As últimas notícias da renúncia de MJP à nacionalidade portuguesa trouxeram alguma injustificada celeuma.
Primeiro, não ficaram bem explicadas as razões da zanga entre MJP e o Governo português, limitando-se esta a referir os ditos "coices" que o Executivo lhe dava.
Segundo, a má vontade do mecenato estatal é compreensível. Em Portugal existem poucas fundações privadas que tenham como principal objectivo o fomento da cultura (há outros problemas mais prementes, como a fome, a SIDA, o insucesso escolar, etc) e o exemplo da Gulbenkian, ainda que bem sucedido e importante, peca por ser insuficiente.
Assim, MJP tem de se pôr na fila, bem como o resto da comunidade artística portuguesa que vive de ajudas estatais, e esperar pela sua vez. Durante este processo de espera, - processo esse de uma burocracia intolerável e de uma total submissão aos funcionários das administrações, que usam e abusam do seu pequeno poder - falham-se oportunidades, criam-se problemas, cortam-se fundos. É assim em qualquer país cuja cultura seja comparticipada pelo dinheiro dos contribuintes, acontece só ser pior em Portugal.
Fica por resolver o seguinte: o que vai ser do dinheiro que já foi atribuído a MJP pelo Estado, para a prossecução dos ditos projectos culturais? O que vai ser do projecto de Belgais, tutelado pela pianista?
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