domingo, 11 de dezembro de 2011

A Monserrate, a Portugal, aos Portugueses



'Childe Harold's Pilgrimage', canto I, XVIII

Poor, paltry slaves! yet born midst noblest scenes -
Why, Nature, waste thy wonders on such men?
Lo! Cintra's glorious Eden intervenes
In variegated maze of mount and glen.
Ah me! what hand can pencil guide, or pen,
To follow half on which the eye dilates
Through views more dazzling unto mortal ken
Than those whereof such things the bard relates,
Who to the awe-struck world unlocked Elysium's gates?

Lord Byron

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Do comunismo incomum

Muito por causa ( e efeito) de meu amigo Sousa Dias ( in Grandeza de Marx; por uma política do impossível) aprendi que, hélas, O cogito proletário é um espectro.

E, mesmo a "espectralidade do espectro" comunga do por vir. O poder comum é uma falácia, conquanto que a sua transcendentalidade teórica comunga do im-possível, do eterno vir-a-ser, do eterno in-concreto.

A actualidade de Marx é uma tautologia de (in)concretez; a Lógica do impossível ( Alain Badiou) esbarra contra a fenomenologia da consciência do poder no homem ( auto-poder) e fora do homem ( hetero-poder).

A bondade de Marx ( métrica e alcance de suas Teorias) esbarra com a ausência de altruísmo vigente, em cada humano errante. A grandeza de Marx deduz-se, então, da pequenez cerebral do receptor. De nós, todos, meros incomuns.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Grandeza de Marx - Sousa Dias

convido toda a gente à apresentação do livro da autoria do meu amigo pessoal Sousa Dias ( que apresentou com fulgor e sapiência o meu modesto Réu Vai Nu). apareçam!

terça-feira, 4 de outubro de 2011

De chegada

A convite, deixarei eu também neste átrio algumas das palavras que a caneta vai descoordenadamente vomitando.

Do eminente Antero:

«A estes tais chamo eu poetas. Porque nos ensinam o bem. Porque são originais e dizem sempre alguma cousa nova à nossa curiosidade de saber. Porque dão com a elevação das vidas confirmação à sublimidade dos escritos. Porque são tão poéticos como os seus poemas. Porque vão adiante abrindo à luz e ao amor novos horizontes. Porque não conhecem ambições nem orgulhos. Porque têm a cabeça do génio e o coração da inocência. É por isso tudo que lhes chamo poetas.»


Ao meu anfitrião, Lourenço.

sábado, 18 de junho de 2011

Dionísicas às Éclogas Universitárias costumeiras ou foraleiras

Falta ao Homem ( e ao adolescente-médio peculiarmente) contemporâneo um quid de inteligência sentiente que Xavier Zubiri profetizava, no cômputo geral de uma continuidade descontínua da metafísica do sec XX.


Uma inteligência que não negligencia a premissa de ser-com-os-outros-no-mundo, no conspectum da alteridade plurisubjectiva-concreta do onthos, complementada pelo Dasein Hedeggeriano que limitará os gestos peculiarmente isolados e de interesse meramente privado (rectius, mero capricho) pela alterância de usus e costumes axiológicos. Falamos, portanto, de Valores Universais, autênticos imperativos categóricos que legitimam mais os actos das pessoas e menos as suas correlativas ( e não, por vezes, menos divergentes) orationes.


Um saber restritivamente enciclopédico pecará, sempre, quer pela indefinição de sensibilidade imputada ao sujeito que a auspicia , quer pela rejeição da necessidade-sociabilidade pela autoproclamação de uma auctoritas, que nem os Clássicos se arrojavam de possuir. Cairemos num lugar comum aos Déspotas Esclarecidos ou, mais remotamente, aos que se legitimavam por , cumulativamente, dominus et deus serem.


Não possuímos nenhum ius respondendi ex auctoritate principis, nem nenhuma Sacrosanctitas que nos permita ( aos olhos dos demais cidadãos) viver da desalternância egoística ética.


No fundo, essa representação ( a par da finitude e da solidão) torna-se fattispecie de deselegância moral disfarçado dum mecanismo que o ego, esse faminto instituto individual ininterruptamente recalcado e recalcante, capta para cortar um atalho-vis rumo à autonomia de consciência individual: a desconstrução do Gestalt no seu conteúdo mínimo-ético de Cortesia e de Bom-senso, enquanto ordem valorativa-axiológica que constitui o animus de qualquer futuro bonus paterfamilias.


Falaremos, conquanto, de valores que poderão, pela sua importância, revogar certos legalismos de Magdala. Valores que se aprendem em comunidade, códigos de ética, autênticos pactos de não-agressão fundamentados em prismas axiológicos, e portanto, comuns a quem felizmente os soube aprender em sociedade(s), e confusos a quem, por temeridade divina, não lucrou de seus irreversíveis benefícios.


Os senhores ( e principalmente Donzelas) que criaram uma polícia escolástica ( permitam-me a tête de chapitre) para impedirem outrém de copiar em exames não deixam de estar certos quanto aos motivos ( resta saber se individuais ou por amor à nobre causa comum ou comunista), não deixando, contudo, de exagerar quanto aos fins usados, violando o excesso dos meios. Mas, pior do que esses Savignystas ( esperemos que não codifiquem tais iura) são aqueles que traem os próprios colegas, demonstrando crueldade no modo como encaram esse egoísmo ético uma cabeceira-bíblica digna de leitura pré-onírica repetitiva e perpétua, ao ponto de a terem motivado, como se ( de iure constituto) o pudessem fazer.


São esses senhores (e, repito, Donzelinhas) a quem me dirijo, na convicção de espectador não ferido pela Prevenção Geral que pretendem impor, legitimada pela magna auctoritas, coercito, e exemplo incorruptível que transmitem à nossa domus sapientiae: deixarei, prontamente de ler o Método, haverá pois clareza e distinção de maior no universo estudantil da muy nobre Faculdade de Direito da Universidade do Porto?


Os professores da casa não terão culpa, já que (quando muito) estarão a receber ordens severas para apertar com as vigilâncias. Agora, não deixa de ser hermético o facto da causa deste Policiamento mordaz ter sido a fraca vontade de um senhor ( ou Donzela, repito), que ferido(a) nos seus calcanhares dourados por estudantes cabulescos que passam com um 10 às cadeiras, decidiu colocar o princeps à perede com ameaças lesivas da sua virtude ( uma autêntica capitis diminutio lhe aconteceria, decerto).


Freud , certamente,encontraria um caso paralelo onde não faltariam referências a uma postura "libidinal minor", mas talvez só disso não seja feita a massa que nos envolve a carne. Pior do que isso está quem quer fazer uma prova na "paz do Senhor": levar com marcação apertada, quando "nem devem, nem temem", e com constantes avisos intercalares, contra-avisos, questões prejudiciais, etc. Desormé, com isso podemos nós, os alunos que não copiam mas que não se importam que uns malogrados possam passar a uma cadeira para poderem bater-pé com um(a) aluno(a) de 16 num futuro que não passou.


A questão, perdoem-me os civilistas arreigados no seu juspositivismo obtuso, não está na ilicitude do acto, mas na incompetência moral de quem causou este motim. Seja ele senhor ou Donzelinha, fosse no seminário onde eu estudei e seria o primeiro estudante não plagiador a dar o primeiro golpe de purificação, para veicular estes tais laços invisíveis que separam a individualidade ( egoística) da alternidade subjectiva concreta. A praxe ( neste ponto concordo) veicula este espírito de união. Antevendo que não será ninguém de tais meios ( nem tampouco tenha andado em seminários, como triste eu) , resta esperar por fumo branco.


Que estas éclogas dionísicas, que demarcam o fumus do fogo dissipem algumas mágoas a alguns que, possivelmente arrependidos de seus actos, possam fazer um breviter juízo de consciência quanto à ética e axiologia de seus propósitos. A Justiça clamará por pessoas íntegras que afastem a concorrência com métodos substantivamente lícitos, mas essencialmente imorais.


Esta é a minha opinião acerca do fumus que alega haver um grupo de alunos do 3º ano da FDUP que coordena uma brigada anti-plágio nos exames, com o pretexto de estar a trabalhar para o currículo. Desta vez, não posso calar. Impõe-se uma Démarche! Não pela legitimação de um plágio, não pela legitimidade de métodos fraudulentos, mas pela consciência colectiva ferida pela obstipação dessa inteligência sentiente que tanta falta faz hoje à contemporaneidade ultra-liberal.


Deus, nosso Senhor, e Maria sua ( e nossa ) Mãe nos ajudem nestes santos e vigiados exames. Amen


domingo, 12 de junho de 2011

Recomendação mensal de leitura filosófica

Javier Hernández-Pacheco, Friederich Nietzsche: estudio sobre vida y trascendencia; Barcelona Editorial Herder, 1990.

Um estudo do Professor Catedrático de Filosofia da Universidade de Sevilha declinando temas convergentes em Nietzsche: breviter, Existência Trágica, Trancendência e culpabilidade, vontade de viver, inversão axiológico-normativa e vontade de poder, Actualidade, Trancendência religiosa e transcendência aristotélica.

Recomendo aos amantes de Filosofia e curiosos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Fernando Nobre

A maioria das pessoas até simpatizaram com a virtude deste senhor. Contudo, o que ele fez demonstra efectivamente que a Política não cessa de surpreender pela elasticidade das convicções, e rigidez de oportunismos.

sábado, 9 de abril de 2011

O Desvalor da Moeda ( Sátira)

A Moeda poderá comprar-nos um presente
Mas, decerto, vender-nos-á outro futuro
Tudo é dinheiro! Tudo é Moeda! Tudo é Capital!
Prostituem-se (até clérigos) por dinheiro!
Ah, Moeda, O Diabo é o eterno Banqueiro
cobrando juros a cada alma que o deteste gastar,
sem amor. Tudo é quantificável e mensurável,
sem virtude, mas com um preço! O dinheiro, meus caros!
( Afinal, é de dinheiro que falamos não é?)
Que Deus partilha sua casa com o eterno cornudo
a seu lado, contando eternamente suas moedas? Seus oiros?
deram a César o dinheiro de Deuses, para vir com um diabo
taxado a preço de um escravo? O Demónio está nos desamores
que a ilusão do poder ilegitimamente cria, sob o fausto da Posse.
Onde haverá dinheiro, sobrará poder! E tudo, de novo, será Moeda!
Mas, dois demónios estão quando Belzebu semeia o eterno vício
que o homem tem de superar o seu vizinho, criando espécies de Oasis
financeiros! Só para parecer bem, faustoso, imperial, Persa...
Endivida seus próprios filhos, hipotecando-lhes o pão e a educação
que hão-de encontrar nas leis das Ruas.
Quantos pecados cobrará o diabo por um Porsche?
E onde estão os garantes de Deus?
Sim, aqueles cujos sapatos são Prada ou Gucci,
e extremamente valiosos para calçar o pé de Belzebu?
O Cornudo adora dinheiro, mas decerto não calçaria Gucci.
Onde estão os garantes do Socialismo, do materialismo dialéctico, do mutualismo
do Cristianismo, do populismo, Do DIREITO? Da soberania Popular?
Onde estão, merda?

( Calam-se, porque podem cortar-lhes o eterno dinheiro)

( Calam-se porque são fracos ... sem dinheiro, e se há coisa que se não possa comprar é efectivamente uma consciência cívica)

(calam-se porque têm medo de saber falar)

( calam-se porque são medíocres, porque se o não fossem, justificavam-no com acções dignas de
louvor e honra)

( calam-se porque não são inteligentes; são espertos, e sabem que para chegar ao cume do everest monetário, é necessário queimar muitos dedos sem dar um grito)

(Calam-se, porque há-de chegar a vez deles mandarem calar)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Em demanda de um Fundo Axiológico Internacional

Vinte e quatro horas após o anúncio do FMI, o Primeiro-Ministro Medina Carreira prometeu que a nossa camarada Alemanha irá interceder por nós, no que concerne ao que é designado de "input moral" à Nação.

O Fundo Axiológico Internacional, quiçá inspirado no idealismo alemão, irá assim ser muitíssimo útil aos Portugueses, que já expressaram o seu contentamento, numa sondagem realizada pela TVI, e adiantada pelo Prof.Marcelo Rebelo de Sousa, algures perdida a folha num livro do Professor Bambo.

Após cinco intensos minutos de negociações com a oposição no café Luanda, Bairro Alto, Medina Carreira convenceu Alexandre Frota e Pedro Mantorras a solicitar o Pacote de medidas morais.

O FAI terá como principais objectivos ensinar aos Portugueses a dizer "obrigado" a tudo o que venha de nossos amigos, e ,como a amizade é ter "um espírito em dois corpos", dizer "olá" sempre que nos queiram cumprimentar cordialmente, e nunca, nunca um fadista "Adeus". Um "até breve" choca menos nossas amizades, não nos torna indelicados, e revela que teremos todo gosto em que venham visitar-nos com alguma regularidade e delicadeza!

O Presidente da República, Tony Ramos, não se pronunciou sobre o sucedido, mas espera-se que amanhã dirija uma mensagem ao país, directamente do centro de Depilação, no Bairro do Aleixo. Além disso, consta-se que virá um novo pacote mais light para pessoas sexualmente sensíveis, do qual apenas se sabe que se designará de FF.

( Notícia em acompanhamento Vip, patrocinado por Reinaldo Teles)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

La Fleuve, L'Histoire et les Gendarmes: La Génération 500 euros

Quand l'environnement nous touche sensiblement,

Quand l'histoire des massacres à la mémoire des faibles

se cache sur le lit des épouvantables pouvoirs,

Nous ne sommes pas, sans doute, l'Histoire

Nous ne serons, même pas, la Mémoire!



Les Gendarmes d'aujourd'hui

débarrassé de préjudices

Esclaves de leur propre liberté!

(dûment réexaminée au fond de la raison,

apparemment hissé vers le ciel)

ont vécu à ses intérêts et identités.



Nous ne vivons plus, certainement,

de ces remparts anciens

Nous sommes ces fleuves qu'émanent de l' absence d'eau

L'histoire qui survit de l'absence de rien,

de motivations et d'événements!

Une génération de "gendarmes" sans peau.






sábado, 12 de fevereiro de 2011

Repensar a FDUP- Acto Primeiro

Afastado e desgastado de algumas apoquentações isoladas quanto ao (dis)funcionamento da nossa domus sapientiae, vieram-me às vãs memórias algumas dissonâncias longínquas, após uma conversa com dois alunos, do primeiro e segundo anos, da licenciatura de Direito.

Em tempos, houve uma tentativa inglória e fracassada de refundamentar alguns vértices sobre os quais se nidifica a nossa vida académica, rectius, alguns aspectos que necessitam de ser rapidamente repensados pela Maioria dos estudantes que compõem a FDUP. A Faculdade de Direito da Universidade do Porto, não obstante algum progresso na matéria, está longe de ser considerada uma máquina perfeitamente oleada.

Quanto à fenomenologia da Avaliação de Conhecimentos:

Após estas apoquentações dionísicas, saltou-me à vista uma RGA onde foi deliberado um avanço quanto à vexata quaestio das Melhorias Por Escrito ( MPE). Houve efectivamente um sinal claro da insatisfação dos alunos quanto a esta matéria, que constará inclusive em acta.

A esmagadora maioria dos alunos achará insólito que a nossa FDUP seja a única faculdade do País com este sistema deturpante de Melhorias por Oral.

O critério da escolha entre um e outro modelo parece-me a via mais democrática, em paridade com o modelo vigente na "licenciatura-irmã" de Criminologia. Eis o primeiro tópico que precisa urgentemente de ser rebatido e questionado por todos!

Destarte, e quanto a esta matéria, cabe-me ainda perguntar o que é feito do inquérito feito aos alunos nesse ano, e qual a reacção do Pedagógico quanto a esta matéria. Quais os seus argumentos, etc etc.

Por Um Novo Regime de Avaliação: Crise ou Paradigma?

Esta exposição é meramente pessoal, e fruto de uma reflexão intensa, com experiência de modelos integrados no estrangeiro, nomeadamente ao nível das Universidades.

A nossa FDUP dispõe de meios suficientes para ser paladina da transparência e da Imparcialidade ( dois princípios-quadro da Democracia, segundo os seus Mestres).

Para além disso existe o eterno lusitano medo das represálias. Claro, pois, o eterno medo das notinhas, como se não pudéssemos rebater nada, porque eles têm a faca e o queijo na mão.

Para ultrapassar esse impasse, solucionaria o seguinte:

Um modelo de avaliação anónimo.

Porquê e em que termos?

Ponto 1 - É um modelo mais eficaz para promover a aequitas, a imparcialidade e a transparência, bem como a confiança na instituição.

Ponto 2- É um modelo que, contrariamente ao que a maioria das pessoas julga, não acarreta muitos encargos económicos! E para isso temos os nossos engenheiros, que irão finalmente ter um desafio interessante, além de passarem o tempo todo a protribuirem passwords de um servidor bacoco.

Ponto 3- O Sistema Cria uma grelha numérica aleatória para cada exame. E O Professor Corrige o exame de um número. O Professor dá a nota a um número.

Ponto4- O Serviço de Engenharia competente, vincula o enunciado à grelha adequada, et voilà!

Ponto 5- As pautas serão afixadas com a grelha do exame e a nota, possibilitando a cada um ver a sua nota, e desconhecer a dos outros, que é uma matéria por vezes acessória.

Ponto 6- Em suma: Os professores terão o mesmo trabalho, Os engenheiros terão enfim trabalho, e os alunos eliminarão esta onda de incredulidade quanto ao funcionamento do Regime actual de Avaliação.

Em jeito de súmula referencial, este método é utilizado em muitas universidades, e entre nós, nos exames Nacionais, não havendo conhecimento de qualquer malefício ou disfuncionalidade malévola.

Outra questão: O Café Odisseia não critica por criticar, nem se autoproclama sábio nem omnisciente, muito longe disso! Apenas dá ideias, sugestões, e as pessoas que o compõem ouvem os alunos e sabem o que eles realmente desejam. E todos desejamos uma faculdade mais transparente, mais eficiente!

Será um vexata quaestio imprescindível para reconfigurar alguns hábitos, a nosso ver, obsoletos e demasiadamente descaracterizados.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Juristas pós-Bolonha: Principezinhos ( e não Raposas)

Existem boas maneiras de conjugar Direito e Literatura. É um facto indubitável, já que a Literatura é Universal, há-de contender com a ars boni nalgum vértice referencial.

Após algumas leituras na matéria, ficou-me, no entanto, uma apoquentação hilariante: serão os juristas hábeis Raposas? Ou serão Principezinhos? Eu optava mais pela segunda opção, discordando, permitam-me, da auctoritas dos Magnos Mestres.

Neste sentido:

1- As Raposas são demasiadamente espertas e lutam pelo seu território. /

O principezinho andava com uma coroa aos pulos pelos territórios dos outros;

2- As Raposas são de difícil trato, e resmungam /

O principezinho era ingénuo, e corava facilmente. Raramente soltava um som.

3- As Raposas não perdem tempo a cativar /

O Principezinho adora ser cativado, sem nada fazer para ser, primo, reconhecido por algo;

4- As Raposas são animais que se fecham em grupos restritos, constituídos po vínculos quase monopolistas /

O Principezinho adora deambular pelos grupinhos das fofocas jurídicas ( tipo Cláudio Ramos Justiceiro )

5- As Raposas aprendem com o tempo, e quanto mais velhas, mais espertas.

O Principezinho fica muito confuso com a andar dos ponteiros, e quanto mais aprende, menos pensam que sabe;

6- As Raposas tinham mais tempo para serem adultas ( 5 anos) e tinham despesas consideráveis com a sua alimentação ( Pão e Vinho)

O Principezinho é semi-adulto após 4 anos, semi-macho após 6 ( 4+2) e realmente viril após Doutoramento, quando deixa de comer pizzas do Mini-Preço.

7- Até lá vira-se o Principezinho para a Raposa:

Principezinho:
-" Oublá, o que é realmente cativar ( o mercado)?

Raposa:

-" Paga as tuas propinas, que quando acabares, dir-te-ei"


BOLONHA é apenas um pretexto para criar Principezinhos, já que muitas Raposas juntinhas dão sempre barraca. Hilariante não?

Quod Scripsi, Scripsi


sábado, 29 de janeiro de 2011

Disfuncionalidade Institucional

Quando falamos de uma Instituição de Sapiência, ou aliás, uma tentativa de uma domus sapientiae, como deveriam ser efectivamente adjectivadas estas nossas Universidades, salta-nos logo à memória que essa Sapiência é um quid exteriorizável, mas, muito acima disso, um quid internamente subjectivizado.

É um quid institucionalizado, programático, ad omnium, rigorosamente científico, e por conseguinte, longe dos devaneios "aportuguesados" de afirmação/superação intelectual. Tenta-se com um ensino Superior ( longe, em longevidade e carácter,da minor sapientiae do Secundário), a hegemonia intelectual do indivíduo que, perante uma sistematização e rigor de conteúdos, tente abarcar o sentido de tais pressupostos metodológicos, e tente ir mais além de si, nesse iter, com vista a construir uma sólida percepção do mundo e de si, e que, nesse intuito, traga algo de "revolucionário" a esta Societas, já que o consenso dos sábios não avança a Ciência, e é no discenso que dialeticamente o conhecimento ou gnose, e todos os pressupostos ontológico-gnosiológicos que o moldam, progridem.

Com isto, sendo apenas uma opinio singularis, creio que Aníbal esteja efectivamente às nossas portas. Muito embora Aníbal ( Cavaco Silva?) já esteja há algumas décadas à porta da desvirtude, bastará questionar o fumus que emana desta quaestio: que Contra-Aníbal produzirá a nossa mente para trancar nossos portões? Qual o anti-corpo?
Não será portanto verosímil ou vetusto alicerçar opiniões e constituí-las dogmas, mesmo que a maioria da Ciência o refute. Creio, pro bono, que usaremos ( e abusaremos) em demasia dos tais argumentos ad hominem, mesmo que, por inconsciência, sejamos premiados pelo labor, pese embora a qualidade e quantidade de pressupostos disfuncionais a partir dos quais partimos para uma sistematização à la Palice.

É tipicamente Português, que Aníbal esteja às nossas Portas, que nos leve, aliás, as fechaduras, que nos tranque em nossos armários dantescos e nos deixe caminhar no ordo do estoicismo, que nos garantirá o pão em nossas Portas. Aguentem-se e abstenham-se de questionar o questionável, de pensar o repensado, de comer e calar. Aí criar-se-ão homens-ford, aí criar-se-ão as bases de uma sociedade surda, cega e muda. Estóicos na parada, em conclave, para largar fumos brancos de suas negras e pálidas mãos.

Odiosa Restringenda esta, de compactuarmos com Aníbal, e de trairmos nossa consciência, quando, no íntimo do cordium, até o adoramos.
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