segunda-feira, 29 de março de 2010

revolução permanente

Fico a saber, através de um texto do Nuno Castelo-Branco, que os deputados da Assembleia da República rejeitaram, no passado dia 31 de Janeiro, data do Centenário do Regicídio - como foi comemorado por muitos portugueses, tanto gente comum como intelectuais, desde historiadores a investigadores, gente que também é representada por estes senhores e também paga os impostos que criam os seus salários - uma moção de pesar pelo assassinato do Rei Dom Carlos e do Príncipe Real.

A escumalhada não teve mais a fazer a não ser justificar-se, pois tal moção "equivaleria a um ataque à República".

A república vale a rejeição de um crime, que ocorreu de facto, de um crime cometido contra um soberano português.
Comprova tudo isto o estado de revolução permanente em que vivemos, e como este estado é perfeito terreno para plantar os mitos e as generalizações dos radicalismos.

A república portuguesa fundamenta-se na legitimidade de um Estado alienígena, pelo menos ao anterior, fundado em 1910 e que negou, unilateralmente, todos os traços históricos e culturais do Reino de Portugal.
Mudou as suas cores, alterou a sua administração, invadiu a privacidade e as liberdades dos cidadãos - em nome da experimentação política de uma nova República.

E ainda hoje, esse Estado com quase 100 anos, controlado por uma elite rasca e cheia de alternativas rasca, assente apenas na passividade desta gente sem história e cultura, se vai mantendo.

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