domingo, 10 de outubro de 2010

o fim.

Mudei-me, definitivamente, para aqui.
Foi uma honra servir-vos. Até mais logo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

oprimir a torto e a direito

peço a vossa atenção para este manifesto da modernidade, dos mais belos querubins da Boa Nova dos Amanhã que Cantam. Cada um destes jovens é uma sorridente lobotomia

Os oprimidos são os trabalhadores precários, são as mulheres, são os homossexuais, são os jovens, são as minorias étnicas, são os assalariados, são os estudantes e os professores, são os desempregados, são os imigrantes (e os consumidores, os pandas, os transsexuais, e toda, toda a gente, menos os padres e os gajos da extrema-direita fascista ultra-neo-liberal). Todos os que não detêm o poder político ou económico (ou seja, toda a gente menos os empresários e os ministros são gente oprimida). Todos aqueles que deixaram de ter espaço numa realidade social que os exclui. É chegada a hora de uma nova Revolução, de um novo paradigma.

Mas somos os Inválidos do século XXI e a nossa Revolução deve ser conduzida com armas próprias dos nossos tempos. Abandonemos os fuzis e os canhões do séc. XVIII (deixem-nos cair ao chão!pim!): as nossas armas são as nossas ideias, os nossos pensamentos e opiniões — estamos armados pela liberdade de expressão e pela convicção dos nossos ideais (not the best tactic, but ok...).
Este blog reúne as convicções de alguns destes Inválidos. Somos jovens que expomos aqui aquilo em que pensamos e acreditamos, as nossas opiniões (não necessariamente concordantes: revemo-nos no pluralismo de opiniões[desde, claro, que não difiram seriamente das nossas]). O blog é, portanto, o nosso Arsenal. É aqui que expomos e guardamos estas armas, aguardando o dia em que elas serão suficientes para derrubar o status quo e despoletar uma nova sociedade.
Uma nova sociedade. De puta madre.

O Mundo Cheio d'Eles

Vá ter à próxima secção, que eles lá tratam de si.

Enquanto não receber o formulário, eles não lhe mandam isso.

Não está a funcionar. No entanto, caso seja algo importante, de certeza que eles mandam vir alguém.



Espere até lhe sair a nota. Depois mande-lhes os papéis.

Se não estiver isto até segunda-feira, eles não lhe dão os documentos que precisa.

Se fizer isso, eles vêm ai e fecham-lhe o negócio.



Não lhes diga isso.



Diga-lhes que não, depois cá nós nos arranjámos.

iniciativas do vazio da vaca

estimular a conversa da treta e os sonhos de "rivolíção" permanente de alguns sodomitas

Os Inválidos

Estas crianças traumatizadas deixaram um link no blogue para as suas deambulações embriagadas.
Além das confusões entre movimentos políticos de reforma fiscal e movimentos políticos de purificação racial, estas pobres vítimas de uma cultura de esgoto atiram-se a alguns dados históricos localmente registados para assentar umas ideias pré-concebidas contra os inimigos do costume de toda esta ganapada.

É favor alguém ligar à Segurança Social porque os pais desta canalha não cumprem a sua função.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

vais ser tu pra mim

Hobbes e Lange


Hobbes não marcou a filosofia através na sua negativa e profundamente errada concepção da Natureza Humana (a inerência malévola do Homem).
Hobbes marca o pensamento actual como um dos principais pilares do contratualismo e por tal do Liberalismo e do Socialismo.
O Estado de Natureza animalesco do homem só é contraposto, por Hobbes, pela angélica visão do Estado e da Sociedade. Pondo de lado qualquer concepção de Bem ou Mal, Hobbes defende que a criação do Estado fica-se a dever à conciliação dos vários interesses dos indivíduos.
Presos nas suas vontades e na concepção maquiavélica de Hobbes, os Homens não têm possibilidade de outro tipo de cooperação que não os "contentores de poder" nem de compreender algum tipo de transcendentalismo em relação à vida de sociedade.

Com a morte do homem espiritual, Hobbes cria um protótipo de sociedade criada somente por uma insondável e inacessível conjugação de interesses.

O típico erro de perspectiva que os economistas socialistas padecem. Quando Mises argumentou que o cálculo económico racional necessita a percepção de perda e lucro (algo somente obtido pela produção privada dos bens) Oskar Lange, um académico socialista de topo, respondeu que, embora Mises estivesse correcto, o Estado poderia facilmente gerar preços observando a procura de certos bens.
Mises e mais tarde Hayek rebatem definitivamente o argumento, arrumando definitivamente o socialismo económico. É simplesmente impossível a qualquer tipo de agente do mercado (e especialmente o Estado) possuir ou obter informação suficiente para gerar um preço "do nada", visto que numa economia complexa e próspera são tomadas milhões de decisões demasiado complexas para um pleaneador central compreender.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

ir à Festa do Avante

Samuel de Paiva Pires

Se sabem o que é/foi o comunismo, então são também estúpidos por participarem nesta festa. Se não sabem, deveriam tentar fazer algo para colmatar a ignorância. Quando forem à Festa do Avante e disserem que não são comunistas, lembrem-se que estão directa ou indirectamente a contribuir para suportar um Partido que desvaloriza a vida humana, defende regimes tenebrosos onde campos de concentração, maus tratos, assassinatos e genocídios foram ou são um hábito regularmente praticado, e que, no nosso país, defende apenas e só (por via da CGTP e de um velho acordo obtido em sede de Concertação Social), a geração dos direitos adquiridos cujos salários e regalias são pagos com os impostos do vosso mísero ordenado ganho nos call-centers e lojas de roupa. Gente pouco ou nada letrada, que mal sabe ligar um computador, que apenas causa entropia na Administração Pública, que tornou as gerações mais jovens reféns dos seus direitos adquiridos, ou que em virtude de a antiguidade ser um posto, são pouco ou nada produtivos nas empresas onde jovens trabalham em condições precárias a recibos verdes, sem qualquer garantia a não ser a de serem praticamente extorquidos dos seus míseros ordenados, por via dos elevadíssimos impostos.

Não se esqueçam de ir à Festa do Avante, mesmo que vos tenham negado abonos ou bolsas de estudo, que tenham fechado centros de saúde ou maternidades, em virtude de cortes orçamentais, enquanto os velhinhos e conservadores comunistas continuam a defender aqueles elevados salários na Função Pública, em comparação com a média da Função Pública dos restantes países europeus, ou com a média dos salários no sector privado em Portugal, nem sequer hesitando em continuar a pedir aumentos quando são pedidos sacríficios a todos - afinal, como verdadeiros comunistas, olham primeiro para o seu umbigo, e a comunidade que se dane.

Se preferem continuar ignorantes acerca do comunismo e continuar a ir à Festa do Avante, não se esqueçam, pelo menos, que estão a contribuir para manter um Partido que na prática defende a manutenção dos jovens na precariedade, reféns dos direitos adquiridos das gerações mais velhas, ou seja, o status quo. Não se esqueçam que estão a contribuir para um partido que defende a sujeição da vossa liberdade e do vosso futuro às regalias dos direitos adquiridos.

sábado, 31 de julho de 2010

Requiem pelos vivos

Um calor trespassou a neblina petrificada sob o esquecimento de um híbrido luar, sangrado de uníssonos e calvos monólogos ultra-romantescos. Acordam vozes gritantes uns velhos caquéticos que, trespassados sob suas memórias, acalentam o cantar das gaivotas na baixa da cidade liberal. Algoritmos dialéticos prendem os passos duns desorientados que vão a caminho do sono, enquanto o ar impele à inalação do rejuvenescimento matutino. Carlos pousa o jornal na mesa, enquanto deambula um cigarro pre-mortem, pronto a consumir a chama que o acende e a alma penada que o há-de findar. Acabara de acordar com o pensamento convergente na conversa da anterior noite. Henrique tinha razão. Melhor, uma ponta de razão, pois os vintes apenas se protribuem a deus, os dezanove ao seu filho, os dezoito a si, e os dezassete aos amigos. Era puro pensamento escatológico, e apesar da contenda, Henrique lá merecia o seu 13 por ter sido pouco amigo com sua respeitabilidade e digníssima virtude. Afinal a cidade não dormia, dormiam sim os homens que corroíam os egos zombies. Matilde, luante, leva duas metades de uma torrada ao estômago afim de fingir a apoquentação.
- Quer café ou uma meia-de-leite?
A sujeita, de vestido tribal e com aspecto de quem não acabou a noite, levava consigo os restos do pequeno almoço de ambos, enquanto Carlos mantinha hirto o pensamento no Público.
- Este jornalismo... Estes Ultra-Liberais querem dar uma machadada no Estado Social. Diderot e Voltaire tremem em copas no fosso.
- Um café.
- E a conta por favor.
Saíram, e à entrada do café, Carlos acendeu misericordiamente un cigar.
Galoparam então da Rua Galerias de Paris aos Aliados, mantendo a mesma distância tumultuosa, quase hermenêutica, quase profética, quase jesuíta, que, ao mínimo barulho de uma buzinadela, o homem de barbas e estilo londrino franzia o capitólio uterino da mágoa cessante, e esquecendo o decoro contemporâneo, protestava:
- Andar a pé faz-nos bem Matilde. Olha o que te disse o Dr António do Santo António.
Matilde, mecanicamente, retorquiu que sim, era efectivamente uma dádiva de deus terem pernas para andar, apontando na direcção da Irgeja de S Bento onde um pedinte amputado tentava desesperadamente andar e também obter esmola. - Deus o guarde-, e ouviu-se um breve tilintar de cinquenta cêntimos de euro na chapa velha do malogrado.
- É para a droga, já o sabes. Eu cá não caio nessa, ora pois!
- A caridade não liga motivações a factos. São como as tuas aulas, querido... E riu-se tremidamente mas com zelo.
- Pois, se o Direito fosse uma esmola, ouvirias o eco do tilintar durante uma eternidade.
Dito isto, pouco tempo para cinismo teve, já que havia chegado destino.
- O i, por favor.
- São um euro e sessenta cêntimos.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Café Odisseia sempre se distinguiu pela luta feroz ao pensamento politicamente correcto da sociedade, e pela sua posição corajosa contra o activismozinho pateta que os nossos colegas estudantes herdam, com menos pomposidade e definição que o curso de Direito virá a fornecer, do ensino secundário e do partidarismo parvinho.
É ainda para quem o lê e me confessa nos corredores da Faculdade de Direito do Porto e nos emails que trocam comigo, um raro sítio de verdadeira independência de pensamento.
O Café foi um veículo de aprendizagem para mim e para os meus colegas, os que participaram e não participaram. Para aqueles que não arriscaram cair na preguiça do facilitismo intelectual.
As amizades e os conhecimentos por aqui feitos marcaram-me.
Muito Obrigado.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Facebloco

O grupinho dos bem intencionados pelos cinemas Medeia, a nova sensação da esquerda/direita-caviar da cidade do Porto, está a reunir uma alcateia para tomar de assalto a Câmara Municipal do Porto. É uma medida de protesto que, dizem os meninos, interessa à comunidade.

A solução da falida Medeia passa, aparentemente, por alguns discursos políticos, algumas promessas de apoio, alguns milhares de euros dos contribuintes gastos em "planos de estudo", "acções de consciencialização", "reuniões à porta fechada com as entidades responsáveis".
Tudo à pala e com as melhores intenções.

Se algum dos querubins se lembrar em procurar patrocinadores, arranjar formas baratas e eficientes de marketing e ajudar a situação económica da firma, para isso usando os seus meios, tempo e dinheiro, o desfecho desta história até se pode alterar.
No entanto, tenho a certeza que a maioria fica-se pelos grunhidos frente à Câmara, que acabam por ajudar somente os partidocratas juvenis que se inserem nessas "causas".

sábado, 26 de junho de 2010

[IX, 33] Todo o nosso conhecimento tem uma dupla referência: primeiro, uma referência ao objecto e, em segundo lugar, uma referência ao sujeito.O primeiro aspecto refere-se à representação; o último, à consciência, condição universal de todo o conhecimento em geral.


Immanuel Kant, in Lógica (IX,33)





A constituição fundada, primeiro, segundo os princípios da liberdade dos membros de uma sociedade (enquanto homens);

em segundo lugar, em conformidade com os princípios da dependência de todos em relação a uma única legislação comum (enquanto súbditos); e, em terceiro lugar, segundo a lei da igualdade dos mesmos (enquanto cidadãos), é a única que deriva da ideia do contrato originário, em que se deve fundar toda a legislação jurídica de um povo – é a constituição republicana


Immanuel Kant, in A Paz Perpétua, um Projecto Filosófico, secção segunda, título II.





O fim (Ende) de todas as coisas que passam pela mão dos homens é, mesmo nos seus fins (Zwecke) bons, uma loucura: é o uso de meios para fins que a estes são directamente contrários. A sabedoria, isto é, a razão prática na adequação das suas medidas cabalmente correspondentes ao fim último de todas as coisas, ao bem supremo, só existe em Deus; e só o não agir visivelmente contrário à ideia dela é que se poderia chamar, mais ou menos, a sabedoria humana.

Mas a garantia contra a insensatez, que o homem só pode esperar alcançar por tentativas e pela frequente alteração dos seus planos, é mais «uma jóia que até o melhor dos homens só pode perseguir a ver se, porventura, a conseguirá agarrar, mas nunca deve ter a persuasão egoísta de a ter alcançado e, muito menos ainda, proceder como se dela já se tivesse apoderado.Daí também os projectos que se modificam de época para época, muitas vezes contraditórios, de meios convenientes para tomar mais pura e ao mesmo tempo mais poderosa a religião num povo inteiro, de tal modo que se pode bem exclamar: Pobres mortais, nada em vós é estável a não ser a instabilidade!


Immanuel Kant, In O fim de todas as coisas






Um dever é o que num ser corresponde aos direitos de outrem. Onde nenhum direito existe também não há deveres. Por conseguinte, dizer a verdade é um dever, mas apenas em relação àquele que tem direito à verdade.Nenhum homem, porém, tem o direito a uma verdade que prejudica outro.” O proton pseudos encontra-se aqui na proposição: “Dizer a verdade é um dever, mas só em relação àquele que tem direito à verdade.”Importa, em primeiro lugar, observar que a expressão “ter direito à verdade” é uma palavra sem sentido.

Deve antes dizer-se: o homem tem direito à sua própria veracidade (veracitas), isto é, à verdade subjectiva na sua pessoa. Pois, no plano objectivo, ter direito a uma verdade equivaleria a dizer que depende da sua vontade, como em geral no tocante ao meu e ao teu, que uma dada proposição deva ser verdadeira ou falsa o que proporcionaria en tão uma estranha lógica.

Ora a primeira questão é se o homem, nos casos em que não se pode esquivar à resposta com sim ou não, terá a faculdade (o direito) de ser inverídico. A segunda questão é se ele não estará obrigado, numa certa declaração a que o força uma pressão injusta, a ser inverídico a fim de prevenir um crime que o ameaça a si ou a outrem.



Immanuel Kant, in Sobre um suposto Direito de Mentir por amor à Humanidade




quinta-feira, 24 de junho de 2010

pausa para café #1

A próxima luta dos órgãos estudantis passa por direccionar as armas do associativismo (temíveis armas, as do associativismo) contra a descida das bolsas que aí vem.
Durante anos a matéria da sustentabilidade do regime de bolsas de estudo foi considerado um tabu ideológico. Discutiu-se a acção social nas Universidades, obrigações para aqui e garantias para acolá, e as bolsas tornaram-se lentamente num subsídio social, corrupto, burocrático, que tantas vezes afastava aqueles que mais precisavam, enquanto pagava as férias e as aulas de muita gente que não precisava e não merecia.
Enquanto as coisas correram loucas, sem fiscalização e sem critério que não o do arranjinho, poucos se atreveram a propor divulgar e até denunciar os filhos de empresários, funcionários e profissionais liberais que usavam dos seus conhecimentos da máquina do regime (que aprenderam, muitos deles, nas faculdades públicas) para conseguir as borlas para os filhos.
Com tanta ética republicana na UP, e ademais na Faculdade de Direito do Porto, o chibanço nunca nos passou pela cabeça.
O problema do Estado Social português é precisamente este. Incute-nos a ideia que o dinheiro distribuído pelos burocratas dos serviços de secretaria da Segurança Social não pertence aos cidadãos, não veio do seu bolso, dos seus descontos, dos seus impostos.
É óbvio que o Governo não corta bolsas devido à pouca vergonha que alguns alunos têm. O país está bem enterrado, e é pelas coisas de cultura e estudo que os governantes começam por cortar.
Tal como não me impressiona nada em ver os militantes das obras públicas e das despesas e do Interesse Público na linha da frente deste combate infrutífero - porque o que vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, terá muita força - visto que é tradição portuguesa inculcar nas jovens mentes dos partidos dos pequeninos a ideia de que os meios são infinitos e o dinheiro ilimitado.

Se possível, vejo com bons olhos a resistência a esta decisão, que considero inevitável.
A questão não passa por reforçar o Estado Social na educação, devido a todos os erros e vícios que isso causa em todos os sectores da sociedade, que por aqui já nos fartamos de provar.
Soluções como os vouchers de transporte e materiais escolares, a meio caminho para uma maior eficiência, podem muito bem constituir um entrave aos exageros. Um tecto máximo de bolsa, que não ultrapasse o valor da propina, seria outro. E o corte definitivo das propinas em tempos de férias.
Estas medidas não são liberais, nem têm em conta as dinâmicas de mercado. No entanto, são uma opção de caminho entre o que temos agora e o que podemos não ter amanhã.

adenda 1: compreendo o post do RBR. Infelizmente o diálogo político, mesmo numa Monarquia Radical, é feito por compromisso e evolução. É infrutífero ser liberal em Portugal se a linguagem comum dos estudantes (a maioria dos leitores deste blogue) passa por um intervencionismo estatal enorme, sem paralelo e sem limites, onde o Estado não é um meio da sociedade mas um Fim em si mesmo. A ordem que nasce dos antagonismos exacerbados nunca é uma Ordem, é uma Guerra Fria.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

De mortuis nihil nisi bene

Morreu Saramago. As "elites" não cessam de perorar sobre o Nobel. Enquanto bebia um café e comia um pastel de nata, desfilavam na tv, ao vivo e ao telefone, derramando sobre o dito cujo tanto quanto nunca se derramou sobre escritores maiores do que Saramago como, por exemplo, Jorge de Sena. Há uns anos Saramago entrou nos curricula liceais do regime e varreu a possibilidade de os meninos e de as meninas conhecerem literatura portuguesa aproveitável ou sofrível. A "oficialização" cultural de Saramago começou quando, estupidamente, lhe proibiram um livro num concurso qualquer. O Nobel, festejado pela paróquia provinciana como uma vitória internacional no futebol, acentuou o carácter quase místico da figura que, daí em diante, passou a tratar abaixo de cão qualquer poder politico que não o bajulasse adequadamente. O que afinal subsistiu em relação a Saramago foi o velhinho temor reverencial de um país com lamentáveis "tradições" culturais que, entre outros, fez de Saramago um "símbolo". E é esse que vai ser exibido por estes dias. Poucos ou nenhuns recordarão o pequeno tirano do Diário de Notícias ou a seca vaidade vingativa da criatura. "A morte absolve tudo", como ensinavam os latinos, mas nem tudo é absolvível pela morte. Paz à sua alma.

in Portugal dos Pequeninos

sexta-feira, 11 de junho de 2010

the Burkean

The Burkean is fundamentally about maintaining good order and the permanence of tested institutions as the best way to safeguard human liberty - the disorder we see in Greece and to a more limited degree in the United States, is not because a loose cannon of radio talkshow hotheads are revolting over the airwaves and egging on their followers, it is because the governments themselves are destabilizing our societies through their own reckless behaviour. The Burkean is not anti-government, but neither is he slavishly pro-government; we should be as concerned as the Tea Party about what is going on, and what this will collectively mean for us in the years to come.

in The Monarchist

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Ensaio sobre teísmo e ateísmo pela concretez da Vontade Inalienável

Muitos têm debatido, apud facebook,a situação de revolução quanto ao estado do casamento, nomeadamente no que concerne à viabilização, e legalização do casamento homossexual. O critério jus-filosófico em questão nunca poderá ser o do " os outros têm eu também quero", embora pareça liminarmente uma tendência socialista do modus operandi politicae. Nunca poderá ser pela aresta da dogmática que as coisinhas se resolvem. Não creio ser este o caso, permitindo que a imagem do " puto mimado sem brinquedo que faz birra só porque o outro tem" legitime, pela inveja, a obtenção de um direito. Isto é uma falácia.


O primordial motivo centra-se, a meu ver com o conspectum da autorealização da vontade humana. E entenda-se vontade como representação do concreto em si mesmo, e não com alcance mental, como fazem os críticos de Direito. Será mais um postulado de aproximação filosófica do que meramente legal, sendo que existirá forçosamente uma dialética indissociável para se concretar o pleno usus deste direito. a autorealização concreta diferencia-se, a meu ver, da autorealização impossível ou ilusória. A primeira implica uma conjunção de factores que possibilitem a viabilidade da plena efectivização do concreto em si. A segunda, impossibilitada pelo suporte das condições necessárias e indispensáveis para a plena concretez da autorealização humana plasmada na capacidade de gozo do direito, implicará um apurar de todas as condicionantes que, apuradas entre si dialeticamente, serão apenas uma ilusão, ou uma breve falsa partida, sendo entendidas como ponto de partida, maxime etapas, para a consumação efectiva do postulado da autorealização rígida e objectivamente observada in loco, in tempore, in homo.


O casamento, enquanto conspecto relacional, tem de ser dificilmente digerido in tempore, sabendo que é, prima visio, uma tarefa complicadíssima, porque neste preciso instante temos a bagagem toda, e estamos no século XXI. É natural que para estarmos neste ponto de evolução, tivemos de vir do quase-nada. O Critério histórico-sociológico-psicológico pauta diacronicamente a acção humana, pelo que, atendendo às circunstâncias de facto, devamos separar as que nos afastam o facto da circunstância das que nos repelem a circunstância do facto. O Casamento é, antes de tudo, acção humana. sendo actio, implicará uma vontade enquanto representação concreta de dois agentes ( casamento monogâmico). Apurada a inverossímil vontade enquanto garante da concreta humanidade de si, completados todos os requisitos formais ou legais, vale desde já a vontade enquanto preenchimento ontológico. Não importando o sexo, case-se o Homem, case-se a Vontade, Case-se o Ser enquanto Ser e não a Forma enquanto Forma.


Isto, embora atrapalhadamente e desmetodicamente, congrega-nos para a Figura da Mulher no teísmo, que neste caso concreto é a Religião Católica Apostólica Romana. A Igreja Católica discrimina a mulher, segundo muitos. É em parte verdade, e em parte uma não-verdade, ou uma meia-verdade. Na realidade, há, nos alicerces da Doutrina Cristã um aparente conflito de visões entre a Mulher-Diabo e a Mulher-Anjo. Um aparente, porque o arrependimento salvou Maria de Magdala. Existindo arrependimento que mate, não olvide o arrependimento que cura. Maria é o Paradigma da Mulher-Nova. Mesmo no seio da Doutrina Catholica, a mulher tem um aspecto preponderante: e é preponderantemente paradoxal neste sentido que vou tentar dissecar. Primo, Eva é o ícone do Pecado, no A.T; a posteriori, Maria é o ícone e paradigma da perfeição. A Igreja Católica sempre teve em Maria uma "pedra angular", início-fundamento e vector-último daquilo a que muitos chamam de Santidade ( que quanto a mim é um tema bastante controverso carecendo de aproximação anti-dogma).


A Questão da violação de direitos fundamentais não deve ser imputada a Cristo mas aos Cristãos. Não à Igreja-Alicerce, mas à Igreja-Licerce. Tal como isso, não é Imputada a Cristo e ao Cristianismo alicercal a Inquisição. E porquê? Simplesmente porque a confusão entre o poder temporal e o poder espiritual ditou que a Inquisição rezasse à história os horrores da dita santa crueldade. O Cristianismo viveu séculos com a Descristianização. A Igreja foi e é uma Dialética a se. No tempo de Cristo, dar-se-ia a César a temporalidade da potestas para granjear o sumo angelical da espiritualidade da fides. Hoje é impensável pensar a Igreja enquanto contra-poder. Mas, e nomeadamente entre nós, o grande teólogo ( e amigo meu) Prof.Doutor António Pinheiro, Teixeira, a "Teologia Revanchista" pretende a redimensão da Cristandade às origens, a Cristo. Para ser fim, Cristo tem de ser Origem, e antes de ser Origem, Ordem. A Mulher nunca seria discriminada se Cristo eliminasse da humana Igreja a humana discrepância da vontade e contra-vontade. A Igreja mantém a sua ortodoxia relativamente a muitos assuntos, mas não obriga ninguém a ser Cristão. É uma escolha que implicará um juízo concreto de que ser Cristão não é fácil, é um compromisso ético-moral-de-acção com Jesus Cristo, e com Pedro ( figura Papal) e toda a Doutrina.


O casamento como realidade relacional não pode dissecar o carácter de relação ( e as suas implicações adjacentes) sem se aliar da sua sensata realidade, que traduz o desenvolvimento humano como um fio condutor construtivo ( a priori, havendo contudo rupturas e contra-rupturas).Não estou a dizer, com isto, que a imagem-tipo de mulher serva de seu lar é valorativamente correcta, nada disso. Que seria do homem sem a Mulher? Olhemos ao argumento pela ausência do termo concreto. Seria complicado, digo eu...



A meu ver, homofobia é censurar católicos só porque o são, quando na realidade os católicos deveriam abster-se de censurar os não-católicos só porque o não são. Cada um é livre e tem autodeterminação essencial e de juízo para efectivamente se "tornar naquilo que é" ( F.Nietzsche), sendo que o "Homem é um fim em si mesmo", como referiu oportunamente Emmanuel Kant. Já Feuerbach, e Schelling, Heidegger colocam o compromisso ético religioso do Homem como corolário da autodeterminação da Vontade, como representação do concreto, ou seja a Razão está no compromisso de vontade. O que implicará dizer que, não obstante razões que a cada religião se confinam, o respeito será o mínimo indispensável para a sã convivência do homem enquanto ser transcendente em si mesmo pela emanência concreta.


E é aqui que entra o grande Dilema: O que é a Não-Religião? Hans Urs von Balthazar apela para a religiosidade do ateísmo. Parece paradoxal, mas o paradoxo aproxima-nos às vezes da gnose, e realmente mesmo o não-ser convoca a religação pela negação, implicando a existência do aspecto negado. O não-Deus apela para a existência de Deus, e, racionalmente, por um processo lógico-dedutivo pelos contrários em si, teremos de assumir que o ateísmo clama pela existência de Deus. Diferentemente do agnosticismo que declama uma invariável e opaca lacuna de ratio que possibilite irrenunciavelmente e com plena noção de factum, conhecer Deus, o que também não implica a forciori que Ele não exista. Portanto, creio que a transcendência do Homem pode dar nisto: ou o homem se religa ( de religio) a Deus, ou se afasta d'Ele ( ateísmo).


Não existe não-Religião no simples ataque de uma única Religio, mas, numa rejeição de qualquer Religação. Qualquer ateu que se preze deve, a priori conhecer para julgar qualquer crente, e isso implicará um trabalho demorado de gnose para legimitimar a sua opinião dada pelo conhecimento de facto. O ateu deve saber a Bíblia de trás para a frente. É mais um paradoxo, mas o crente é livre de se julgar indignado só porque o não-crente, pelo desconhecimento de facto ou porque atira pedras sem rumo, decide atacar a base religacional-moral mais antiga de sempre, com uma cultura ética, cultural e humanista imedível. Eu sentir-me-ia ofendido se um sujeito criticasse Cristo sem primeiro O conhecer. Mas a Grande lição, a primeira nem é de Cristo, vem de Sócrates (Cognosce te ipsum). Depois de alguém se conhecer a si como se de sua direita mão se tratasse, poderá conhecer tudo o resto no plano emanente, e só depois no plano metafísico, o que implicará dizer que quem afirma a "morte" de Deus está a ressuscitar o suicídio do Homem.


Impõe-se aqui o chamado "respeitinho" que Manuel António Pina tanto invoca. Apesar das discórdias pessimistas de uma Filosofia/Teologia/Sociologia quase ultrapassada, teremos de nos preocupar com causas maiores, e por isso teremos de lutar Cristãos e Não-Cristãos contra algo que há milénios nos assombra: a inércia.


Lourenço


03:15, dia de Camões, ano da graça de 2010.

terça-feira, 8 de junho de 2010

viajar para longe desta insípida época

para outras paragens, mais dignas, mais cavalheirescas.

"O conceito de valor “humanidade” ainda é perfeitamente mantido por Marx. (...) A expressão ‘humanismo real’, com que inicia o prefácio de A sagrada família, é abandonado na Ideologia alemã, em conexão com a rejeição do último resto da democracia burguesa, com a obtenção do ponto de vista proletário revolucionário, com a criação do materialismo histórico dialético. (...) Quanto mais científico o socialismo, mais concreta é justamente a sua preocupação com o homem como centro, e a anulação real de sua auto-alienação como alvo."


Ernst Bloch in Princípio Esperança,I, pp. 260- 261

meias-Pessoas

Os tontinhos dos direitos vivem no Mundo Encantado das Garantias, onde nada tem início e nada conhece um fim.

O Direito não conhece um início e a comunidade não tem um fim. O único agente com objectivos é o Estado, e critérios para os meios que conduzem a esse fim deixam-se ficar pelo mais básico hedonismo.

O erro dos tontinhos é assumirem que a Norma auto-justifica-se. Que um princípio plasmado na Constituição é um princípio porque está lá.
Como se a vida, a propriedade, a liberdade nos fossem possíveis de desfrutar apenas porque uns agentes políticos, há uns 30 anos atrás, na total posse do Estado (de má fé, diga-se de passagem) resolveram enumerar os nossos "cans" e "cannots" num livrinho oficial.

A norma jurídica não se auto-justifica na Norma Constitucional, porque esta não está provida de nenhum tipo de autonomia filosófica.
Atirar um artigo 13º no meio de uma discussão tem tanta validade como a proibição dos latifúndios.

No entanto, a gentinha que governa a malta dos direitos, esses pobres néscios, sabe muito bem o que quer fazer.
A malta dos direitos sonha no mundo das garantias. Garantida a internet, o sexo, o combustível, o carinho, etc.
Ora, a quem controla este rebanho sabe que não há oferta possível para satisfazer todos estes mandos e desmandos.

Quando a malta dos direitos estiver bem anestesiada, terão direito somente àquilo que terão acesso, convenientemente racionado: meia-educação, meio-amor, meia-saúde, meio-direito.

Enfim, meias-Pessoas.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

on Israel

a questão não está no facto de um Estado dever existir ou não. A História ensinou-nos desde a Iº Guerra Mundial que pôr a existência de Estados e organizações políticas em cheque e recriar novas é um erro. Um enorme erro.

Até no que toca a fronteiras sou um gajo conservador.

No entanto, para tratar de Israel há que ter em conta o seguinte:
1- ser a única democracia na região não valida nada, até porque não é necessariamente verdade. Há volta de Israel pululam repúblicas e até uma Monarquia Constitucional muito estável (o Reino da Jordânia). Aliás, ser uma democracia não valida praticamente nada no que toca à righteousness moral das coisas.

2- Israel é o único estado da região onde as forças militares são julgadas e onde a actuação do Estado está sobre o escrutínio dos meios de comunicação social livre. O que neste caso é mesmo o único, pelo menos entre os seus inimigos.

3- Em Gaza passa-se fome. Os israelitas controlam tudo. A distribuição de ajuda humanitária, a entrada de bens e pessoas, etc. O desenvolvimento económico na região é dificílimo.

4- Os "humanitários" e a esquerdinha estão-se a borrifar para o desenvolvimento económico da região, e farão tudo para ajudar o Hamas - que é uma organização hostil à ordem e à paz - e trocar o senhorio de Gaza por um mestre bem mais opressor.

Therefore, Israel is a go.

a partir de hoje

uma pequena franja da sociedade tem direito ao "hoje não posso, dói-me a cabeça".

domingo, 6 de junho de 2010

nada
a não ser este silêncio tenso
que faz do amor sozinho,
o amor imenso.

José Carlos Ary dos Santos

terça-feira, 1 de junho de 2010

manifestação humanitária

o martírio, o massacre injustificado



a humanidade



a festinha de boas-vindas preparada para os soldados da Marinha Israelita



e claro, os cobardes-mor da História já ligaram as máquinas.

this semana, on Lost

sexta-feira, 28 de maio de 2010

uma discussão engraçada

entre mim e o Ricardo, no Jornal Tribuna.

é ver, também, os textos que publiquei aqui, sobre a discussão dos sistemas de saúde.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

difundir a rede de preguiçosos e atrasados mentais


Bloco propõe Projecto Lei que cria a Rede Nacional de Teatros e Cine-Teatros

Não nos enganemos: a política cultural não é um luxo. É determinante à democracia. E é luta pelo poder.

A malta do Estadinho pede a redistribuição dos subsídios pelas variadas artes.
Como isto da vida de artista merece largueza e prosperidade, e é melhor assaltar os bolsos do contribuinte a fazer por merecer o ganha-pão (e certa arte, por ser democrática/massificada/demagógica, deve ser providenciada ao povinho oprimido) puxe-se um pouco mais pelo Orçamento e vamos para a frente, iluminar os retardados.

Os portugueses precisam imenso de espectáculos pelos quais não querem pagar voluntariamente!

Get your hands off my pockets!

terça-feira, 25 de maio de 2010

We may bite our chains, if we will, but we shall be made to know ourselves, and be taught that man is born to be governed by law

"Law and arbitrary power are in eternal enmity. Name me a magistrate, and I will name property; name me power, and I will name protection. It is a contradiction in terms, it is blasphemy in religion, it is wickedness in politics, to say that any man can have arbitrary power. In every patent of office the duty is included. For what else does a magistrate exist? To suppose for power is an absurdity in idea. Judges are guided and governed by the eternal laws of justice, to which we are all subject. We may bite our chains, if we will, but we shall be made to know ourselves, and be taught that man is born to be governed by law; and he that will substitute will in the place of it is an enemy to God.

Mr. Hastings has no refuge here. Let him run from law to law; let him fly from the Common Law and the sacred institutions of the country in which he was born; let him fly from acts of Parliament, from which his power originated; let him plead his ignorance of them, or fly in the face of them. Will he fly to the Mahomedan law? That condemns him. Will he fly to the high magistracy of Asia to defend the taking of presents? Padishah and the Sultan would condemn him to a cruel death. Will he fly to the Sophis, to the laws of Persia, or to the practice of those monarchs? I cannot utter the pains, the tortures, that would be inflicted on him, if he were to govern there as he has done in a British province. Let him fly where he will, from law to law; law, I thank God meets him everywhere, and enforced, too, by the practice of the most impious tyrants, which he quotes as if it would justify his conduct. I would as willingly have him tried by the law of the Koran, or the Institutes of Tamerlane, as on the Common Law or Statute Law of this Kingdom..." (Edmund Burke, Speeches on the Impeachment of Warren Hastings)

Ontologias Diagonais - apoquentações dionísicas

Do paradigma da contra-identidade à crise da procura insustentável


A ontologia humana sempre teceu grandes infortúnios aos dissidentes intemporais. São eles as esfoliações sentimentais, as antecedências patológicas do ego, a superveniente cultura imergente e emergente, a fugacidade da ténue partida, sem espólio de conquista, sem sabor na desordem, sem paz à reconquista. Mas, além e aquém de qualquer realidade diagonal, estamos nós, crus e nus, sentados à espera que o mundo nos caia em cima, ou que caiamos em cima dele para nos aconchegarmos paulatinamente, sob pena de adormecermos de vez. A culpa é sempre exteriorizada. Não movemos o universo. E o Universo jamais nos moverá até ao cair do pano. Somos, ad eternum, entes refugiados entre o paradoxo e o heterodoxo.

Não faltam profetas da desgraça; nunca faltaram, e não vivem inimputadamente sem deixar esta pequena semente de pessimismo que nos torna cada vez mais portugueses e tendencialmente menos lusitanos. Temos o nome da Capital no novo tratado da União Europeia. Apetece-me desabafar. Creio nada termos além de um Nome. Um nome?! Uma abstracção sem Conteúdo, versado em simples caracteres. Ninguém questiona as mudanças que são o espelho da exigente temporalidade amortizante. Não criámos nada do nada. Demasiadamente Português. Mesmo depois dos Velhos do Restelo, a praia Lusitana terá sempre mais marés que marinheiros.

Materializam-se quanticamente todas as exaustões. Não vemos, não sentimos, não partimos, não chegamos a deslocar único dedo de qualquer um dos amorfos pés, que sentem a terra cada vez mais dura face à cristalização dos conceitos indeterminados que pautam a ordem actual. Económica, Financeira, Jurídica, Cultural. “ Ai de quem seja apologista do determinismo Biológico, Ético, Estético, Politico ou Gnosiológico”, inalamos nós imunes ao frio que nos cerca o pobre âmago.

Os bons costumes mudam. “ O nosso tempo é que foi duro. Havia a PIDE...” A sociedade muda-os para se galvanizar, demarcando-se da outras épocas. No entanto perante a mudança na diferença haverá sempre uma diferente mudança de aprendizagem quanto ao cerne da última e eterna Ratio. Mais simplesmente: mudamos a roupa e até o corpo, mudam-se até os próprios casamentos, quiçá futuramente a própria adopção, as calçadas de uma rua, as taxas de juro na banca, o estabilizadores macroeconómicos, as técnicas de marketing, o regime jurídico do Divórcio, a crítica ao inevitável e espectável Crash da Segurança Social dentro de aproximadamente 10 anos, mas uma coisa não mudará na Ocidental praia Lusitana: o medo, a fobia pelo futuro, a corrupção no desporto, os políticos com discurso de tópicos e folhas de sebenta, a aversão à matemática e à Filosofia, o desrespeito pela Assembleia da República, altar da Democracia (e ao seu regulamento, que tem implícito, nos trâmites do artigo 84/1 que garante aos deputados uma reacção à “falta de bom senso”, a proibição da ofensa contra a honra).

Mas, mais marcante que todas, roçando a nossa essência e existência paradoxal, é a tendência portuguesa à desconstrução permanente do que é ser-se verdadeiramente Português: evita-se ao máximo o consumo do que é Português, porque o importante é estar na moda, é imitar a movida londrina, é copiar os passos parisienses, a roupa italiana, é beber Irish Cofee, é manusear estrangeirismos. É estudar Inglês antes da apreensão global dos conteúdos linguísticos do nosso português. Podem mudar-nos tudo, podem até obrigar-nos a mudar. Mas nunca conseguirão. Porquê, perguntamos apoquentadamente. Porque estamos viciados pela ilusão e iludidos pelo vício de viciar quem nos tenta, em vão, iludir. “Todo ponto de vista é a vista de um ponto”, como diria o Teólogo Leonardo Boff.

Recorrer à institucionalização definitiva do Proteccionismo violaria normas da União em muitos tópicos. Mas uma nova mentalidade criaria a tal estabilidade que o nosso Executivo diariamente invoca superficialmente. É exactamente aí que tudo falha: duas palavras para 1/10 de acção ou exemplo. É a acção que cria legitimação.

As PME’s portuguesas bateram de nariz com a crise da Procura, indicador que se abate à medida que a crise esmorece o poder de compra dos consumidores. A premissa é de que quanto mais útil for o bem para um consumidor, mais ele estará disposto a pagar pelo bem. Usaremos Marshall para tentar uma abordagem simplista e generalista. O problema a priori reside na Procura.

Os portugueses não procuram, no geral, bens ou produtos nacionais. As empresas vivem com este peso e com a consciência de que têm de se demarcar pela diferença. E é aí que entram os incentivos do Estado. Ora, continuando o raciocínio, coeteri paribus: face à crise da procura, dada a queda do rendimento dos consumidores, a Oferta vai ter uma reacção espontânea, já que o binómio Procura-Oferta está intimamente relacionado, coordenando-se mutuamente, pelo que alterações na procura afectam a oferta e vice-versa. A oferta vai decair, dada a descida da capacidade produtiva. Esta capacidade produtiva em decréscimo explica assim a queda da oferta para encontrar um novo ponto óptimo com a procura.

O Estado tem de Apoiar o Consumo e então o Consumo apoiará as empresas. O que iria acontecer se o consumo português aumentasse? Se os incentivos versassem os consumidores e não as empresas? Seria uma óptica diferente. Mas como executar isso? Qual a viabilidade? Quais os Procedimentos? Que processo utilizar? Já que somos peritos em “Magalhanizar-nos”...

Há 40 anos havia incentivo, contextualizado politicamente, ao Consumo. Primordialmente ao Consumo. E as empresas portuguesas não faliam, e o emprego não faltava, e a dívida pública mantinha-se nos 15%. Agora está acima dos 80% ( As medidas de combate à crise introduzidas pelo Executivo de José Sócrates ameaçam colocar o rácio da dívida pública portuguesa em 85,9% do PIB em 2010, contra os 70,7% registados no ano passado, estima a OCDE num relatório). Acho que conseguem perceber bem o alcance disto. Estamos nada mais, nada menos a 15% do crash. Sim, 15%.

Fala-se para o Boneco. Mas se daqui a 10 anos os bonecos falarem por nós, será ainda “pior a emenda que o soneto”… Eis o perigo do Liberalismo levado ao extremo: o dilema do votante mediano (Anthony Downs). Falta instrução. Falta consciência no Voto. Falta poder de decisão. Antes uma abstenção consciente do que um paradigma de votantes medianos.

Ser-se português é ter os olhos no chão e os pézinhos na Santa-Virgem-que-nos-acuda. Infelizmente… Em tempos de Crise, quem ganha é a Religião. O homem vê-se novamente na sua pequenez e socorre-se com o auxílio divino de Deus para colmatar a sua insuficiência ontológica. Como disse Ernst Bloch, “ o homem é um ser tendencialmente insuficente com o que é e o que tem” Palavras (demasiadamente) sábias. A religação é uma inconstante metáfora que se reduz a uma caricatura de nós mesmos quando o retrocesso é a única via face à (in)consequencialidade do nosso póstumo e turvo devir.

Lourenço

segunda-feira, 24 de maio de 2010

o Povo - compreender a Lei e as Massas, com Proudhon


Porque ignoram a a primitividade dos seus instintos, a urgência das suas necessidades, a imapciência dos seus desejos, o povo mostra uma preferência pelas formas sumárias de autoridade.

Eles não entendem as garantias legais, nem tãopouco se importam com elas ou as compreendem; não se importam com intrincados mecanismos de equilíbrio de poder ou checks and balances para os quais, para os seus usos, não encontram funcionalidade.

Eles confiam na palavra de um chefe, um líder cujas intenções lhes sejam perfeitamente claras, cuja devoção aos seus interesses seja inegável. A este chefe eles entregam o poder ilimitado das Massas, infinito e irresistível.

O Povo considera aquilo que lhe é útil, e mais nada. Como são a Massa, ridicularizam toda a Formalidade, e não impõem limitações condicionantes nos seus governantes.

Inclinados para a suspeição e para a calúnia, mas incapazes de uma discussão metódica, a populaça acredita em Nada. Em Nada, excepto a Vontade. A sua esperança reside no homem, na criatura sua irmã.

A Populaça nada espera dos Princípios - que, sozinhos, podiam salvá-la.

Não possuem a Religião das Ideias, apenas banqueteiam-se nelas, ao sabor dos Niveladores.

domingo, 23 de maio de 2010

o réu vai nu


quando ontem fui assistir à apresentação do livro do Lourenço (este aqui, da editora Mosaico) admito que o pouco que sabia da arte do Lourenço espalhava-se por algumas conversas e os poemas que li, feitos por ele, na blogosfera.

Algumas coisas ficaram por dizer na apresentação do Mário Lourenço, e penso que só ficaria bem dizê-las aqui.

O Mário gozou de uma educação verdadeiramente europeia, tradicionalmente europeia, que lhe concedeu desde muito cedo uma liberdade de pensamento que muitos de nós, nem na faculdade, consegue alcançar.

Para o Mário, há algo mais na poesia que o capricho, a choraminguice, a névoa fácil de intelectualidade que se torna a moda dos afrancesados deste século.

O Mário não passou pela escola do Material. A educação que obteve nos seminários de Lamego e Resende plantou nele a semente do Homem.
O Mário concebe a Pessoa e conhece Deus. Ou deve dizer-se ao contrário? Enfim. Pouco mais é preciso a um Poeta.

A Poesia de Mário Lourenço vive do diálogo sereno e civilizado com ele próprio, diálogo esse que não deixa de ser, várias vezes, uma discussão a roçar um partir de pratos à italiana.
Uns chamam-lhe intelectualização da Poesia. Eu penso que esta é a maior capacidade de transcendência. Lourenço aproxima-se da Essência através da Razão.

Não admira. Afinal, foi um aluno de Teologia.

Esta tendência está fincada na sua percepção de perda deste canal com Deus:

Retrocede minha alma ao estado germinal
do pâncreas ao fígado torno-me apenas animal
e na mente faz-me esquecer quem eu sou

Todas as artes, no entanto, têm os seus vícios. Nas suas lições de Teologia, Mário caiu no erro da Gnose. A divindade retirada de toda a acção humana. A mera percepção do erro para resolver o poema:

A Gnosis

Temos de admitir o problema
e o verdadeiro problema é admitir o erro
Resolvido está o problema
a sua não-existência
a sua imaterialidade diagonal

Estará aqui a semente da heresia no poeta? Ou será um desabafo cansado, um jogo de palavras?

A poesia de Mário é quase-perfeita quando define o Mundo.
É algo pouco português, pelo menos recente. Whitman declara a vitória da democracia, e à frente dela, a palavra en masse.
Mário retira da influência do Mundo Vazio (que às vezes o esvazia a ele) o Credo das novas gerações pagãs:

Credo

Creio em uma só descrença
Pai e Mãe de toda a existência
que do alto alicerce se nos revela

igualdade no catolicismo

Rui Botelho Rodrigues, nesta caixa de comentários:

2) o catolicismo parece-se com o socialismo em dois sentidos. o primeiro é rejeitarem o individualismo metodológico. o segundo é o igualitarismo. ambas têm como origem a tentativa do catolicismo de estabelecer uma filosofia política - algo que considero errado, tanto que acabam alinhados com os socialistas nisto ou naquilo.

O igualitarismo católico e socialista apenas partilham o nome.
Mais correctamente, o igualitarismo católico seria chamado equidade.
A doutrina católica acredita na igualdade perante a Lei de Deus, mas o mesmo não se passa perante a Lei dos Homens, muito menos perante os desígnios niveladores de algum poder tirânico, seja ele de origem despótica ou democrática.
Essa mesma igualdade é também uma igualdade inicial.

Da mesma maneira que no Liberalismo, o catolicismo assume o valor da responsabilidade.
Basta saber que, aos olhos de Deus, São João Baptista e São Pedro não são iguais a Judas.

sobre a posiçao intermédia

O Rui Botelho Rodrigues dispara, neste post, sobre a relação do catolicismo e o socialismo.

Do voluntarismo não se traduz, necessariamente, a criação de uma sociedade livre.
Se o liberalismo nasce da destruição dos valores Cristãos da sociedade - o amor ao Próximo, a caridade, a liberdade responsável, a obediência (não no sentido servil, como no sentido socialista), o valor sagrado e único da Vida Humana - substituindo todos os critérios de bem jurídico pela ideia de Propriedade - propriedade sobre o corpo, sobre as ideias, sobre o capital, etc. - é natural afirmar-se que toda a construção dogmática do Cristianismo é substituída por uma materialista.

Neste ponto, a doutrina liberal de Groce pode ensinar muitas coisas a RBR. Groce define o Liberalismo como “concepção total do mundo e da realidade”, e centra-se na ideia de, através dos seus princípios – base, e “mercê da diversidade e da oposição das forças espirituais, aumentar e nobilitar continuamente a vida e lhe conferir o seu único e total significado”.

O Liberalismo, de tão denso, tão indefinido, tão promíscuo, chega a admitir a possibilidade de se negar a si próprio e Justificar as doutrinas que procuram o seu fim e aniquilação. De facto, o princípio da Liberdade, não raras vezes, degenera em situações de reacção contra essa mesma liberdade.

O Liberalismo aceita estes incidentes da vida da Sociedade. Ditaduras, Socialismo, Colectivização, na perspectiva de Groce, são caminhos para a Liberdade necessários, justificáveis pela mesma vontade de livre – arbítrio que o Liberalismo protege.

É claro que a doutrina Liberal de Groce é criticada por ser demasiado estática, por se limitar a ver ocorrer os acontecimentos do mundo, à espera de uma revolução Liberal que ocorra por uma qualquer boa – aventurança da dialéctica hegeliana. E que, ainda assim reinstalada na sociedade, aceite os perigos que outrora destruíram a Ordem Liberal.

Será isto uma definição de liberalismo prestável? É uma perspectiva filosófica, que é saudável de adoptar quando se estuda o Liberalismo. No entanto, não é a única.

Tanto o liberalismo como o socialismo partem de perversões do ideal católico.

RBR pode continuar a desprezar a doutrina católica - que se diz personalista, e combate ferozmente todas as formas de colectivismo e engenharia social - mas colocar a doutrina católica no mesmo plano da socialista é um erro infantil.

Mais facilmente se vê o Rui tentado a cair nas falácias materialista do marxismo. Não é por acaso que alguns economistas vêm na importância dada ao factor trabalho por Smith um prenúncio para as teorias de Marx. Há muitos pontos de contacto entre o marxismo e o liberalismo. A diferença está numa mera concepção negativa de liberdade para uns, contra uma ferozmente positiva para outros. Não consegue o Rui descortinar uma posição intermédia?

Considerar um feto no corpo de uma mulher como sua propriedade é a perpetuação do erro marxista.

O momento de geração da Vida não é um acto contratual, não visa a transmissão de propriedade. Considerar isto como tal seria abrir as portas para a escravatura sexual.

O que resulta do acto sexual é a criação de Vida. Considerar que o aborto é uma expressão de vontades, abre um precedente terrível.

liberalismo de plástico

estava a dar uma vistas de olhos pelo blogue do RBR quando me deparei com um post que ia de encontro com um que escrevi no Estado Sentido*.
Ao defender a criação de mais entidades reguladoras independentes, Pedro Passos Coelho perpetua as críticas que muitos dos docentes universitários da área do Direito fazem à "deriva liberal" de alguns dos nossos recentes tecnocratas.
Continua a ser apanágio dos liberais de plástico a apreciação economicista dos problemas. Sem um profundo conhecimento daquilo que se defende, nem das necessidades da sociedade, não se pode entregar uma decente proposta política.

Muitos dos liberais sociais-democratas, tendo o gérmen corporativista implantado no sangue, consideram-se detentores de uma alternativa ao capitalismo de Estado do PS. Apesar de alguma diferença nos pressupostos ideológicos, a lógica de acção do PSD de Passos Coelho não difere em nada da de José Sócrates.
Ambos mantêm uma concepção corporativista do Estado, uma concepção que despe o poder público de obrigações perante o cidadão e entrega-as, em nome de maior eficiencia, a grupos de interesse.
As entidades reguladoras independentes caiem, tal como diz o Rui, no laxismo e na irresponsabilidade perante o cidadão, e são mais facilmente dominadas pelas indústrias do Governo que os órgãos públicos.

* aqui em baixo o tal texto

Impera na blogosfera a visão economicista do Estado.

O peso do Estado sobre o cidadão nem sempre é opressor pela mera presença de um Estado regulador na economia. Certos países passaram por fases de forte presença do Estado na economia sem que os cidadãos se sentissem rapidamente oprimidos. Isso deu-se porque o ordenamento jurídico desses países era forte, independente e vigoroso. O Direito que regula as relações do Estado com os cidadãos é o Direito Administrativo (em matérias de Direito Público, claro). O Direito Administrativo foi criado em França e não nasceu da mesma maneira que o Direito Privado. Não existia para salvaguardar os particulares, mas sim para que o Estado e a sua administração tivessem um tribunal para os seus assuntos. Com a evolução do Direito Administrativo em toda a Europa, contudo, assistimos à criação de um Direito que está especializado nas relações entre o Estado e os cidadãos, salvaguardando o Bem Comum de um lado e os direitos de cada indivíduo pelo outro. Há uns anos apareceram em Portugal as Autoridades Independentes. Nos EUA, pátria destas figuras, as Autoridades Reguladoras Independentes eram meios do Estado Federal de aumentar a sua influência no mercado.

Na Europa, onde os efeitos perniciosos da intervenção directa da Administração já se faziam, uma vez mais, sentir no desempenho da economia e do direito, as ARI's doram adaptadas no contexto da contenção da intervenção do Estado.

As ARI's pretendem:

1- desgovernamentalizar a tutela dos direitos fundamentais (daí muitas Entidades Independentes para regular coisas como a Comunicação Social e a Liberdade Religiosa)

2- despartidarizar a administração.

As ARI's revelaram-se um flop.

Primeiro, porque são os governos que as constituem, e não existe em Portugal uma cultura cívica que faça com que estes escolham pessoas pelos seus méritos académicos e profissionais. De facto, "lá fora" muitas vezes são os Parlamentos a constituir estas entidades. A Administração tem somente sobre estas entidades uma tutela de mera legalidade, não havendo superintendência nem tutela de mérito. - devido ao carácter independente das ARI's. Neste caso, seria normal que a competência de tutela devesse ser alargada aos Tribunais Administrativos. Por muito que os reguladores sejam considerados independentes da Administração do Estado, não estão nunca independentes do interesse público. Esta facilidade com que os neo-intervencionistas acharam formas de aplicar as suas medidazinhas de engenharia social sem as complicações da Administração directa e indirecta mina, lentamente, a autoridade do Direito. Dentro da própria classe judiciária se sedimentou a divisão e a austeridade e a prudência, duas características fundamentais ao exercício do Direito, desaparecem diariamente das palavras dos advogados e magistrados que vêm para a Tv, num tom de voz corporativista, desautorizar a imagem de guardiães do bem público que estas profissões deviam guardar.

O Estado, mesmo sendo reduzido do ponto de vista político/económico, deve possuir uma Administração forte, um Direito forte.

As entidades independentes entregam o cidadão ao jogo das corporações profissionais.

sábado, 22 de maio de 2010

O Rui bem que pediu uma Monarquia pré-jacobina.

Tarde de mais.

Hoje me dia, nos círculos monárquicos, existe - devido à presença da Esquerda na causa como nas muitas instituições do género - uma doutrina que consiste na coroação de Abril.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

quarta-feira, 19 de maio de 2010

sobre o casamento homossexual

pá, força.
e que tenham muitos meninos.

terça-feira, 11 de maio de 2010

o que vos chateia...

O que vos chateia é estar uma multidão de pessoas no Terreiro do Paço, e estarão também em Fátima e no Porto, que não faz protestos sobre as causas caviar chic, que não pretende sujar, destruir, estragar o que é dos outros, nem pretende chocar.
É uma multidão que, civilizadamente, manifesta-se pela paz entre os homens.

E isso, meus esquerdalhos, vocês nunca conseguirão. Quando as vossas modas passarem - e acreditem, tudo o que nasce do vosso relativismo moral passa - algo superior manter-se-à - a Igreja Católica Apostólica Romana.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

sobre os grupos do Facebook que querem distribuir preservativos na vinda do Santo Padre

canalhada, é crescer e aprender.

do reino da tailândia

Caro(a) estudante,

O Reitor da Universidade do Porto, José Carlos D. Marques dos Santos, vem por este meio convidar-te para a abertura da exposição "Tailândia, Rostos e Paisagens", a decorrer esta quinta-feira, dia 6 de Maio de 2010, pelas 18 horas, no Átrio de Química do Edifício da Reitoria da U.Porto (entrada pelo Jardim da Cordoaria).

Organizada em parceria com a Autoridade de Turismo da Tailândia em Portugal e a Embaixada do Reino da Tailândia, a mostra reúne dezenas de imagens captadas por Miguel Valle de Figueiredo (co-fundador e ex-Director de Fotografia da revista "Volta ao Mundo") e José Pinto Ribeiro (autor de diversos livros e exposições individuais de forografia) nas suas aventuras pelo oriente. Entre rostos e paisagens de um destino exótico perfaz-se o roteiro que pode agora ser apreciado na Reitoria da U.Porto (entrada pelo Jardim da Cordoaria), depois de já ter passado por Lisboa, Sines e Setúbal.

Para além dos dois fotógrafos, a inauguração da exposição vai contar com as presenças do Embaixador da Tailândia em Portugal, Kasivat Paruggamanont, da Representante da Autoridade de Turismo da Tailândia, Rosário Louro, do Reitor da U.Porto, José Carlos Marques dos Santos e dos estudantes tailandeses que frequentam a Universidade. Durante a sessão será servido um cocktail tipicamente tailandês, havendo ainda espaço para demonstrações de danças tailandesas e de muay thai (kick boxing tailandês).

Após a inauguração, "Tailândia, Rostos e Paisagens" pode ser visitada até dia 22 de Maio, de terça-feira a sábado, das 11 às 18 horas. A entrada é livre.

Mais informações:
https://sigarra.up.pt/up/noticias_geral.ver_noticia?P_NR=9107

segunda-feira, 3 de maio de 2010

movimentações de Massas

O mais democrático dos desportos, o futebol.

A canalha faz das suas, impune. Estragou o que não era seu, tudo pela causa mais vazia e burra que se conseguiu atirar à populaça das claques e simpatizantes.

O país, com esta gente, está a saque.

domingo, 2 de maio de 2010

First of all, why go? Some people feel that they can no longer remain associated with an institution that is so corrupt and dangerous for children. The suffering of so many children is indeed horrific. They must be our first concern. Nothing that I will write is intended in any way to lessen our horror at the evil of sexual abuse. But the statistics for the US, from the John Jay College of Criminal Justice in 2004, suggest that Catholic clergy do not offend more than the married clergy of other Churches.

Some surveys even give a lower level of offence for Catholic priests. They are less likely to offend than lay school teachers, and perhaps half as likely as the general population. Celibacy does not push people to abuse children. It is simply untrue to imagine that leaving the Church for another denomination would make one’s children safer. We must face the terrible fact that the abuse of children is widespread in every part of society. To make the Church the scapegoat would be a cover-up.

But what about the cover-up within the Church? Have not our bishops been shockingly irresponsible in moving offenders around, not reporting them to the police and so perpetuating the abuse? Yes, sometimes. But the great majority of these cases go back to the 1960s and 1970s, when bishops often regarded sexual abuse as a sin rather than also a pathological condition, and when lawyers and psychologists often reassured them that it was safe to reassign priests after treatment. It is unjust to project backwards an awareness of the nature and seriousness of sexual abuse which simply did not exist then. It was only the rise of feminism in the late 1970s which, by shedding light on the violence of some men against women, alerted us to the terrible damage done to vulnerable children.

(...)

Many Catholics still suffer imprisonment and death for their faith. Of course, the Vatican tends to stress confidentiality; this has been necessary to protect the Church from people who wish to destroy her. So it is understandable that the Vatican reacts aggressively to demands for transparency and will read legitimate requests for openness as a form of persecution. And some people in the media do, without any doubt, wish to damage the credibility of the Church.

But we owe a debt of gratitude to the press for its insistence that the Church face its failures. If it had not been for the media, then this shameful abuse might have remained unaddressed.

Confidentiality is also a consequence of the Church’s insistence on the right of everyone accused to keep their good name until they are proved to be guilty. This is very hard for our society to understand, whose media destroy people’s reputations without a thought.

sinais da Reforma

O Nascimento de Vénus, de Botticelli

American Gothic, de Grant Wood
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