segunda-feira, 15 de março de 2010

Nervosismo: O Vazio e o Nada- sentimento pós-criativo

Ultimamente sinto-me numa pilha de nervos.

Lançarei um humilde livro em Maio. No entanto, sinto-me um pouco nu.

Há tanto tempo que poesia escrevo e só agora me senti maduro para tal.
Eu esperei tanto pelo momento em que a minha alma dissesse: " agora sim, chegou a minha hora". Pensei isto quando acabei o livro, mas depois de o ler e reler, ficou-me um vazio, ficou-me um nada. De repente, sinto-me que ainda não estou maduro o suficiente. ah! Finitude!


Mas ao menos, confesso aqui, tudo o que de BOM teve este processo:

1- Lembro-me da imensidão de poemas que escrevi no tão amado salão de estudos do Seminário de Resende. Ó saudade! Como tive um flashback de tudo! Das amizades, do meu blochismo estudantil ( risos ), da minha !

2 - De Resende ao Seminário de Lamego. A Filosofia. A Amizade. Relembro com ternura o ser Humano mais inteligente ( em inteligência intelectual e bondade) que alguma vez conheci. O excelentíssimo padre, Professor-Doutor João António Pinheiro Teixeira. Mais do que um amigo. Foi das pessoas que mais marcou a minha vida. Relembro meus ilustres professores. As disciplinas de Filosofia, em especial a Ética e a Axiologia ministrada pelo ilustre Professor Doutor João André, que eu relembro a cada dia que leio Henri Bergson. Ó memórias minhas...

3- De Lamego ao Porto. Jornalismo. A decepção do curso. O desabrochar de novos trilhos, novas ideologias, contactos políticos, artísticos, culturais. A movida, as cores, o barulho que dá importância ao mínimo silêncio. Etc, etc...

4- De Jornalismo ao Direito. A minha actualidade. Aqui encontrei um forte élan, a pessoa que me atura este meu revanchista ser, este meu difícil temperamento. À Joaninha. A esta bela senhora será dedicada minha obra, tal como também a dedicarei a meus pais e irmão, pelo eterno élan vital.

Mais Sobre Mim- O diário de um disléxico mental

Ganhei meu gosto a sério pela poesia aos 11 anos. Escrevia muito esporadicamente. Fica dessa altura apenas uns poemas, dentre os quais "o meu país" que será editado no livro.

Aprofundei-me a sério na poesia a partir dos 14 anos, quando ganhei o gosto pela Filosofia. Lembro-me de ter lido o Mundo de Sofia com essa idade (LOL) Foi o começo de uma grande taradice. Devorando Quental, filósofo e poeta, Andrade, Camões, Pessoa, Vinicius de Moraes, Victor Hugo, comecei a espantar-me com essa dimensão artística!

Aos 16, aquela idade trágica. Até aos 18 foi a fase do cultivo, do método, do trabalhar rimas, métricas, ritmos, figuras de estilo, paradoxos, etc. A partir dos 18 já tudo saía quando eu queria e espontaneamente, para bem dos meus pecados.

Desde 19 aos 22, aprofundei-me na Filosofia. O Seminário de Lamego foi um óptimo espaço para iniciar o motor da paixão. Devorei as grandes obras dos grandes filósofos. Desde Platão e Aristóteles passando por Cícero, e posteriormente por santo Agostinho e São Tomás de Aquino; de Descartes, Hobbes, Kant, Rousseau, aos contemporâneos Fichte, Schopenhauer, Feuerbach, Marx, Nietzsche, Xavier Zubiri, Sartre, Ernst Bloch, até ao meu filósofo predilecto: Martin Heidegger. Quanto a mim o génio entre génios da contemporaneidade.

Aos 22 anos o amor descobriu-me e, para meu bem, deixei-me de devorar estes génios. Relembro os seus pensamentos, leio normalmente algumas tópicas, livros de história da filosofia, uma ou outra crítica, mas não com a mesma concentração e profundidade dantes. E ainda bem. :) Se estudasse Direito em vez de Filosofia... Mas pronto, mantenho a velha lide do marranço da vespertina noite. Enfin...

Com esta idade e já velho, e com um emaranhado de vivências, me considero um nómada. Desde Genève a Resende, de Foz Côa a Lamego, ao Porto... ahh! Detesto raízes.

Quem me dera que todos os meus amigos, de todos os cantos que já calquei, pudessem estar presentes... Quem me dera...Iriam ver que nem sou assim tão má pessoa ;) Às pessoas que me têm ajudado, um obrigado especial. Aos meus colegas de faculdade, um obrigado. Aos meus colegas de jornalismo, que irão estar presentes, um muito obrigado. Às pessoas que quiserem estar presentes, nem que seja para ver a bola, um muito obrigado também.

O livro será lançado em Maio de 2010. Ainda falta muito. Mas sinto-me já nervoso e nu.
Aos que carregam o fado da paixão à poesia, venham e "tragam uma amiga também"
Aos que poderão não simpatizar comigo, devido ao meu blochismo, venham também, serão bem recebidos!

A bom porto a humanidade nos leve!


PS- Aviso todos os estudantes da FDUP que quarta-feira haverá apresentação do livro de uma colega nossa ( Cláudia Isabel de Criminologia), às 18 horas ( suponho) no Guarany, Porto. Apareçam, e tragam muitas amigas também. A poesia tem qualidade, e poderemos fdupiar o espaço, mantendo uma boa convivência e tradicional decoro que bem nos caracteriza.

Cumprimentos Cordiais.

Lourenço




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