá causa dos desabilitados e dos filhos dos drogados e camionistas, e toda esta pilhagem se dá sempre pela mesma mulher. Ela sente-me, cheira-me, uma vez até conseguiu ver o conteúdo da minha carteira sem olhar lá para dentro. 50 euros, disse-me ela. “Porra”, pensei. Tive de contribuir, senão eu tinha a certeza que Deus me ia fulminar, ou pior, castrar-me. É que a mulher podia muito bem ter a capacidade de adivinhar para onde eu ia depois, e quem acabava a rezará Nossa Senhora das Pataqueiras era eu.

de rerum natura

fazer-se difícil é, para uma mulher, fingir desprezo, dor de cabeça, despercebimento, falta de interesse.

fazer-se difícil é, para um homem, saltar para a cama, mas para não dar ar de fácil, manter as meias vestidas.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

a verdade... desculpem, se nhoras, mas é a verdade

E a verdade está num belo blogue, assinalado aqui ao lado, o Vida de Casado.
Proporciona o único, cientificamente plausível, ponto de vista sobre a vida de um casal casado: o ponto de vista de um homem. Graças a Deus que este é um blogue anónimo, e nenhuma destas considerações vão ter consequências.
Graças a Deus.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

esta cena dos blogs já me pôs doente...

Depois de saber que a CP ia atrasar o comboio para Leandro, resolvi ir ao site deles para deixar um comment insultuoso.
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