quarta-feira, 31 de março de 2010

M. Aurélio e Nero

A melhor forma de distinguir as formas tradicionais de governo europeias - a Monarquia Cristã - da época iluminada do Rei Demos, da democracia massificada e do socialismo, é ouvir o hino nacional da Rússia Czarista - que não é um hino à Nação, à Massa, mas antes uma ode à continuidade histórica da Rússia, à sua continuidade e cultura, o elemento Marco Aurélio - e compará-lo com a exaltação nacionalista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, os excessos da demagogia das massas, o elemento Nero.

A serena civilização

A barbárie cacofónica

segunda-feira, 29 de março de 2010

revolução permanente

Fico a saber, através de um texto do Nuno Castelo-Branco, que os deputados da Assembleia da República rejeitaram, no passado dia 31 de Janeiro, data do Centenário do Regicídio - como foi comemorado por muitos portugueses, tanto gente comum como intelectuais, desde historiadores a investigadores, gente que também é representada por estes senhores e também paga os impostos que criam os seus salários - uma moção de pesar pelo assassinato do Rei Dom Carlos e do Príncipe Real.

A escumalhada não teve mais a fazer a não ser justificar-se, pois tal moção "equivaleria a um ataque à República".

A república vale a rejeição de um crime, que ocorreu de facto, de um crime cometido contra um soberano português.
Comprova tudo isto o estado de revolução permanente em que vivemos, e como este estado é perfeito terreno para plantar os mitos e as generalizações dos radicalismos.

A república portuguesa fundamenta-se na legitimidade de um Estado alienígena, pelo menos ao anterior, fundado em 1910 e que negou, unilateralmente, todos os traços históricos e culturais do Reino de Portugal.
Mudou as suas cores, alterou a sua administração, invadiu a privacidade e as liberdades dos cidadãos - em nome da experimentação política de uma nova República.

E ainda hoje, esse Estado com quase 100 anos, controlado por uma elite rasca e cheia de alternativas rasca, assente apenas na passividade desta gente sem história e cultura, se vai mantendo.

domingo, 28 de março de 2010

Israel is in the House

Depois do Pedro Jacob ter arrasado a Model United Nations da Universidade Católica, e eu estive lá para ver, algo no cosmos fdupiano estremeceu.

De facto, a FDUP sem Café Odisseia é uma valente seca.
Ficava tudo entregue aos subsidiaristas e aos súcias.

segunda-feira, 22 de março de 2010

agrafar um tronco na testa de gente burra

Afirmar que um padre abusa sexualmente de uma criança por causa do seu celibato, é o mesmo que dizer que um pai de família só não comete o mesmo crime porque é sexualmente activo.

sábado, 20 de março de 2010

Carta de Sócrates a Manuel Godinho- Notícia em Primeira Mão.


Caro amigo Socialista em Alá ( ou Deus, ou Yahve, ou Manuel Alegre)


Reformulação: Caro amigo socialista em Pinto Monteiro...


Lambe-me a sucata

com tua língua socialista.

Mas olha que o ferro mata!

Fá-lo longe da humana vista...


Gatos Persas, socialista meu
Não quero Robalo nem Sardinha
Não me lixes com caldo de galinha
isso é comida de mísero plebeu

Manda prata, não olvidaremos
E quadro da Guedes calada
dadaísmo político relembraremos
sem bigode e desmaquilhada.

És nosso messias, caro sucateiro
És nossa providência. Pão-Natal
Mas quando fores preso, escuteiro
E nós absolvidos de todo o mal.

Não Chores Ó nuestro Boy
Não te tratarão indevidamente
Levar-te-emos a Playboy
para te tocares calmamente.

Até que passado um ano estejas connosco novamente
pelo Natal.

um beijinho nesse Bigode maroto
O Ps vai colocar sabonete líquido na prisão a pensar em ti.

Do teu amigo.

José Sócrates.

Comunicado poético de José Sócrates ao Sucatas de bigode Hitleriano.

terça-feira, 16 de março de 2010

Rolhas, Laranjas e Lordes

aviso que ainda estou em sabática. Isto é apenas um pequeno teaser.

Está-se a criar na bloguinha tuga todo um mistériozinho máximo àcerca do atentado à saúde democrática do PSD.

Há nestes assuntos uma coisa que me parece demasiado própria de quem se mete na política, que é uma crónica falta de tomates. Na hora H, são todos umas vigens ofendidas, mas ninguém sai do partido.

Quando alguém que chora pela ditadurazinha presidencial (para o país e para o PSD) tremelica perante os avanços totalitários de Santana Lopes - os deuses devem estar loucos! - penso que há uma necessidade de um messias que imponha a viril coutada do juízo.

E esse sou eu.

Minhas senhoras, com todo o respeito pela tacanhez do Partido Social Democrata, o pedaço de história mais deprimente da cultura ibérica, a história das instituições humanas está repleta de limitações que visam à obtenção de alguns objectivos por parte dos responsáveis.

Não é a instituição o elemento escravizador que possibilita ao homem viver feliz e livre, impondo o império da ordem numa outrora desorganizada sociedade?

O PSD somente procura - e aparentemente de acordo com os seus principais líderes - alcançar um pouco da disciplina que sempre lhe faltou. Muito por culpa das meninas que agora fazem o choradinho.

Eu não digo que seja errado aos que estão de fora repugnar este acto. Mas a partidocracia nunca tem mistérios para quem é bem intencionado e sincero.

Quem se mete com ela que lhe aguente as mágoas.

Ou não é bem pior a imposição sobre os deputados comunistas de ceder parte do salário ao PCP? Ou a estrita disciplina de voto dos socialistas?

Também de restrições se faz a liberdade, ou algo parecido diz Engisch. 60 dias antes dos congressos, o militante abstém-se de manifestações. De críticas e choradinhos.

É cruel e idiota, mas dentro de um partido, penso eu, importa mais o bem comum e os destinos da associação que os próprios interesses. Daí eu não fazer parte de nenhum.

A conversinha triste do Partido vem acompanhada de uma má notícia da pobre Pérfida Albion.

Aparentemente, a canalhada do igualitarismo vai fazer um circo como só eles sabem fazer para minar um pouco mais a autoridade da câmara dos lordes.

Instituição ímpar na tradição inglesa, caso único no Mundo, a câmara hereditária dos pares do Reino Unido pode estar em perigo de extinção.

Lanço o apelo para que leiam o texto que o Mad Monarchist escreveu sobre a possível destruição de mais um pouco de Tradição em terras Ocidentais.

Isso sim, merece as lágrimas...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Nervosismo: O Vazio e o Nada- sentimento pós-criativo

Ultimamente sinto-me numa pilha de nervos.

Lançarei um humilde livro em Maio. No entanto, sinto-me um pouco nu.

Há tanto tempo que poesia escrevo e só agora me senti maduro para tal.
Eu esperei tanto pelo momento em que a minha alma dissesse: " agora sim, chegou a minha hora". Pensei isto quando acabei o livro, mas depois de o ler e reler, ficou-me um vazio, ficou-me um nada. De repente, sinto-me que ainda não estou maduro o suficiente. ah! Finitude!


Mas ao menos, confesso aqui, tudo o que de BOM teve este processo:

1- Lembro-me da imensidão de poemas que escrevi no tão amado salão de estudos do Seminário de Resende. Ó saudade! Como tive um flashback de tudo! Das amizades, do meu blochismo estudantil ( risos ), da minha !

2 - De Resende ao Seminário de Lamego. A Filosofia. A Amizade. Relembro com ternura o ser Humano mais inteligente ( em inteligência intelectual e bondade) que alguma vez conheci. O excelentíssimo padre, Professor-Doutor João António Pinheiro Teixeira. Mais do que um amigo. Foi das pessoas que mais marcou a minha vida. Relembro meus ilustres professores. As disciplinas de Filosofia, em especial a Ética e a Axiologia ministrada pelo ilustre Professor Doutor João André, que eu relembro a cada dia que leio Henri Bergson. Ó memórias minhas...

3- De Lamego ao Porto. Jornalismo. A decepção do curso. O desabrochar de novos trilhos, novas ideologias, contactos políticos, artísticos, culturais. A movida, as cores, o barulho que dá importância ao mínimo silêncio. Etc, etc...

4- De Jornalismo ao Direito. A minha actualidade. Aqui encontrei um forte élan, a pessoa que me atura este meu revanchista ser, este meu difícil temperamento. À Joaninha. A esta bela senhora será dedicada minha obra, tal como também a dedicarei a meus pais e irmão, pelo eterno élan vital.

Mais Sobre Mim- O diário de um disléxico mental

Ganhei meu gosto a sério pela poesia aos 11 anos. Escrevia muito esporadicamente. Fica dessa altura apenas uns poemas, dentre os quais "o meu país" que será editado no livro.

Aprofundei-me a sério na poesia a partir dos 14 anos, quando ganhei o gosto pela Filosofia. Lembro-me de ter lido o Mundo de Sofia com essa idade (LOL) Foi o começo de uma grande taradice. Devorando Quental, filósofo e poeta, Andrade, Camões, Pessoa, Vinicius de Moraes, Victor Hugo, comecei a espantar-me com essa dimensão artística!

Aos 16, aquela idade trágica. Até aos 18 foi a fase do cultivo, do método, do trabalhar rimas, métricas, ritmos, figuras de estilo, paradoxos, etc. A partir dos 18 já tudo saía quando eu queria e espontaneamente, para bem dos meus pecados.

Desde 19 aos 22, aprofundei-me na Filosofia. O Seminário de Lamego foi um óptimo espaço para iniciar o motor da paixão. Devorei as grandes obras dos grandes filósofos. Desde Platão e Aristóteles passando por Cícero, e posteriormente por santo Agostinho e São Tomás de Aquino; de Descartes, Hobbes, Kant, Rousseau, aos contemporâneos Fichte, Schopenhauer, Feuerbach, Marx, Nietzsche, Xavier Zubiri, Sartre, Ernst Bloch, até ao meu filósofo predilecto: Martin Heidegger. Quanto a mim o génio entre génios da contemporaneidade.

Aos 22 anos o amor descobriu-me e, para meu bem, deixei-me de devorar estes génios. Relembro os seus pensamentos, leio normalmente algumas tópicas, livros de história da filosofia, uma ou outra crítica, mas não com a mesma concentração e profundidade dantes. E ainda bem. :) Se estudasse Direito em vez de Filosofia... Mas pronto, mantenho a velha lide do marranço da vespertina noite. Enfin...

Com esta idade e já velho, e com um emaranhado de vivências, me considero um nómada. Desde Genève a Resende, de Foz Côa a Lamego, ao Porto... ahh! Detesto raízes.

Quem me dera que todos os meus amigos, de todos os cantos que já calquei, pudessem estar presentes... Quem me dera...Iriam ver que nem sou assim tão má pessoa ;) Às pessoas que me têm ajudado, um obrigado especial. Aos meus colegas de faculdade, um obrigado. Aos meus colegas de jornalismo, que irão estar presentes, um muito obrigado. Às pessoas que quiserem estar presentes, nem que seja para ver a bola, um muito obrigado também.

O livro será lançado em Maio de 2010. Ainda falta muito. Mas sinto-me já nervoso e nu.
Aos que carregam o fado da paixão à poesia, venham e "tragam uma amiga também"
Aos que poderão não simpatizar comigo, devido ao meu blochismo, venham também, serão bem recebidos!

A bom porto a humanidade nos leve!


PS- Aviso todos os estudantes da FDUP que quarta-feira haverá apresentação do livro de uma colega nossa ( Cláudia Isabel de Criminologia), às 18 horas ( suponho) no Guarany, Porto. Apareçam, e tragam muitas amigas também. A poesia tem qualidade, e poderemos fdupiar o espaço, mantendo uma boa convivência e tradicional decoro que bem nos caracteriza.

Cumprimentos Cordiais.

Lourenço




domingo, 14 de março de 2010

um pouco cansado

Um pouco cansado.
Cansado de escrever, e cansado de assinar o meu nome.

Cansado de usar a minha escrita para me revelar, e para me distanciar. Como se com a escrita viesse a arrogância de me ajuizar como o detentor último da razão.
E se sou? Nesse caso, estou ainda mais cansado do que penso.
Acima de tudo, estou cansado de estar sozinho a defender o que está quase desarmado, o que já foi batido e destruído e violado 20 vezes e que ainda é visto como o pior dos males actuais.

Acima de tudo, estou farto. Apercebo-me cada vez mais que não dou o exemplo que querem que eu dê. Que o mundo não vai mudar por muito que se tente falar com ele.

Que a maioria das pessoas, quiçá dos meus leitores, já sabe o que defender e como me julgar ainda antes de ler os meus primeiros parágrafos.

Começo a não ver objectivo em assinar os meus textos com o meu nome.
Afinal de contas, não digo sempre as mesmas coisas?

Meus amigos e leitores, leitores amigos, vou fazer uma longa pausa da escrita.
Estarei pela blogosfera, especialmente pelo Forum Política e Sociedade, talvez em mais alguns sítios, enviarei emails para os meus bloggers favoritos a meter conversa, mas por enquanto, peço-vos a fraterna paciência de aguardarem o meu prolongado retorno.

O que me leva a fazer isto é uma sensação de desilusão enorme. Expirou este meio, esta forma de comunicação, continuarei a caminhada para encontrar outros.

Voltarei com novas conversas, novos conteúdos, novas experiências.

Até à próxima!

quinta-feira, 11 de março de 2010

a igreja Católica e a Cultura - a cultura geral, a Verdade e o síndrome de Manada

Este texto não se destina a ser uma resposta a algumas porcalhices radicais que se dizem por aí, em alguns lupanares polítizados, sobre o Catolicismo e demais instituições tradicionais da Europa. É apenas uma reflexão minha sobre um tema que, a ser abordado num Jornal que eu prezo como bom e profissional, será abordado de forma a iluminar os caminhos da mentira.
A Igreja Católica padece dos males das instituições: depois da pujança e da prosperidade, vêm-se acometidas por todos os sectores rivais de abusos, de denúncias e teorias malinventadas sobre os excessos cometidos nas horas mais felizes.

A criação da cultura católica não se fez de um dia para o outro. A construção serena da Igreja proporcionou-lhe a força que ela ainda mantém no mundo, mesmo após todas as violações e expropriações que sofreu ao longo do século XIX e XX.
A Doutrina Católica está intrinsecamente ligada aos Evangelhos. Recentemente, um movimento apelidado de cristianismo gnóstico tem atingido a Igreja, ao culpa-la da destruição de manuscritos apócrifos que não representavam as ideias políticas dos primeiros líderes da Igreja.
Tal afirmação demonstra um total desconhecimento da realidade histórica.
A Igreja Católica constrói-se durante a queda do Império Romano. E é uma construção progressiva. Adopta os Evangelhos mais comuns entre as populações proto-cristãs e analisa os documentos religiosos que circulam entre as comunidades religiosas. Teve, obviamente, de criar critérios para a autenticidade de uns e outros. Esses critérios tinham por objectivo salvaguardar as comunidades cristãs e a Palavra de Cristo.
Toda estas discussões originaram seitas, concílios, discussões filosóficas e debates intelectuais que ainda hoje, pelos registos que nos restaram, são admirados pela nata do Pensamento, pelos teólogos e filósofos mais conceituados. E tudo isso se deu numa época em que o Império começou a apagar, definitivamente, as suas Luzes, e a tornar-se numa construção política opressiva.
Como se pode ver, a Cultura é o germine da doutrina católica, a liberdade de pensamento e investigação foi algo necessário para que os Doutores da Igreja ajudassem à criação da Igreja e da Civilização Ocidental.

A Igreja Católica desempenhou um poderoso papel nos últimos dias do Império. Deu diplomatas a Roma, até militares. Foi o bispo de Milão que impediu que os Hunos invadissem Roma.
Manteve as leis latinas, preservou os seus escritos.
Durante as eras das Trevas, em que a Cultura se apagou quase definitivamente do Mundo, foi nos mosteiros cristãos, nas comunidades religiosas, e através dos locais de ensino católicos que se copiaram, comentaram e preservaram obras de Sócrates, Aristóteles, Gaio, Marco Aurélio, Políbio, Ulpiano, etc.

Todo este ensino foi libertado dos claustros dos monges cistercenses e propagou-se pela Europa Medieval.
Criou-se assim a Europa Moderna, modernizaram-se leis, protegeu-se a pessoa e a propriedade, incentivou-se o comércio, estabilizaram-se os estados.
E reapareceu, lentamente, a Arte.

Ou não é a beleza Renascentista, da qual a Igreja Católica foi o principal mecenas, o fruto de uma contínua e paciente cultivação, sementes da intelectualidade medieval, quase toda ela formada na liberdade das universidades académicas?
Sendo que essas universidades académicas, que respondiam apenas perante o Papa, não eram nunca, por tal, motivo de violências, nem na pessoa das instituição nem na pessoa de docentes e discentes, dos soberanos medievais?
Funcionou sempre o Catolicismo como protector da Arte quando todos a desprezavam, e como refreador dos ânimos dos poderosos incultos, que tantas vezes viam na complexidade das leis canónicas e nos processualismos dos romanos uma perda de tempo. Tudo para muitos deles se resolvia melhor à espadeirada.

Não insistiu sempre a Igreja Católica que os cursos de Teologia viessem totalmente separados dos de Ciências Naturais? Proibindo até os doutores dessas áreas dar as duas disciplinas simultaneamente, para que não confundissem matérias de fé com matérias da Natureza?
Tudo isto tem prova, desde bulas até documentos legais, desde concessões régias a acordos internacionais.
E o que foi a Contra-Reforma senão a resposta à violência da Reforma Protestante?
Morreram menos homens e mulheres, ao longo da história completa da Inquisição, que as mulheres que foram queimadas por bruxaria na Nova Inglaterra.
E os mosteiros, locais de sabedoria e riqueza, de quem dependiam as populações mais pobres dos tempos antigos em busca de comida, abrigo e trabalho, que foram alvo de rapinas e destruições, durante o levantamento do movimento protestante?
Esse mesmo movimento protestante que retirou a felicidade do Homem da teoria económica e colocou o objectivo desta na força laboral? Perpetuando o erro que embocaria em Marx, e a sua teoria objectiva do valor?

Não foram os protestantes que concederam a Jaime I o direito divino dos reis? Todas estas transformações destruíram a ordem tradicional europeia, e causou esta revolução uma reacção apertada da Igreja. E sim, foram cometidos erros.
E não eram os Tribunais Inquisitórios, com edifícios e condições de acordo com a lei cristã, tantas vezes requeridos por aqueles que não queriam enfrentar a ira das instituições laicas?
Ou não foi Bocage para a Inquisição, protegido pela autoridade papal dos devaneios absolutistas de Pina Manique?
Não usaram tantas vezes os Estadistas a Igreja para os seus fins?
E quantas vezes foram reprimidos esses estadistas por isso?
Não foi João III reprimido por ter instaurado a inquisição em Portugal, quando o Papa já desconfiava que ele a usaria apenas para confiscar os bens dos judeus? E não é a Igreja uma convicta defensora dos direitos de propriedade? Ou não fosse ela a criadora do nosso Direito Privado.

Ainda assim, preservou a Igreja Católica, nos seus melhores momentos, as obras de Avicena, Averróis - ambos muçulmanos - , os últimos escritos maias, reportou a violência sobre os índios pelas autoridades públicas e pelos privados, criaram-se acordos com os reinos da Ásia, fizeram-se as primeiras trocas culturais com a China, etc.
Manteve-se na vanguarda dos direitos humanos através de Bartolomeu Las Casas, considerando indiscutível a humanidade dos índios e mais tarde dos negros.
Tudo isto a Igreja fez e criou, preservou e manteve, durante épocas de total destruição social, de instabilidade política e de destruição do ordenamento jurídico.
Quando todos negavam o valor da legalidade e da ordem, dos valores humanistas e da paz.

E ainda a acusam de ser instigadora da Guerra. Não foi a Igreja que preparou a paz de Vestefália, presidindo os delegados do papa às declarações de paz dessa guerra dos Trinta Anos que muito mal fez na Europa? Guerra essa que começa por uma insurreição ilegítima e acaba num confronto de morte entre fundamentalismos?

Não foi a Igreja Católica que, através das células na América do Sul, defendeu os últimos redutos dos índios, acossados pelos colonos? Não tiveram a mesma sorte os índios norte-americanos, nem as populações autóctones dos confins do Império Russo, protegidas pelos czares e pela Igreja Ortodoxa e aniquiladas em nome do Igualitarismo por esse profeta do Socialismo, José Estaline.

Não foram o Rei da Bélgica e o Imperador da Áustria, a pedido do Papa, os primeiros chefes de Estado a pedir a paz da Iª Guerra Mundial, quando o Mundo parecia querer despedaçar-se?
Não foi o catolicismo da Baviera o principal rival dentro da Alemanha contra Hitler?
E o protagonista da operação Valquíria, agora tão conhecida, não era ele um católico que actuava com cédulas anti-nazis católicas?
Porque não investigam essas coisas os mais radicais dos historiadores de fim-de-semana?
Ou julgam que, por dizer algo que já vem explícito nos manuais escolares, em sentido de insurreição oficial contra a cultura católica, são os verdadeiros intelectuais? Atacar a Igreja sempre foi tão fácil como improdutivo. É que a mentira e o radicalismo nunca deram frutos.

Profetas Socialistas

Áqueles que lidam com a liderança:

liderar é sentir a sensação de ser senil

entre pouco de tudo, e de tudo nada!

Globalmente inseridos,

parcialmente sós!

E vós? Sois vós? Quem sois vós?

o eco da auspiciosa audácia invertebrada?

Vil triste mente! Perdeste teu ego viril

que alimentas sob disfarçada temperança!


Vós? Não sois vós? Eu? Não sou eu!

Serei eu ou parte oca de vós?

a verdade escapa com tantas reticências,

recôndito na forma ou nas aparências,

e o horizonte perto esmoreceu

imune à desastrosa vivência dos sós.

usurpadores? usurpam! e sentem-se usurpados

Mas permanecem (imunes). Qualquer dia, calados!



Poeta-Taberneiro-Feuerbachiano


terça-feira, 9 de março de 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

O problema da meritocracia e as questões da base

Li recentemente, por aí, que o problema do mérito, e da advogância do mérito, falha num modelo social e económico onde uns têm menos hipóteses de competir que outros.
Como já tenho lido isto noutros sítios e blogues reputadamente de esquerda, considero meu dever começar a desmontar esta mais recente e pálida tentativa dos adeptos da antropofagia estadual para combater o pensamento conservador e liberal do mérito e da propriedade.
Primeiro, é óbvio que todos os seres humanos partem de posições diferentes.
Não há um índice comum de referência para que possamos nivelar todos os seres humanos, tanto porque tal é injusto, como porque tal corrói os últimos fundamentos da nossa sociedade civil e cultura. Por muito que esses dois acontecimentos sejam favoráveis à causa dos sectores da Revolução.
Para haver mérito é necessário o desmérito. Para haver noção de esforço é necessária a noção de preguiça ou desleixo.
Para haver mérito é necessário existir uma sociedade livre, visto que mérito é um conceito subjectivo que é especialmente definido por grupos de pessoas, não é passível de ser considerado por uma secretaria de Estado como um objectivo comum a toda a Humanidade.
Para avaliar o mérito é necessário perceber uma coisa:
Aquilo que um homem realiza na vida é o fruto do seu passado, presente e futuro.
O mérito funciona caso seja dada a oportunidade do indivíduo de, no seu espaço de vida, usar os mecanismos que lhe foram postos à disposição para que ele possa fazer deles tudo o que o seu engenho lhe permita.
Um filho de pais pobres e desleixados sofrerá com a liberalidade dos seus pais, a sua preguiça, os seus vícios.
No entanto, sofrerá muito mais caso tenha de ser tributado em 50% no seu primeiro ordenado porque o Estado resolveu facilitar a vida de alguém. Principalmente quando essa facilitação envolve meios pouco científicos, pouco humanos (o Estado-Providência, essa invenção animalesca) que têm como único objectivo criar burocratas que sirvam o Poder e estatísticas que sirvam os governos. Tem sido essa a experiência do Mundo, em todas as nações. E quem o disser diferente, que o prove. Abolir o mérito é impor o Passado, a imobilidade.
Sem mérito, abolindo as instituições e hábitos culturais que exigem dos indivíduos aceitação social e até laivos de elitismo, destruímos a noção que o ser humano tem do Futuro. Sabendo que todos partirão de uma base comum, que não há esforço necessário por aqueles que nos são próximos, visto que a identidade mítica do Estado usará sobre eles o seu poder "horizontalizador", que pobre alma se sentirá constrangida a violar a "podre igualdade"?
É a necessidade que forma os bons pais, os bons filhos, os bons amigos e os bons vizinhos.
Sem ela, sem a ajuda dos outros, sem a representação nos outros, como vamos formar bons cidadãos?
Sem o Mérito resta-nos o Homem-Servo. Mais uma besta acéfala do socialismo, dos Devoradores.
Por fim, anular o mérito é destruir o Presente.
O primeiro homem a criar fogo terá provavelmente sido destruído pelos seus iguais.
Queimado provavelmente na mesma estaca que ele ajudou incendiar.
O Socialismo é puramente primitivo. Exige, acima de tudo, que os homens sejam iguais e que se mantenham como tal. Mesmo quando uns não o são. Quando a uns, seja por graça de Deus ou por mérito, lhes é permitido um glimpse de algo divino: a Invenção, a Inovação, o Pensamento. O progresso, seja feito em proveito próprio ou para ajudar a vida dos que nos rodeiam. Foi isto que terá sido combatido nos primeiros tempos da Humanidade, e foi combatido igualmente nos séculos e milénios seguintes. Alinhar num plano geral, cedido a todos e feito para todos, com todos os esforços possíveis e justificados para que a nivelação da sociedade se dê. No entanto, quando a Humanidade aprendeu a valorizar os seus filhos, quando os homens puderam deter direitos sobre aquilo que criaram, quando o primeiro homem tomou um pedaço de Terra e chamou-o seu, então aí nasceu a Justiça.
E o direito de cada um a ser o melhor que consegue ser, e a defender-se do Tribalismo dos primeiros socialistas.
Combater o socialismo é combater o fim da humanidade e do respeito pelo Próximo.
O socialismo é puramente natural. Um homem empurrar um revólver na cara de outro, exigindo-lhe o dinheiro ou a vida, é perfeitamente natural. Abordar meio-Mundo prometendo-lhe as riquezas da outra metade também. Querer o bem e o melhor sem dar nada em troca é a primeira coisa que passa na mente de uma criança. É esse estádio mental, porém, o qual os socialistas se vêm limitados.
É a propriedade que cria a nossa civilização como a conhecemos, desde as nossas concepções de liberdade às questões processuais mais complicadas do nosso direito.
É essa lei, e o direito a obtê-la, a fazer parte dela, a possuí-la e desfrutar dela, a usa-la responsavelmente de forma a fazer valer os nossos valores e ideais, que a Esquerda socialista quer destruir. Com subterfúgios, aparentes cedências, mas sem dó nem piedade. Às vezes nem eles mesmos se apercebendo.

2ª Conferência - Forum Política e Sociedade

A segunda sessão do Forum Política e Sociedade já está marcada!
Depois do êxito conseguido na primeira sessão, onde se abordaram temas caros à Criminologia e ao Direito Penal, o Forum mantém-se na linha da análise social, observando os impactos que a ordem jurídica e política provocam na sociedade civil, desta vez abordando a temática do Estado Social.

2ª Conferência: O Estado Social de Direito no Palco do Século XXI

a realizar-se no dia 24 de Março, pelas 15h, na sala 1.03, na Faculdade de Direito da Universidade do Porto, Rua dos Bragas, 223


Mais uma vez o Forum quer providenciar à sua assembleia o melhor nível de oradores possível.
Assim sendo, temos previstos dois professores da nossa casa, o Professor José Maria Azevedo e o Professor João Pacheco de Amorim.
O orador convidado será o Professor Pedro Arroja.

Apelamos a toda a comunidade académica, tanto da Faculdade de Direito da UP como de outras instituições, que compareçam e venham discutir connosco este assunto que a todos nos interessa.

Apelamos também a toda a comunidade não-académica, mais novos e mais velhos, que venham aprender e partilhar connosco as vossas experiências.

Lembramos a todos que o Forum é um espaço de tolerância, onde a todos é permitido a colaboração, com vista à construção de uma sociedade melhor informada, mais racional e mais justa.

Acompanhe o blogue do Forum para se informar, em primeira mão, de mudanças imprevistas nos horários ou datas, e para ter acesso a todas as informações que vamos disponibilizar online, bem como dados e resumos, sobre o tema em debate.

Prepare-se com antecedência e venha participar!

Os sinceros agradecimentos da equipa do Forum Política e Sociedade.

sábado, 6 de março de 2010

PPC e PR - diferenças no PSD?

in Grupo da Boavista

Por cá (e refiro-me também cá por nossa casa, pelo PSD), há quem fale vagamente numa suposta ruptura que se consubstancia numa eventual regresso à reforma agrária ou numa confusão entre os vários níveis do estado e se recuse a privatizar canais de televisão que têm como única finalidade servir de propaganda ao governo.
(Paulo Rangel)
Outros há, que (pelo menos hoje, já que no futuro veremos, no passado nem sempre foi assim) defendem privatizações de 40%, apostas do estado (por conta e em vez das empresas?) no Atlântico Sul e uma regionalização parcial do nosso país.
(Pedro Passos Coelho)
Em relação a outros, não sabemos ainda muito bem o que defendem para o partido e para o país.(Aguiar-Branco)

A partir do momento em que o endividamento público ultrapasse os 60% do PIB,

a fuga ao fisco não é apenas legítima, é sobretudo um dever patriótico.

in Blasfémias

sexta-feira, 5 de março de 2010

resposta a comentário

É curiosa a tua opinião...mas gostava que a pudesses desenvolver e dissecar...uma explicação mais complexa do porquê dessa afirmação...
Cumprimentos de um social democrata..

por Anónimo

Paulo Rangel é o mais velho.
Mais jurista que político, pode-se ver pelo curruculum deste homem que a política nacional sempre lhe foi secundária quando comparada à glórias da academia.
É um homem moderno, de direita. No fundo, um apaziguador. Defende uma maior abertura da Igreja Católica perante alguns sectores mais vanguardistas da sociedade - e o PSD é o partido mais católico de Portugal - e uma presença do Estado mais concentrada na produtividade dos sectores tradicionais, como a agricultura e os serviços públicos.
Tem a escola do CDS porque é, na gíria europeia, um popular democrata-cristão. Moderno e moderado.
Mas em Portugal, o democrato-cristianismo moderado é essencialmente nomeado de social-democracia. No entanto, Rangel compreende que o tamanho do estado é o principal inimigo do crescimento económico do país.

PPC é o animal político em toda a linha.
Jotinha desde os 14, tem uma impressionante carreira de consorte no PSD. Tem influências ideológicas diferentes das de Rangel. É mais jovem, leu outros autores e foi influenciado por outros líderes.
É um liberal. Não por necessidade, como Rangel, mas porque tem essa percepção das funções do Estado.
No entanto, tem a sua noção de equilíbrio e, como político de main stream, de realidade.
Defende que o Estado deve e pode ser reduzido em 10 anos, mas sabe que a social-democracia deve ser atingida em 20, o socialismo abandonado totalmente em 30, e um estado mais liberal talvez nem em 50.

As realidades do país onde vivem tornam estes dois homens tão diferentes, iguais.
Mas essa é a beleza do Partido Social-Democrata. É um partido tão português, tão diferente e variado, que tem a capacidade incrível de unir os pólos opostos na hora de necessidade.
É também um microcosmos do funcionamento da república em Portugal.
Sair vivo dos debates contra PPC é algo que Rangel mal consegue. No entanto, a elite intelectual e os barões estão por Rangel.
PPC é o risco de uma realidade desapotante. Vai-se lhe exigir ser Sá Carneiro, e ele pode muito bem não conseguir. O PSD é conservador nas suas apostas. Talvez num partido diferente PPC seria um melhor Paulo Portas. Mais capaz de ser levado a sério.

Contudo, PPC teria, dentro do partido, o meu voto.
Rangel é, acima de tudo, um político brilhante. Mas é um funcionário do partido e do Estado, não um líder.

aos Iluminados

Cronologias e mapas, acontecimentos

Actividades consolidadas, processos

democráticos alçados sobre tempos

Vontades, sementes de retrocessos


Inspirações cortam por vezes razões

desconhecidas que próprios criamos

tantas vezes humilhamos decisões

erradas do que de irrefutável julgamos


Conceptualizam-se iluminados

com a mente que nas relações

em vão se vêem escuridões


Quando falham nas pobres razões

percebem quanto de si são criados

e quanto vale terem ficado calados


5/03/2010


Poeta-taberneiro

quinta-feira, 4 de março de 2010

Principais diferenças entre Pedro Passos Coelho e Paulo Rangel

PPC é um liberal social-democrata.

PR é um social-democrata liberal.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Do(i)s votos que faltavam



Duas Gotas Duvidosas: depois do paradigma das Suíças duvidosa, eis o drama de Dois Votos de um casal gay amputado que votou com o pé esquerdo!



Novela mexicana com dobragens duvidosas. Sexo, drogas e dogmas de Houndt. Não perca!


Estreia Quinta Feira no CineFDUP. ( filme a passar na telinha junta ao estaminé do Sôr Ferreira) 10H00

Portagem: duas décimas!


Pan-democratismo Wilsoniano

excerto de diálogo entre Sir Edward Grey com o Embaixador dos EUA, W.H.Page, sobre a questão mexicana, em 1913:

Grey - Suppose you have to intervene, what then?
Page - Make'em vote and live by their decisions.
Grey - But suppose they will not so live?
Page - We'll go in again and make'em vote again.
Grey - And keep this up two hundred years?
Page - Yes. The United States will be here two hundred years, and it can continue to shoot men for that little space till they learn to vote and to rule themselves.

The Life and Letters of Walter H. Page, Burton J. Hendrick

segunda-feira, 1 de março de 2010

Novo : Odisseia Memória

Eis a nova secção editorial do Café Odisseia: Odisseia Memória.

Nesta linha editorial irão ser destacadas cousas portuguezas de antigamente, principalmente as grandes bandas como Clemente, Marco Paulo, Trio Odemira, Marante, Graciano Saga. et, etc...

Para primeiro post escolhi a música que quanto a mim é a melhor música progressiva portuguesa, da autoria do Zé Cid.

Espero que gostem!

Redacção taberna-mirita I

eXTReMe Tracker