terça-feira, 29 de setembro de 2009

fall and decay of portyngale

Tudo neste regime é oligarquia. O Parlamento, o Presidente da República, a Administração, a República, o Tribunal Constitucional, as empresas (públicas e privadas), os partidos, os sindicatos

O que não seria mau, se não houvesse falta de algo que contrabalançasse isto.
Esta balbúrdia dos presidentes da república não impressiona nada.

late rankings

Esbatem-se as razões para votar PS
Obviamente, tanto a Bulgária, a Roménia e a Letónia mantiveram um modelo centralizado de saúde, não favorecendo a rapidez, a competência ou eficiência, mas somente uma distribuição insatisfatória de serviços, à moda soviética.
Tal como nós.

homofóbicos

De fora do PS, já chegaram também avisos para que evite demasiado diálogo com o CDS. Avisos não desprezíveis, como o de Carvalho da Silva, líder da CGTP, que afirmou ontem que um entendimento do PS com o CDS seria "um caminho contra-natura".

in DN

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Aposto Um Nobel da Literatura (I)

Milan Kundera. O autor de A Insustentável Leveza do Ser, A Valsa do Adeus, A Brincadeira, O Livro do Riso e do Esquecimento, entre outros, é um dos maiores autores da actualidade, nome marcante da literatura deste e do outro século, e um dos grandes injustiçados pela Academia Sueca.

Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?

O novo romance de António Lobo Antunes será lançado dentro de três dias.

ingovernável

O CDS é fundamental para que a máquina legisladora do PS avance.
Pouco provável.

O BE é fundamental para que a máquina legisladora do PS avance.
Pouco provável.

:. vai ser o caraças, para pôr isto a mexer.

Extraordinárias vitórias no extremo ocidente europeu

Foi uma noite peculiar, esta. Os eleitores optaram por uma maior dispersão de votos com favorecimento dos partidos mais pequenos, poucos acreditaram (ainda bem, quanto a mim) no voto útil, não houve milagres socialistas e o partido letárgico chegou, viu e foi dormir bem cedinho.

Ainda assim, cabem na nossa aljava umas quantas reflexões. “A extraordinária vitória” do PS deixou à transparência a apreensão da derrota, o sorriso forçado de José Sócrates prontamente depurou as dúvidas.

O Bloco de Esquerda, apesar da subida impressionante, não soube esconder o desagrado de se ver remetido para quarta força política, com cinco deputados a menos que o CDS. O ambiente de crispação notou-se, na sede bloquista, em dois momentos particulares, no primeiro discurso de Luís Fazenda e nas palavras finais e pouco inspiradas de Louçã. Afinal, depois de uma campanha desastrosa (a título de exemplo, a proposta dos PPR, do imposto sobre as fortunas, aumento generalizado de impostos para as empresas e nacionalizações), depois de tanto dinheiro gasto no financiamento de mentiras para enganar petizes, no final, bem, no final viram a sua expectativa de um resultado eleitoral próximo dos 15% (a piscar o olho a um frente-a-frente com o PS nas próximas legislativas) esmagado pela “extrema-direita”. Rude golpe na ambição mesclada de arrogância da trupe bloquista.

Pois então, o CDS, mil vezes enterrado vivo, conquista um resultado histórico de vinte e um deputados, ultrapassa os dois dígitos na eleição e, certamente, não dará descanso ao próximo executivo socialista. Justa paga pelo trabalho desenvolvido, belo exorcizar dos fantasmas do passado, dos fantasmas de sempre, afinal.

O PCP, como sempre altamente fidelizado, não desiludiu e até ultrapassou o resultado das últimas eleições - contará 15 deputados.

Não acredito em coligações ou alianças, antevejo um governo mirrado e inábil, afastado como está do promontório da maioria absoluta que transforma o nosso semi-presidencialismo num super-presidencialismo.

Realidades Incomparáveis

Na recta final desta noite eleitoral, Jaime Gama relativizou a perda da maioria do PS afirmando que a CDU de Merkel só obteve 33,5% dos votos. Ora, é um desrespeito enorme pelo votante médio português tentar fazer esta mágica percentual, esta prestidigitação factual.
Fique o esclarecimento que nas últimas décadas o status quo alemão pauta-se por coligações entre três partidos, a saber, democratas cristãos, sociais-democratas e liberais.

domingo, 27 de setembro de 2009

serviço público de qualidade

O dia de eleições foi acompanhado, no Odisseia, por um número saudável de 68 visitantes únicos (ou seja, não valeu as vezes que se carregou duas vezes no mesmo link).

Um deles que cá chegou através de uma pesquisa no google curiosíssima: "ensinar praxes fixes"

Brilhante.

PS: Aproveito para mandar as minhas sinceras saudações à Sophia, nossa mais recente seguidora.

Adenda1: eu disse 68? Queria dizer 70. Pimba, toma lá, Sociedade de Debates.

música d'O Gladiador para José Sócrates

e bandeirinhas "arco-íris" também

más notícias

a demissão que (já) não virá tão cedo

and the winner is

um país civilizado e outro

Na Alemanha, o CDU (conservadores) de A. Merkel e o FDP (liberais, não podia deixar de ser) coligam-se e preparam-se para o governo.
A Alemanha sabe que as velhas receitas não a vão ajudar a sair da actual crise.

Em Portugal, a vitória do PS nada nos revela, pelo menos fora do comum. A única coisa a temer é que, o único partido capaz de limitar o despesismo socialista num parlamento sem maioria, o PSD (em conluio com o CDS), perdeu muitos votos. E o Bloco parece pronto a encorajar esses desvarios no orçamento.

Hard times are waiting

votei neste


O programa era:
Estado de Direito
Mercado Livre
Respeito pela Propriedade Privada
Respeito pelo Princípio da Separação de Poderes
Respeito pelos direitos dos cidadãos, especialmente a liberdade de expressão
Apoio Social garantido ao mais necessitados, sem tendências igualitaristas que desvirtuem o equilíbro social.
inédito por cá

Votos da Administração

Neste dia de eleições a Administração do Café Odisseia deseja que todos os seus leitores, para tal capacitados, exerçam o seu direito de voto de forma ordeira, descontraída – formando a Fraternidade de Votantes Portugueses! Dispostos na multicultural fila indiana, os eleitores darão três voltas ao quarteirão com um sorriso cândido de votante e partilharão, saudavelmente, com o cidadão que estiver mais próximo, experiências únicas e democráticas.Em suma, caros leitores, não se esqueçam que só existe um voto útil, o voto no partido da vossa preferência!

sábado, 26 de setembro de 2009

à boca das urnas

Últimas sondagens Visão/TSF/Católica/RR/AutoHoje/Mundo dos Relógios:

Modelo/Continente (coligação): 40%

Jumbo: 31%

Lidl/OK Bazar/Dia/MiniPreço/Schlecker/CDS-PP (Aliança Mercadinho): 18%

Feira Nova: 11%

eles estão a chegar a Gondomar

com mil raios, o Jacob tem a discografia completa dos Beatles

and now, for something completamente different


The National - Fake Empire

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

descubra as diferenças

"Nacionalização da distribuição alimentar por grosso e a retalho nas grandes superfícies (...)"

"Nacionalização ou controlo estatal sobre os demais sectores básicos da economia (...)

e quais serão os demais sectores básicos da economia?

(...) designadamente a banca, a produção e distribuição de energia, os transportes e vias de comunicação, as telecomunicações, as indústrias mineiras, a siderurgia, os cimentos em a construção naval"

Programa do PCTP - MRPP

co-autoria Pedro Jacob Morais

pg. 92 - programa do BE

"Impedir a posição dominante no mercado de jornais nacionais generalistas e na imprensa generalizada mais relevante (economia e desporto)"

Torna-se verdade, enfim, o que escrevi há uns tempos atrás:

Os bloquistas não querem ver notícias de portáteis roubados em pleno tribunal, após o arrombamento de uma caixa multibanco ocorrido no mesmo. Os Bloquistas, e o Daniel Oliveira, sabem muito bem o que deve passar na TV. Só não nos dizem porque nós, comuns mortais, não íamos compreender. Deve passar aquilo que eles, e o Daniel Oliveira, muito bem entenderem. E só com a supervisão destes anjos mediáticos, se poderá atribuir notícias diferenciadas a cada estação, quer elas queiram quer não.

De facto não me impressionou reparar que as palavras mais usadas para solucionar o estado da nossa Televisão fossem estas duas pérolas: Denunciar e Controlar.


Qual será mais relevante, do ponto de vista jornalístico? A Bola, O Jogo, ou o Record?

energia livre

no VidaEconómica


O mercado liberalizado de electricidade completou três anos com números sem precedentes, 238 mil clientes, entre domésticos, empresas e grandes indústrias, número 20 vezes superior aos verificados em Setembro de 2006.

Quase um terço da electricidade consumida no país, em Julho, chegou aos consumidores através do mercado liberalizado, o que acontece pela primeira vez desde o seu arranque. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) acaba de anunciar que o consumo de electricidade no mercado liberalizado, no referido mês, foi de 28,7%.

Os números da ERSE indicam um crescimento médio de cerca de 70% até final de 2007 e de cerca de 8% desde o início de 2008 até ao presente. Ou seja, em Setembro de 2006 o número de clientes no mercado liberalizado da electricidade era de 11 382, em Julho deste ano esse valor passou para 238 581.De acordo com a ERSE, "o crescimento continuado do mercado liberalizado desde o início de 2009 sucede em paralelo com a redução da concentração empresarial neste mercado, com perda de quota do principal operador (EDP Comercial) e maior dinâmica dos restantes operadores (Endesa, Unión Fenosa e Iberdrola)"

Assim, a EDP Comercial manteve-se em Julho como o principal operador no mercado liberalizado, com 63,6 % dos fornecimentos, com a Iberdrola a reforçar a condição de segundo operador (16,8%). Já a Endesa forneceu 14% do consumo no mercado liberalizado e a Unión Fenosa cerca de 5,8%.

A ERSE assinala ainda que "com o crescimento do mercado liberalizado em 2009 todos os comercializadores crescem em volume, mas a EDP começa a perder quota de mercado" em resultado do crescente aumento de concorrência.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

pg. 14 - programa do BE

"Avançar com um plano de nacionalização do sector energético - GALP e EDP.
(...)
A energia, a água, as vias de comunicação, os transportes públicos, entre outros serviços públicos, têm de ser controlados por todos."
-
O plano de nacionalização hostil da GALP e da EDP é mais uma míriade bloquista.
Estima-se que os custos das nacionalizações, incomportáveis para a actual fazenda do Estado, terão o efeito de pauperar as contas públicas.
Investidores nacionais e estrangeiros deslocarão os seus investimentos das nossas bolsas e empresas, diminuindo assim a receita de impostos do Estado.
Além de que o sério arrombo na confiança dos accionistas, cidadãos, proprietários e empresários em relação ao Estado de Direito seria irreversível. Depois do PREC, seria o mais sério atentado à propriedade privada, às liberdades fundamentais e ao estilo de vida ocidental.
-
Não caia no argumento fácil do partido da inveja. Ser maioria não é desculpa para se propor a destruição de uma minoria social. O país precisa de um sector privado que crie riqueza. As leis aplicam-se a todos, e não contra uns que se supõe, erroneamente, ser os culpados desta crise.
-
Não caia no erro do ódio social. É tão perigoso ou mais do que o ódio racial.
-
Vários transportes públicos são empresas particulares, desde os táxis às carreiras de autocarros que percorrem o país e integram uma funcional e barata rede de transportes. O Estado não tem meios para empregar com sucesso e garantir, isoladamente, aos trabalhadores destas empresas e aos trabalhadores das E.P.'s com fundos privados, o seu sutento, salários e regalias.
Estamos a falar de vários milhares de homens e mulheres, talvez centenas de milhar, que vão entrar na lista de pagamentos do Estado.
-
Pense.
-
O progresso dos meios e vias de comunicação, bem como o acesso à electricidade e àgua canalizada, no nosso país, tem vindo a aumentar, em boa parte devido à ainda tímida acção individual de alguns investidores que têm levado, por conta e risco próprio, estes bens às povoações mais afastadas do litoral. Muitas vezes em estrita cooperação com o Estado.
Esses homens e mulheres merecem o fruto dos seus méritos.
-
Não vá por conversas. Não vote Bloco.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lord of The Flies

Piggy era um rapaz obeso, com asma e com problemas de visão que o obrigavam a usar óculos, mas, por outro lado, era também inteligente, racional e civilizado. Ele acaba morto pelos actos selvagens dos outros rapazes enquanto tenta, de forma eloquente, mostrar as vantagens da ordem e da razão. Esta personagem representa a civilização que crê cegamente na Razão recusando-se a olhar para a natureza humana. Desta forma, ele tentou superar as suas insuficiências através da racionalidade argumentativa sem contar com a superioridade física de sobrevivência dos outros elementos. Esqueceu-se que a Razão é parte do homem, não é o homem. Já David Hume defendia que esta é um meio ao serviço das emoções. Em última instância, são os sentimentos que ditam os objectivos humanos.



n'O Replicador

ouvir Zeca Afonso - II parte

ouvir Zeca Afonso

terça-feira, 22 de setembro de 2009

fúria divina

Antigo Testamento, Livro dos Samnitas

"(...)E assim disse Dario, Rei dos Medos e dos Persas, da Babilónia e da Assíria, do Suam e Mitanni, da Capadócia, da Trácia, da Pártia, da Margiana, da Bactriana, de Aracósia, de Gedrósia, da Cicília, Senhor de Chipre, do Ghandara, do Sangar, de Élam, de Biblos, Tiro, Faraó do Egipto.
E os Judeus, felizes com a permissão para utilizar as receitas dos impostos da Província A Ocidente Do Eufrates para reconstruir o seu Templo, sacrificaram em sua honra 20 vacas, 300 cabras, 400 ovelhas e 3 gatos vadios que não escaparam ao fervor sanguinário dos hebreus agradecidos.

Palavra da Salvação"

predestinação

A grande batalha dos teólogos católicos durante o século XVI e seguintes contra os protestantes (especialmente os calvinistas) travou-se no campo do Livre-Alvedrio.
Os segundos sustentavam a tese de que Deus, à partida, já tinha escolhido os Homens que se iam salvar e os que se iam perder.
Os primeiros, principalmente os grandes Professores de Salamanca, que estudaram e ensinaram nas faculdades ibéricas da altura e criaram o pólo mais avançado de estudo da Ciência Política da época, negavam esta fatalidade do destino, e provavam que todos os Homens podiam, através do seu esforço e da sua fé, alcançar a Salvação.

Ainda hoje se vai travando esta guerra. Uns acreditam no poder de Escolher o que compram, o que vendem, o que crêm e acreditam, a forma como querem criar a sua família e educar os seus filhos, de acordo com o seu esforço, mérito e fé.
Outros, não.

domingo, 20 de setembro de 2009

falta de chá

É mesquinhice usar os rendimentos de um político para atacar a sua imagem e as suas ideias.
Posso ser fruto de uma educação demasiado púdica, mas o dinheiro que um homem honesto aufere ao final do mês é da sua exclusiva conta, tal como a maneira como o investe.

Seja ele liberal, conservador ou socialista.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Hoje, Dia Mundial do Anónimo

Apreciamos anónimos, todo o tipo de anónimos – de reino, filo e espécie anónima. Anónimos em caixinhas, de papel e de plástico, anónimos grandes, pequenos e incrivelmente pequenos.
Anónimos agressivos, incendiários e anónimos eleitorais.
Precisam-se anónimos nos hospitais, nas faculdades e nas pedreiras.
Anónimos luminosos que insultam a riqueza abjecta do Manuel e aqueloutros que me ensinam os rudimentos da música clássica.
Queremos anónimos nas prisões e anónimos a guardar os que estão presos; anónimos nos tribunais e anónimos a legislar; anónimos a limpar janelas e anónimos a construir prédios; queremos vê-los nos estádios, no cinema e na ópera.
Sonhamos com anónimos em comissões de inquérito no Parlamento, e reunidos em Conselho de Ministros; alguns, em Belém, a tratar dos jardins, e outros a segredar ao Presidente da República – um dia os anónimos negociarão os fundos comunitários!

Hoje, Dia Mundial do Anónimo, o Odisseia treme de expectativa…

Como o Odisseia não assusta ninguém, chamámos o Adolfo Luxúria Canibal

em termos de custo/benefício

25 euros por voto não é lá grande coisa.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

a energia é de todos?

Não. A ser de todos, a energia seria pública. A energia, como não é uma substância original, necessita meios de produção, que têm de pertencer a alguém.
Esse alguém, detendo direitos de propriedade sobre os meios de produção da energia, tem custos e gastos. A sua recompensa é a venda do que produz.
A energia seria pública se o controlo dos meios de produção pertencessem, por algum direito divino, ao Estado.
O homem que desenvolve um motor e, assim, retira dele, pela combustão da acção do motor, a energia necessária para mover uma barragem, um carro, uma mina ou um gasoduto, tem todo o direito ao produto do seu trabalho.
Por causa nenhuma podemos sequer constatar que o Estado, ou seja, um grupo de indivíduos sentados num gabinete ministerial, que se ocupa em decidir o que fazer com algo que não lhe pertence, tem direitos de propriedade sobre aquilo que não produz. Foi o génio de empresas e indivíduos, em colectividade ou solitários, que criou essa mesma energia que alguns burocratas querem agora, a todo o custo, nacionalizar. Se não tiveram capacidade para a criar, não terão para a manter.

Tem o Estado, então direitos sobre os meios de produção? Imaginemos o caso da EDP e das barragens o maior produtor de electricidade em Portugal.
Ao contrário do que afirmavam as teorias contratualistas que ainda estão na génese do socialismo, é a propriedade privada que precede a propriedade pública, não o contrário. O Estado não tem mais direitos que os indivíduos sobre a Terra. No entanto, por forma a regular o regime de propriedade e não conceder a alguns o privilégio que devia caber, por normas e hábitos sociais, a todos, os Estados, ao longo da História, criaram o património público, a ser desfrutado por todos de forma pretensamente livre e acessível.

Que direito tem o Estado português a usar do seu poder de imperium, reconhecido pelos mesmos cidadãos que investem nas empresas produtoras de energia, para usar da Força contra a sua propriedade?
A nacionalização não é mais do que isso. Usar um argumento etéreo, o Bem Comum, para suplantar a Razão.

No entanto, porque a política não se faz de filosofia, e a negação da propriedade privada, apesar de uma negação do Direito das sociedades civilizadas, é ainda muito comum no nosso país, é meu dever apontar outras razões para o descabimento desta medida. Razões que caiam melhor na vernácula relativista.

Mesmo que seja verdade que o país gasta muito dinheiro com a privatização do sector das energias (o que é falacioso, porque se esqueceu o dinheiro que se deixou de gastar, o que se ganhou com a venda das acções dessas empresas em bolsa, e a riqueza que ainda se vai criando pela disposição das mesmas em mercado), esquece o Bloco que a nacionalização emitirá um sinal catastrófico para o resto do Mundo. Primeiro, os investidores estrangeiros (porque ainda é o dinheiro dos grandes sectores, como o da energia, que vai permitindo os grandes investimentos e as inovações tecnológicas que revolucionaram a vida rotineira do género humano), temendo o desrespeito pela propriedade privada em Portugal e a sua política nacional colectivista, deixarão a política de investimentos nestas áreas, e nas outras por conseguinte. O país, desrespeitando as regras do negócio e do contrato, repele os investidores actuais e futuros.
Assim, ainda menos verbas vão restar ao Estado para pagar as verbas astronómicas da nacionalização da Galp, que rondará um mínimo de 700 milhões de euros.

A classe empresarial portuguesa, que não é mais burra nem menos esperta que as outras, enterrará o resto da nossa dívida externa de 100% do PIB fugindo, mais os seus capitais financeiros e humanos, para o estrangeiro.
Quem diz que os capitalistas não têm o direito de ganhar dinheiro à custa da energia, dirá o mesmo em relação à informação, à alimentação, ao vestuário, etc. É uma progressão lenta, de facto, mas eficaz. Não há entraves para a ganância de quem almeja o total poder político sobre todos os sectores económicos e sociais.
Estas eleições os portugueses podem evitar esse futuro.
É só uma questão de deixar a doença alastrar-se.

domingo, 13 de setembro de 2009

a divina paixão


Era uma vez uma antiga tribo de Israel, a tribo dos Indecisos, que vagueava perdida pela Terra Demasiado Prometida.

A tribo dos Indecisos, devido ao facto de andar perdida à muito tempo, esqueceu como se deve governar uma Tribo. Os Indecisos tinham todos muita vergonha de si mesmos por causa disso.
Afinal de contas, sempre que os Indecisos se encontravam com outras tribos que vagueavam, também elas perdidas, pela Europa e pelo Mundo, conseguiam ser em quase tudo tão bons ou melhores que elas. Só não sabiam o significado de política.

Um dia, quando houve uma enorme falta de gás, e os Indecisos já não conseguiam tomar banho quente, surgiu a necessidade, ainda periclitante entre os Indecisos, de se governarem "como deve ser", após tantos anos de governo indeciso.

No entanto, para se saberem governar, os Indecisos ainda não sabiam o que significava Política.
Foi nessa altura que alguns dos filhos mais abastados dos Indecisos, os Anacletos, foram iluminados pela Razão, e criaram um Deus.
Esse Deus Pai, redescoberto desde a última vez que caiu um muro, lá para os lados da Germânia, era dono de uma nova verdade, da vanguarda da Política (ainda que os Indecisos ainda não soubessem o significado da coisa). Esse Deus Pai era a Razão!

Como Deus Pai se sentia sozinho, polvilhou, aqui e ali, com a sua divina Razão, outros Anacletos, que já o tinham criado por sinal (este intrincado raciocínio filosófico é comummente aceite e tolerado entre os Indecisos).

Fez para si uma família sagrada, constituída pela Filho ( também conhecido por José Soeiro) e pela Virgem Mãe Natureza.
A Filha que lhe fugiu ao controlo foi Jezabel.

Imbuído de divina inspiração criadora, a religião dos Anacletos dotou-se de um barbudo Espírito Santo, acompanhado de outras duas Amélias.

Como a crise do gás não estava terminada, redistribuiu-se entre os restantes Anacletos o cargo de Jumento e de Vaca. Jumentos porque os Anacletos trabalhavam, muito e com ardência, sem questionar a divina palavra. Vacas, porque alguns Anacletos adoptaram, devido ao hábito de mastigar a mesma Cartilha, o hábito de Ruminar.

Ao fim de 4 anos, o Sagrado Presépio, que era o Nome do Gangue do Deus Anacleto, não só acabou com todas as hipóteses dos Indecisos de tomarem banho quente, como lhes nacionalizou as torneiras e os obrigou a contraírem mais dividas.

No final, os Indecisos compreenderam o que é política.
A Política não enumera a quantidade de gás que deve ser racionado e em que dia da semana.
A Política somente lhes dirá se o governo de Indecisos pouco divinos terá o direito de lhes impor quaisquer racionamentos em quaisquer coisas ou não.

o partido de vidro fumado

Se é revelado o que o BE pretende fazer (do programa de nacionalizações ao fim das deduções fiscais, passando pelo antieuropeísmo), logo se percebe que não há ali nada de novo e o que há de velho é assustador.

Há, a este propósito, frases particularmente reveladoras. Logo após o debate, Louçã foi encerrar um comício em Almada. Tal como um general ferido em plena batalha, e certamente inspirado pelo discurso de Almada de Vasco Gonçalves, não resistiu a mobilizar as tropas com um "vamos assustá-los". O risco é mesmo esse - assustar muitos dos potenciais eleitores do BE, que não se revêem no projecto político do partido.

por Pedro Adão e Silva

Depois da proibição dos "rodeos", BE quer proteger o Tigre de Bengala alentejano

Proibido! (cortesia do Bloco de Esquerda)

Direito Internacional Separatista

A Venezuela reconheceu ontem a Ossétia do Sul e a Abcásia como Estados Soberanos, livres do jugo georgiano. Foi o terceiro Estado a reconhecê-lo.
Soube-se hoje que Hugo Chávez encomendou uma quantidade generosa de mísseis longo alcance à Rússia – está explicada a posição pró-independentista.

Defendo neste caso o mesmo que defendi aquando da questão kosovar – os territórios em questão não possuem condições para se agigantarem à condição de Estado. Desde logo considero que não existe uma Nação osseta e uma Nação abcase. Acresce que também é questionável se estes territórios possuem as engrenagens necessárias à soberania, desde logo uma base jurídica e política sólida que permita a autonomia Estado/população.

O problema nem se poria se, aquando do desmantelamento da URSS, no respeito da vontade popular, a Ossétia e a Abcásia tivessem permanecido território russo – tal qual deveria ter acontecido, na divisão da Jugoslávia, a anexação do Kosovo à Albânia.

sábado, 12 de setembro de 2009

um mal menor

O debate de hoje deu a escolher aos portugueses duas realidades distintas.
A política de investimentos de José Sócrates e a de contenção de despesas de MFL.
O progresso, a mudança, o optimismo das grandes reformas e das medidas para o futuro, e a dura realidade de uma líder que dá a entender que o caminho até à bonança ainda será muito longo, penoso e responsável.

O "cainesianismo" suicida e o keynesianismo do possível.

política de verdadeira inteligência

JS e MFL discutem, neste momento, o número de vezes que se escreveu a sigla SNS nos respectivos programas eleitorais.

"a longo prazo, estaremos todos mortos"

"O país deve fazer investimentos para melhorar o nível de vida das pessoas." José Sócrates.

Depois, aquando das dívidas e dos défices, aumenta-se os impostos, que nunca tiveram qualquer efeito na rotina diária dos cidadãos.

"não compreendo os seus argumentos"

MFL considera que JS está mais preocupado em enumerar os apoios sociais que dá do que em considerar a riqueza criada no país no seu mandato.

JS tira a ilação que MFL está contra os apoios sociais.

o génio das finanças

A cura do défice veio da receita máxima de Sócrates. Como? Uma política inteligente de redução das despesas do Super-Estado?
Não, aumentando os impostos.

"Em 2003"...

é a expressão mais usada por José Sócrates no debate com MFL.

Todos os problemas que Portugal enfrenta vêm de 2003. Felizmente, o Primeiro-Ministro vive suficientemente no passado para o saber.

"liberdade de escolher" ou "liberdade é escolher"?

Liberdade de escolha

A tese central do livro Saúde - A Liberdade de Escolher é a de que o regime da ADSE, que cobre cerca de 12 por cento da população (os funcionários públicos), deve ser alargado a toda a população. Até porque, pelos cálculos de Mendes Ribeiro, um doente tratado no SNS custa mais ao Estado do que um doente tratado no regime da ADSE (938 euros contra 780, respectivamente).

Aos que prevêem que a universalização da liberdade de escolha conduzirá ao desmantelamento do SNS, o economista responde que este princípio, além de ser compatível com a manutenção do SNS, até será a forma mais adequada de promover a sua eficiência.

Para Mendes Ribeiro, não faz sentido que coexistam dois sistemas públicos (ADSE/SNS) e a solução passa pela unificação do sistema de financiamento. E a rede pública de hospitais deve ser paga pelo Estado aos mesmos valores pagos aos privados.

O livro foi apresentado pelo médico João Lobo Antunes e pelo sociólogo António Barreto, que o prefacia. O sociólogo nota no prefácio que Mendes Ribeiro "desloca a discussão dos velhos termos ideológicos e estreitamente políticos, para a colocar antes de mais em contexto técnico, económico, financeiro e social".


domingo, 6 de setembro de 2009

espôntaneidade não é uma palavra portuguesa

INTERACÇÃO Na tradição de língua inglesa, pelo contrário, a ideia de ordem social, de instituição social, não está necessariamente associada ao desígnio central de ninguém. Nesta tradição, é frequente ouvir recordar que algumas das mais indispensáveis instituições sociais não foram centralmente desenhadas, simplesmente emergiram como resultado da interacção.

É o caso da família, uma instituição espontânea que emerge da interacção, tal como é o caso da troca, ou do mercado, que também não são desenhados por ninguém. Finalmente, é o caso da língua - a língua inglesa, ou a portuguesa, ou até mesmo a francesa - que não foram centralmente desenhadas.
(...)
CASAMENTO GAY Muitos exemplos poderiam ser dados para esta diferença fundamental entre a tradição anglo-americana e a continental. Para dar alguma actualidade a estes ensaios, poderíamos citar o dos casamentos homossexuais. É uma típica ilustração de um profundo arcaísmo intelectual, mascarado de grande modernidade.

Em Inglaterra, o assunto foi pacificamente resolvido através de um contrato específico: "civil partnerships". A ideia é clara. Se um modo de vida reclama protecção legal, e se não produz danos a terceiros, a presunção é-lhe favorável, em princípio e até prova em contrário. Mas é de todo impensável que esse modo de vida imponha as suas concepções particulares a modos de vida preexistentes que não partilham dessas concepções - como é o caso do casamento heterossexual. Por isso (e porque a família heterossexual é uma instituição social espontânea, cuja utilidade social está amplamente demonstrada), o casamento continua reservado para a união entre um homem e uma mulher.

PARES MISTOS Em contrapartida, a defesa da igualdade entre casamento hetero e homossexual é tipicamente continental e jacobina. Visa "libertar" os casais heterossexuais de um modo de vida e de uma visão do mundo em que se sentem confortáveis - mas que a vanguarda considera ultrapassada.

É como se os "pares mistos" no ténis passassem a ser igualados a "pares de qualquer tipo", apenas porque "pares gay" se sentiam discriminados. Na tradição inglesa, a proposta natural seria que os "pares gay" promovessem os seus próprios campeonatos. A concorrência mostraria depois quantos adeptos e espectadores iriam ter. E a evolução gradual mostraria, através da interacção, que outras soluções poderiam ou deveriam ser adoptadas.

ou, mantemos o plano original da dita Esquerda Progressista, e abrimos caminho, também, para o casamento em PolygamistMode.

no i, Obrigado ao Estado Sentido

sábado, 5 de setembro de 2009

Resumo do Debate Louçâ-Jerónimo

Nefasto Silêncio

O constrangedor embaraço que paira pelos vários órgãos de comunicação do PS Media Group não constrange todos os apoiantes socialistas.
No entanto, é revelador de umas poucas coisas: ninguém sabe ao certo o que se passou.
Talvez um favor de um boy espanhol, ou de um português, que caiu em tempo pouco oportuno, talvez uma acção de apoio ao Governo por parte de uma empresa privada, o que interessa é que a Guerra que o Governo moveu a um Jornal terminou da pior maneira.
A seguir com atenção o desenlace desta novela.

Seja a República Anátema

Apesar de alguma falta de originalidade, e por já cansar, de alguma forma, este tipo de manifestações, recebi no dia 4 uma das prendas mais peculiares de todos os aniversários.
Não terá sido, obviamente, dirigida a mim, mas a compatibilidade de datas é, por demais, providencial.

Parabéns aos bravos que hastearam, no dia 4 de Setembro do Ano da Graça de 2009, a bandeira nacional, na Invicta Cidade do Porto.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Crónicas de um País Amargurado


O Governo em guerra com a TVI

O Jornal de Sexta com Manuel Moura Guedes foi suspenso. As inimizades que a equipa da mesma vinha criando com o Governo José Sócrates, principalmente a insistente vanguarda noticiosa sobre o caso Freeport, onde se avançaram informações e vídeos que, em qualquer país decente, levariam à demissão imediata do executivo, colocaram na lista negra do PS Media Group o canal de Eduardo Moniz.
O jornalismo de Manuela Moura Guedes é difícil de engolir. Por duas razões.
A primeira, é por ser um jornalismo demasiado ofensivo, em contínuo ataque e contra-ataque, que não tem pejo nem vergonha em preencher o horário televisivo com peças sem valor ou demasiado sensacionalistas. O modelo importado, com os seus riscos e transtornos, deu resultado em Portugal, e o Jornal de Sexta, devido aos seus feixes de dramatismo rococó e ao seu look apelativo, conquistaram muitos televisores entre as classes média e baixa.
A segunda razão é demasiado óbvia. O Jornal de Sexta afecta a integridade moral das elites intelectuais, porque afecta certos dogmas sociais que interessa ver mantidos.
Nesses meios, onde impera um "parecer bem" enjoativo, importa muito alardear altivamente que se despreza o jornalismo de MMG.
Primeiro, porque importa, desde mais, defender um governo de esquerda que, apesar do descrédito que sofreu às mãos do Jornal, continua de boa saúde. Depois, porque mesmo entre os que se colocam à direita política, um jornalismo atacante do estilo de MMG é desconfortável.
O perigo de uma das muitas trafulhices negras da nossa democracia ser reportado por MMG, sabendo que ela tem tantos espectadores e seguidores, justifica este medo.
Não interessa em Portugal este tipo de Jornalismo. O marasmo noticioso da RTP1 ou a parcialidade oca da SIC ocupam toda a carga nacional de tolerância para com a liberdade de expressão nos canais nacionais. Mais do que isso, é ofender as nossas instituições.

José Sócrates deixou bem claro que desejava mover guerra ao Jornal. Se não pressionou directamente a Prisa, o que é de facto duvidável, José Sócrates alertou pelas suas acções os accionistas que, em vista a manter os interesses no país, escolheram livrar-se de um mal maior.
É o mínimo que se pode esperar de uma empresa que investe num país controlado pela nomenklatura de um partido que, contorcendo-se-se como o Polvo, penetra lentamente em cada meandro e recato das finanças privadas e públicas. Agradar ao puppet master é o lema de ordem, quanto mais não seja porque, em Espanha, a mesma empresa é dominada pelo PSOE, o equivalente dos nossos hermanos ao Partido Socialista, e um dos maiores aliados internacionais deste.
Nada neste pequeno jogo de influências funcionou bem para a TVI.
A reportagem que se aproximava no dito Jornal era mais uma peça chocante sobre o envolvimento de José Sócrates e altos funcionários do Partidos Socialista em negociatas podres.
Acima de tudo, certeiro.

O choque tremendo para uma democracia frágil e violentada como a nossa só pode ser remido pelo voto.
Não é surpresa para mim, que já escrevo sobre estes problemas no Café Odisseia há algum tempo, que o caminho para a destruição do Jornal de Sexta se tenha dado neste preciso momento.
É que Sócrates, encarnando o papel de pastorinho doente e injustiçado, pensa vir a ganhar mais votos pela acusação de jogo sujo por parte dos seus opositores. É o seu jogo, e ele é melhor nisso do que mais ninguém.

Cabe a quem de direito, e esses somos nós, dar o veto final a um governo que tem perpetrado ataques contínuos contra a liberdade. Em qualquer país ocidental, nenhum grupo mediático instrumentalizado pelo poder poderia exercer este tipo de poder sobre um órgão de comunicação, se não estivesse certo que faltaria a censura e a reprovação dos cidadãos.
Os conteúdos divulgados por MMG justificaram. vezes sem conta, a demissão de Sócrates. Se revelados por outro jornalismo mais sério, como o de Crespo, e talvez tivessem mesmo derrubado o Executivo.
Mas nunca, nunca, a peça informativa pode ser usada a favor da cidadania e da democracia, e depois apontada contra os seus emissores. Ou será diferente em Portugal?
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