sexta-feira, 31 de julho de 2009

O labirinto para a Servidão

no i.

O parlamento venezuelano prepara-se para aprovar uma lei que prevê penas de seis meses a quatro anos de prisão para aqueles que divulgarem informações que atentem contra “a estabilidade das instituições do Estado (...), a paz social, a segurança e a independência da Nação (...) a saúde mental ou a moral pública” ou ainda que “gerem sensação de impunidade ou de insegurança”.
Na verdade, é um leque de situações amplo e pouco definido que, segundo a oposição, pode ser aplicado em quase todos os contextos.
-
Hugo Chávez quer aprovar a lei antes do final do ano.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

um olhar sobre o que passou



"Vós sabeis que o solo, que hoje chamamos Portugal, não conheceu desde séculos remotos outro Governo Político, que não fosse o Monárquico-Representativo. Prelados e Grandes Senhores formavam unicamente esta Representação: o Povo não tinha voz nem acção num regime quase feudal. Os Reis Portugueses, pouco depois do princípio da Monarquia, concederam ao terceiro Estado os direitos e a dignidade que os séculos bárbaros lhe haviam negado. Floresceu então Portugal à sombra de um Governo completamente Representativo: porém, não havendo Leis que fixassem de um modo invariável as Instituições adoptadas pela prática e tradição dos Maiores, vieram estas a cair em esquecimento; emudeceram as Cortes da Nação e estava reservado para os nossos dias renová-las por meio de estabelecimentos sábios e permanentes.
Tal foi o projecto que, na Sua Real Mente, concebeu Meu Augusto Pai [D. João VI], cuja memória será sempre cara aos Portugueses; e tal foi o que com glória imortal executou Meu Augusto Irmão [D. Pedro IV], felicitando esta Nação com a nova Carta Constitucional..."


(Discurso do Trono da Infanta Regente D. Isabel Maria, 30 de Outubro de 1826)

O Elogio do Anonimato - A Legião Contra-Ataca

Para quem gosta do estilo composto das conversas à volta de Aristóteles, do Logos e de Kiekegaard, vai ter muito por onde se virar no novo blogue de fdupianos, a Legião.
O Novo Sítio apresenta-se com vigor combativo, com uma boa base intelectual, e visa combater a inércia, inépcia e falta de rigor de alguns orgãos académicos, propor uma via auxiliar de cotestação estudantil e lutar pelos direitos dos alunos. O que é, de facto, necessário, porque a AE, obviamente, não tem o monopólio de possibilidades e opiniões, nem tão pouco é o governo dos optimates cá do sítio.
Como a FDUP é, ao mesmo tempo, uma faculdade de qualidade e um antro viscoso de ciúme e inveja, misturados com um certo complexo de inferioridade agressivo, os próprios estudantes da faculdade já entulharam o blogue com comentários de ódio e chispas suínas de sarcasmo doente. A Legião, comentava um desvairado leitor, passa férias. "A Associação nunca está de férias". A ser verdade, corram-nos todos a magistrados, por favor.
Um bando de mesquinhos, esta gentalha. De facto, mexer o rabo é um sinal óbvio de hostilidade para os vermes.
Devo dizer que admiro imenso o anonimato na blogosfera. Simplesmente porque penso que esta é o espaço mais livre de informação e entertenimento alguma vez criado pela Humanidade. O que há de desumano em criticar, enxovalhar, insultar, argumentar, sem dar a cara?
Os que defendem a total democracia das caixas de comentários, esses sim os verdadeiros doentes que destroem a liberdade deste espaço virtual, acabam quase sempre por proibir os anónimos de escrever. Sempre que um anónimo me escreve um comentário, preparo-me para rir, postar, ou apagar. Quero lá saber se alguma vez verei a cara dele. É a Ideia que lá esta, a carantonha feia do Anónimo sempre pode ficar em casa. Mas isto, claro, é algo que se atinge apenas quando se percebe que moderar comentários num blogue não é ser censor, é moderar os comentários à vontade, não ditatorial mas divinal, do dono do blogue. Nalgum sítio eu serei divino, será então no meu blogue. Eu mando neste Silo, e sou Deus. E escrevo coisas interessantíssimas. E quem comentar neste blogue a pedir que eu enfie objectos rotundos no meu ânus, fique sabendo que antes de tudo, faço-lhe um manguito e volta o dito cujo para trás.
Falava então, antes deste aparte doutrinal de imenso valor filosófico, dos vermes que foram chafurdar com pseudónimos o sítio da Legião.
Isto de se autoproclamar Legião parece algo cesarista, um revanchismo mussoliniano, mas daí pode ser que o nome até pegue. O que me deixa, de facto, divinamente irritado, é a tendência de algumas moscas para criticarem um projecto que não seja insosso.
Pressinto que vou discordar muitas vezes da Legião (apesar de possuírem a capacidade de se aproximar do Logos, eu tenho a centelha divina que me faz o Logos, por isso eles não podem estar sempre correctos), e espero que eles escrevam sempre que possam. Prometo estar atento o máximo possível.
À Legião, uma força Homérica, para levar o seu barco a bom porto. Bem Haja.

Rua da Atalaia

quarta-feira, 29 de julho de 2009

e quem disse que eles nos aceitam de volta?


Ricardo Salgado
"não faz sentido estarmos na União Europeia sem integração ibérica, sem a integração do nosso país na Ibéria"

"Não me venham dizer que com o crescimento das relações económicas entre Portugal e Espanha o TGV não vai ter passageiros?"

in Público

Novo record do Homo Aquaticus


PS promete que daqui a 18 anos alguém pagará o novo subsídio de 200euros

José Sócrates propõe, no seu programa eleitoral, a criação de novo subsídio, desta feita assumindo a forma de incentivo à natalidade – uma conta poupança de 200 euros por cada nascimento que poderá ser movimentada mal o indivíduo perfaça 18 anos.

Estamos perante uma pequena brincadeira de campanha, profundamente eleitoralista e inconsequente. Podemos até questionar-nos se, e até que ponto, a medida atinge a finalidade a que se propõe; bem como o impacto que terá na despesa pública.

Em suma, incentivos à natalidade descabidos, falta de fiscalização dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção, aumento de impostos, e tectos para as reformas do sector privado – um belo folhetim eleitoral, todavia, eu não assino por baixo.

o que é uma ditadura?

"A resposta exigiria demorada monografia, mesmo que partíssemos só de Maquiavel, deixando para trás a antiguidade clássica e a oriental. Não me permite o espaço tão largo voo. Remeto para os trabalhos fundamentais de Carl Schmitt e Franz L. Neumann. Dadas as limitações deste livro, limito-me a resumir a caracterização que dela faz um bom especialista, - Otto Stammer, em estudo recente da Enciclopédia Internacional das Ciências Sociais. Deixando de lado "as ditaduras constitucionais, estabelecidas para enfrentar uma situação de crise ou de emergência" (o que pode justificá-la e até exigi-la), o ilustre politicólogo alemão considera características fundamentais do verdadeiro regime ditatorial: o exclusivismo e a arbitrariedade no exercício do poder, supressão ou eliminação do poder político, eliminação ou restrição substancial das liberdades civis, agressividade e impulsividade na adopção de decisões, emprego de métodos despóticos de domínio político e social."

Francisco Videira Pires - A Manhã Sobre a Cidade

terça-feira, 28 de julho de 2009

Brecht, Niemöller e Pastiche

Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho emprego
Também não me importei
Agora levam-me
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

Bertolt Brecht


Um dia vieram e levaram o meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte vieram e levaram o meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei.
No terceiro dia vieram e levaram o meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar.

Martin Niemöller

Direito Penal por Don Vito Corleone

O Padrinho não acredita em penas suspensas. O Café Odisseia também não acredita...

Jaime Silva ou O Auto do Autismo


Síndrome de Júlio Isidro

"O Estado social de que Portugal hoje beneficia é essencialmente uma criação do Partido Socialista."
Vital Moreira in Público

sábado, 25 de julho de 2009

Suave Motim

ouvir aqui.

[Interview]
[Well, where are you coming from?]

Well, I don't like the way the country's ran,
don't you know, and um,that's pretty much
what i was expressing in my poem.

The government, the American government,
they're sneaky, they're very deceitful,
they're liars, they're cheats, they're ripoffs.

I mean, the American government is one
systematic government that, that nobody
can trust. I don't trust them myself.

[And how long have you been writing for?]

Huh?

[How long have you been writing for?]

Since I was four.

[Do you do this sort of thing a lot,
Like, open mic kinda questions?]

Oh I love open mics, I love coming
here doing open mics, absolutely.

[What kind of reactions do you usually get?]

Usually, people are, are pretty much
in agreement with what I'm saying.

[We overheard you before talking about
You went to court today for a speeding ticket?]

That's accurate.

[Right. Do you wanna tell us that story?]

Yes, absolutely, I wouldn't mind telling you the story.
Um, I went to court today for a speeding ticket,
and I told the judge, um,

"Let me tell you something, and you listen
and you listen good. I'm only gonna say this
one time and one time only.
I don't repeat
myself for nobody," I said.
I says,
"I'm here to pay a speeding ticket, not to listen
to your lectures and hear you run your mouth
for an hour." I says,
"I'm here to pay off my speeding ticket, and I'm
here to get my fines out of the way and get the
fuck to work."

The judge says, "You can't talk like
that in my courtroom, you're in
contempt of court."

Then I said, I told the judge,
"If that's the best you can do, I feel sorry for you."
I said, "Why don't you just shut your fucking
mouth for once and listen."
I said, "I'm not gonna take any shit."
I said, "I'm gonna pay my speeding ticket like I said."
I walked up to the goddamn bench and I
handed him my 25 dollars and
I says, "Here's my money, now I am leaving."

And I left it at that...

Then before I left, I turned around
and told the judge,
"I'm here to
state who I am and be honest with you."
I said "If they thought I was dangerous
on the road like you're trying to
accuse me of, wouldn't they have
taken my license when I first got it?
Yes they would."

And the judge says "Yeah, you have a point,"
He goes, "You don't need to get loud.

I said, "Don't get loud?"
I says, "I've got every right
to get loud." I says, "You
can't do a goddamn thing
about it, because I'm expressing
myself in your court, and
there is nothing you can do
about it.
You think you're god because
you have a robe and you can
put people up the goddamn
river for 20 years? Well you're not."

And I left it at that...

[Did you walk away?]

Yes I did. I don't like the judicial system,
I don't like the government system,
I don't like the police, I don't like anything to do with this country's government.
I just don't like it,
because, they're sneaky, like I said, they're deceitful, they're lying,
they're cheats, they rip the people off. That's the American government for you. America is a third world country, and people don't recognise it, and i think
that that's pretty goddamn sad that
they don't recognise their own country
as a third world, third rate, third class slum.

O desabar do artifício de Rousseau

"Uma sociedade não se constitui pelo acordo das vontades. Pelo contrário, todo o acordo das vontades pressupõe a existência de uma sociedade, de gentes que convivem, e o acordo não pode consistir senão em determinar uma ou outra forma dessa convivência, dessa sociedade preexistente. A ideia da sociedade como reunião contratual, portanto jurídica, é o mais insensato ensaio que se fez, para deitar o carro adiante dos bois. Porque o direito, a realidade direito (não as ideias do filósofo, jurista ou demagogo acerca dele), é, se me permitem a expressão barroca, secreção espontânea da sociedade, e não pode ser outra coisa"

A Rebelião das Massas, Ortega y Gasset

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Uma Parede Central Carecida de Amparo

1 110 952,25€ , sem IVA. Este é o preço das obras de remodelação da cobertura e reforço sísmico da parede central da Sala do Senado no palácio de S. Bento, iniciadas a 9 de Julho. Para o efeito foi movido um procedimento de adjudicação com carácter de urgência, não vá a gigantesca falha geológica que, desde 1755 dormita sob Lisboa, resolver agitar as águas.


Secção de Serviço Público de Informação do Café Odisseia

Novo "Modus Operandi" da PSP (II)

Permito-me (com a maior das cautelas) uma particular observação – a PSP vai leiloar armas entregues por cidadãos em programas de desarmamento voluntário. Dito assim soa a pecado…

Novo "Modus Operandi" da PSP (depois de um workshop na Christie's)

A PSP vai leiloar 217 armas na segunda-feira a quem possuir licença, todas perdidas a favor do Estado, com preços que variam entre os 100 e os 400 euros(...)

Disponho de Uma Civilização no Meu Quintal (como nova)...



A Heróica Nunca Matou Ninguém

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Trinta e cinco anos depois


Os negócios do papá

Do lado de cá do espelho as negociatas são fantásticas. Prorroga-se a exploração do Terminal de Contentores de Alcântara, por umas décadas valentes e sem concurso público, a uma empresa (Liscont) que cresceu debaixo do quente capote de sucessivos governos. Mais, em havendo lesão das expectativas (como determina o vínculo contratual) da concessionária, cabe ao Estado indemnizar a pobre coitada, ou seja, se o tráfego verificado no terminar for inferior ao expectado pela Liscont, paga o Estado.

Acontece que, crendo nos dados do Tribunal de Contas, as previsões de tráfego da Liscont estão sobreavaliadas. Resultado – um maravilhoso encargo anual a engrossar a dívida pública já a partir deste ano.

Do exposto retiramos que a Liscont não assinou um contrato público com o Estado, contraiu um seguro contra todos os riscos válido para as próximas décadas. Tudo isto com o aval governamental, uma cegueira rosada e veraneante que permite ao Ministro das Obras Públicas cofiar a parca pilosidade capilar e assegurar que fez um “negócio do caraças”.

É, sem vulto de discórdia, um “negócio do caraças” – para a Mota-Engil, para o ex-ministro Jorge Coelho, e para um sem-número de boys que estugam o passo na ânsia de conseguir o próximo frete.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sou bom deputado, assíduo e pontual...

Durante os quatro anos e meio desta legislatura, em que se realizaram 464 reuniões plenárias, os deputados deram mais de 6600 faltas, mas deixaram somente 79 por justificar, cerca de um por cento do total.

Por cá, os satanistas

“(…)Vamos pois, ambos com um só querer:
tu condutor, e tu senhor, tu mestre.”

Dante para Virgílio, seu guia pelos círculos infernais, no início da viagem - A Divina Comédia.

De Volta ao Café

De volta ao Café, saído do eremitério dos exames, o meu regresso faz-se ao som deste Beast of Burden dos Stones:

quinta-feira, 16 de julho de 2009

mas então, aquilo que se aprende em Direito Comunitário...

Com a leveza de pena que só um veterano por estas andaças tem e ensina, José Cutileiro desmancha, sem dó nem piedade, o sonho federalista da Europa.
Os últimos desenvolvimentos a nível comunitário levam os mais optimistas a considerar que tudo não passa de um ligeiro atraso, de uma "até ver quando" as mentalidades dos europeus estarão preparadas para aceitar a boa-nova dos federalistas.
A verdade é que, a partir de hoje, o rumo comunitário mudará de rumo. Não se afastará da integração e da cooperação internacional entre os países europeus.
Afastar-se-à, e felizmente, do crescimento megalómano do Parlamento Europeu e das suas pretensões, e o fim de uma conversa de surdos dos supostos defensores da europa dos povos, que não nada mais do que a europa dos partidos.

A Morte da Europa Federal
A visão dos Estados Unidos da Europa que animava prós e contras do debate sobre a construção europeia desvaneceu-se em Karlsruhe no passado dia 30 de Junho. O Tribunal Constitucional alemão decidiu que o Tratado de Lisboa, ratificado pelo Bundestag, não era incompatível com a Constituição Alemã mas que a responsabilidade primeira da integração europeia continuava nas mãos dos Parlamentos nacionais, que agem por conta dos respectivos povos, e não do Parlamento Europeu, porque existe neste um "défice democrático estrutural" e porque não há um "povo europeu". O Tribunal só tem alçada sobre a Alemanha, mas como tudo quanto constitua aprofundamento ou alargamento da União é decidido por unanimidade dos Estados-membros, a questão ficou arrumada.
O Tribunal reflectiu sentimento espalhado hoje pela Europa toda, a começar no "motor franco-alemão". A Alemanha, contra cujo expansionismo belicista da primeira metade do século XX se inventou o projecto europeu, sacrificou-se abnegadamente por este durante mais de meio século mas agora sente que expiou a culpa e gosta de se sentir mais alemã do que europeia. Durante a Guerra Fria a França achava que era dona do projecto, mas depois da reunificação alemã percebeu que afinal já não o era e passou a só gostar dele pela ajuda (escandalosa) dada aos seus agricultores. O resto compete com ambições nacionais de fama e proveito. Todavia quer a França quer a Alemanha, bem como a Grã-Bretanha - sempre meia dentro, meia fora - e os 24 parceiros restantes, perceberam claramente as vantagens do projecto perante a crise económica e financeira mundial. A união faz a força e em comércio externo, concorrência, moeda, e também cada vez mais em imigração e energia, o clube é muito mais forte do que todos os seus membros juntos e é o que fará 500 milhões de europeus baterem-se bem pela sobrevivência - de preferência sem guerras - num mundo globalizado (isto é um mundo em que juntos não mandam tanto quanto dantes alguns deles mandavam). Mas super-pátria europeia, com hino, história, bandeira e vidas dadas por ela, não há nem virá a haver.
Mau grado o acórdão de Karlsruhe, quando o Tratado de Lisboa entrar em vigor o Parlamento europeu passará a ter mais poderes ainda dos que os que já tem. Os governos decidiram-no, com especial empenho alemão porque o Parlamento é a instituição europeia onde a Alemanha tem mais peso. Infelizmente o interesse dos povos não acompanha esse zelo elitista: de 62% de votantes nas primeiras eleições por sufrágio universal em 1979 chegou-se a 43% no mês passado. Quando os deputados europeus vinham dos Parlamentos nacionais o fosso entre eleitores e legisladores de Estrasburgo era menor. Haverá urgentemente de tomar medidas correctivas.
Entretanto, uma Europa sem veleidades de supernação mas senhora dos seus interesses poderá ir muito longe, se patriotismos de uns e de outros não tomarem o freio nos dentes. Se tomarem, a aventura de Jean Monnet acabou.
José Cutileiro

terça-feira, 14 de julho de 2009

we are all fascists, now

no Think Markets

Economic historians tell us that there was no “fascist model” of economics. Fascist economic writers mostly prattled on incoherently without proposing any clear plans for how the economic system would really work. Nevertheless, there is a kind of essence of fascist economics that distinguishes it from capitalism, communism, and traditional socialism. Fascist economist retains the form of private ownership while imposing state control on all aspects of economic life. The captains of industry are allowed to keep their lavish offices, but they take their orders from government officials.

In a fascist economy, private property and the right of contract are not attacked head on. They are covered over in a bramble of rules and regulations that render the distinction between “private sector” and “public sector” meaningless.

Long before George W. Bush or Barak Obama, the American economy had been covered over in a bramble of rules and regulations. Bush acted on the economic downturn of the end of his administration by bailing out Big Finance and forcing the nine largest banks to sell ownership shares to the federal government. The Obama administration has followed Bush’s example in the industrial sector by grabbing a majority share in GM stock. The combined efforts Bush and Obama to end the economic downturn have wiped out any meaningful distinction between the private and public sectors.

As our militarism has grown more entrenched, as our economic system has fallen more fully under state control, our personal lives have grown more dependent on the personal judgment of one named person, the President of the United States of America. Instead of pulling back from militarism and collective economics, however, we have chosen to place more and hope and more confidence in the specific individual who happens to be President or whom we would like to see become the President.

We worship the President or contender that we prefer and we vilify the Presidents and contenders we do not prefer. No one is neutral toward George W. Bush or Sarah Palin. Barak Obama is either a god or the End of America. We have grown increasingly convinced that our affairs will go well if – and only if – the right leader sits in the Oval Office. The President is no longer the servant of the people, but their holy savior. In other words, we have completed the move to fascism by adopting the leadership principle.

We have forgotten the foundations of liberty and we may not have long to save them from oblivion. The search to recover our lost heritage of liberty will begin when we question the leadership principle, when we begin to wonder what might keep our “leaders” from oppressing us. The search to recover our lost liberty will begin, in other words, when we remember to ask the question the ancient Roman satirical poet Juvenal asked: Sed quis custodiet ipsos custodes? “And who will guard the guardians themselves?” The search to recover our lost liberties will have been put on the right path when we remember the marvelously compact lesson in good government provided by James Madison’s defense of the Constitutional system of checks and balances.

But what is government itself, but the greatest of all reflections on human nature? If men were angels, no government would be necessary. If angels were to govern men, neither external nor internal controls on government would be necessary. In framing a government which is to be administered by men over men, the great difficulty lies in this: you must first enable the government to control the governed; and in the next place oblige it to control itself. A dependence on the people is, no doubt, the primary control on the government; but experience has taught mankind the necessity of auxiliary precautions.

Madison’s “auxiliary precautions” have been swept away by militarism, collective economics, and the leadership principle. It is time to recall the lessons of Juvenal and Madison. It is time to turn away from state power and the leadership principle. We are all fascists now. Let us remember, however, that we were once Americans and can be so again if we so choose.

domingo, 12 de julho de 2009

em 2009 como em 1844

O defeito radical das nossas Constituições está na organização, e na base do sistema eleitoral.Todas elas conferem o direito de votar aos empregados assalariados pelo Tesouro. Este funesto artigo é a origem de todos os males. O funcionalismo está encarnado em todas as nossas Constituições…Nos outros países a palavra Parlamento significa a reunião dos Representantes da Nação; em Portugal não significa senão a reunião dos delegados do Executivo… O voto das contribuições deve pertencer a quem as paga e não a quem as recebe
(Passos Manuel, em 18 de Outubro de 1844)

Do blogue de José Adelino Maltez, a minha leitura nos intervalos de estudo.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Razão, Força e Lógica


Um caso contra a percepção socialista de justiça social. O método socrático aplicado à luta da extrema-esquerda portuguesa (BE e PCP) contra a democracia liberal.
diálogo entre Alcibíades (A) e Péricles (P)

A- Tio, o que é uma Lei?
P- Ainda bem que perguntas! Uma Lei é uma regra aprovada por uma maioria da assembleia!
A- Mas numa Tirania, se o tirano implementar uma regra, isso não é também uma Lei?
P- Hmm... Qualquer que seja o poder soberano das ordens do Estado, isso é uma Lei... Correcto!!
A- Mas não é a Força o oposto da Lei?
P- Sim...
A- E quando um Tirano dá ordens aos cidadãos sem Persuasão - isso não é Força?
P- Retiro o que disse! Retiro o que disse sobre Leis... Tudo o que passa sem Persuasão é Força, e não Lei!
A- Nesse caso - quando a Maioria se apropria das propriedades dos Ricos - isso é Força e não Lei?
P- Sim, sim... Mas sejamos práticos, nem tudo é uma questão de pura Lógica.
A- Mas não é a Lógica um exercício de racionalidade essencial, que caracteriza a arte da Argumentação, a qual nós clamamos como a grandeza da nossa Atenas?
P- Sim, é verdade, a Lógica é um elemento fulcral para discutir Racionalmente, de forma a Argumentar com a Razão.
A- E não é a capacida de pensar Racionalmente que distingue o Homem da Fera?
P- Sim, sim...
A- Então, quando a Maioria usa da Força, que é um Elemento fora do Império da Razão, não estaremos nós, atenienses, a negar a nossa condição de homens?
P- Principalmente tendo em conta que consideramos a propriedade privada como uma instituição essencial à realização do Homem...
A- Então...?
P- Sabes, da tua idade também éramos muito bons nesses enigmas.
A- Não acredito Tio, supostamente, uma vez conquistada a Inteligência, não devia ser tão fácil perde-la...

sábado, 4 de julho de 2009

Maria João Pires

As últimas notícias da renúncia de MJP à nacionalidade portuguesa trouxeram alguma injustificada celeuma.
Primeiro, não ficaram bem explicadas as razões da zanga entre MJP e o Governo português, limitando-se esta a referir os ditos "coices" que o Executivo lhe dava.
Segundo, a má vontade do mecenato estatal é compreensível. Em Portugal existem poucas fundações privadas que tenham como principal objectivo o fomento da cultura (há outros problemas mais prementes, como a fome, a SIDA, o insucesso escolar, etc) e o exemplo da Gulbenkian, ainda que bem sucedido e importante, peca por ser insuficiente.
Assim, MJP tem de se pôr na fila, bem como o resto da comunidade artística portuguesa que vive de ajudas estatais, e esperar pela sua vez. Durante este processo de espera, - processo esse de uma burocracia intolerável e de uma total submissão aos funcionários das administrações, que usam e abusam do seu pequeno poder - falham-se oportunidades, criam-se problemas, cortam-se fundos. É assim em qualquer país cuja cultura seja comparticipada pelo dinheiro dos contribuintes, acontece só ser pior em Portugal.
Fica por resolver o seguinte: o que vai ser do dinheiro que já foi atribuído a MJP pelo Estado, para a prossecução dos ditos projectos culturais? O que vai ser do projecto de Belgais, tutelado pela pianista?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Mestres da Fotografia (David Seymour)

(Polónia, 1948 - Teresa, uma criança que cresceu num campo de concentração, desenha no quadro da residência para crianças perturbadas onde se encontra aquilo que diz ser a sua casa)

Demissão de Manuel Pinho (a grosseria não pode vencer)


Cada vez mais latinos, cada vez mais insurrectos... (Manuel Pinho)


A Grande Confusão Socialista: explicação breve para quem não tem muito tempo

O Governo (a PT) ia comprar a TVI. No entanto, o Governo (José Sócrates) não deixou.

O Mal parece-se com o quê?

quando Heraclito faz lembrar Tocqueville

Como na circunferência todo o ponto é ao mesmo tempo princípio e fim, como o mesmo caminho pode ser percorrido para cima e para baixo, assim todo o contraste supõe uma unidade que constitui o significado vital e racional do próprio contraste. "o que é oposto une-se e o que diverge conjuga-se". "A luta é a regra do mundo e a guerra é comum geradora e senhora de todas as coisas".
Nestas afirmações está contido o ensinamento fundamental de Heraclito, de cujo ensinamento ele deduz que os homens não podem elevar-se senão por meio de uma longa pesquisa. "Os homens não sabem como o que é discorde está em acordo consigo mesmo: harmonia de tensões opostas, como as do arco e da lira". Como as cordas do arco e da lira se retesam para reunir e estreitar ao mesmo tempo as extremidades opostas, assim a unidade da substância primordial liga pelo logos os opostos sem os identificar, bem ao contrário opondo-os. A harmonia não é para Heraclito a síntese dos opostos, a conciliação e o anulamento das suas suposições; é antes a unidade que submete precisamente as oposições e a torna possível. A Homero, que dissera: "Possa a discórdia desaparecer de entre os deuses e de entre os homens", Heraclito replica: "Homero não se apercebe que pede a destruição do universo; se a sua prece fosse atendida, todas as coisas pereceriam". A tensão é uma unidade (isto é, uma relação) que pode encontrar-se somente entre coisas opostas enquanto opostas. A conciliação, a síntese anulá-la-iam. A unidade própria do Mundo é, segundo Heraclito, uma tensão deste género: não anula nem concilia nem supera o contraste, mas fá-lo existir, e fá-lo compreender, como contraste
(...)
É um filósofo por tendência pessimista e amargo que considera um sonho ou uma ilusão ignorar a luta e a discórdia de que todas as coisas são constituídas e vivem.
por Nicola Abbagnano

Fotografia de Guerra (Robert Capa)

Guerra Civil Espanhola, 5 de Setembro de 1936 - "The Falling Soldier" (momento da morte de Frederico Garcia)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Não antagonizem os meninos...

Socialistas, nós?

Dores Aziagas do Sábio da Nato

A Faca Não Corta o Fogo


"Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza".
Herberto Helder, A Faca Não Corta o Fogo

But if you go carrying pictures of chairman Mao...

Hoje temos pop clássico

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