Bloco propõe Projecto Lei que cria a Rede Nacional de Teatros e Cine-Teatros
Não nos enganemos: a política cultural não é um luxo. É determinante à democracia. E é luta pelo poder.
A malta do Estadinho pede a redistribuição dos subsídios pelas variadas artes.
Como isto da vida de artista merece largueza e prosperidade, e é melhor assaltar os bolsos do contribuinte a fazer por merecer o ganha-pão (e certa arte, por ser democrática/massificada/demagógica, deve ser providenciada ao povinho oprimido) puxe-se um pouco mais pelo Orçamento e vamos para a frente, iluminar os retardados.
Não nos enganemos: a política cultural não é um luxo. É determinante à democracia. E é luta pelo poder.
A malta do Estadinho pede a redistribuição dos subsídios pelas variadas artes.
Como isto da vida de artista merece largueza e prosperidade, e é melhor assaltar os bolsos do contribuinte a fazer por merecer o ganha-pão (e certa arte, por ser democrática/massificada/demagógica, deve ser providenciada ao povinho oprimido) puxe-se um pouco mais pelo Orçamento e vamos para a frente, iluminar os retardados.
Os portugueses precisam imenso de espectáculos pelos quais não querem pagar voluntariamente!
Get your hands off my pockets!
15 comentários:
Não se trata de iluminar os retardados.
Trata-se se sim de garantir à população uma base sólida de formação cultural que predique um saudável ponto de partida para a projecção de uma postura social e politicamente interventiva.
O fomento cultural sempre há-de ser presságio de luta contra a opressão. Ditadura e ignorância perfilam uma perigosa assimilação de sentidos que as direitas e esquerdas radicais sempre ousaram explorar.
Mas a fraqueza intelectual há-se ser tão certa nos portugueses como a morte.
tudo muito certo senhor Fernando. Mas existem dois problemas:
o primeiro é ético - e se for um relativista moral por favor ignore este ponto. financiar seja o que for com dinheiro extorquido é... errado. pelo simples facto de que o dinheiro é extorquido.
o segundo problema é utilitário. dado que os consumidores de cultura não mostraram qualquer preferência pela cultura que o Estado vai financiar (caso contrário, o Estado não precisava de a financiar), como pode o senhor saber que essa é a cultura que o povo necessita/deseja? devemos impingir-lhe joyce e machaut à paulada, para os livrar da «fraqueza intelectual»? (se ao menos fosse joyce e machaut...)
mais: podemos observar pelos selvagens que povoam as escolas públicas (e as universidades) o belo trabalho educativo que o Estado faz. queremos mesmo que sejam estes senhores a dirigir e decidir que cultura o povo deve ver, ouvir, ler (se ainda souberem ler depois de anos numa escola pública)?
a fraqueza intelectual há-de ser tão certa como a morte enquanto houver democracia, estado social e cultura subsidiada pelo Estado. a grande cultura não precisa de subsídios. precisa de liberdade. como ela não existe, também não existe grande cultura. é tão simples quanto isso.
Elites caro Rui, elites...
Fala-nos em utilitarismo. Pergunto: que atitude mais utilitarista do que a de considerar a "cultura" algo predicado pela medição quantitativa? Será legítimo apontar uma "grande cultura", como refere, atentendendo ao número de cidadãos que nela mergulham? A resposta mostra-se, quanto a mim, peremptoriamente negativa. O contrário fosse e uma parte considerável da nossa herança intelectual ter-se-ia para sempre perdido.
No caso trazido à epifania pelo Manel, não se pretende de modo algum uma segregação cultural perfilada pelo Estado talqualmente nos quer fazer ver. Visa-se sim uma certa "equidade existencial" Isto é, postulada que está a impossibilidade de qualificar uma manifestação cultural pelo número de simpatizantes que reúne, cabe ao Estado assegurar os mecânismos mínimos à sua subsistência, verdadeiro garante do exercício democrático pleno.
Senão reflictamos:
Onde pararia a sua Liberdade após esse claro afunilamento darwinianizante que propõe? Subsistiriam, por um lado, as "culturas" de massas destinadas à populaça mal informada e analfabeta incapaz, por carência de meios, de aceder à educação, e ,por outro lado, as manifestações intelectuais só ao dispôr das abastadas elites. Que cenário mais infamemente informado pela ética material e macanicista utilitária que este? Afinal não será necessário invocar Maslow e a sua pirâmide hierárquica das necessidades para nos elucidar acerca do funcionalismo operante mais ou menos padronizado do ser humano.
E a fraqueza intelectual, caríssimo Rui, não é um assunto de Estado. É trato de espírito.
No entanto, excelso colega, embora escassos, os nossos encontros pela blogosfera deixaram-me já ciente acerca da nossa discórdia no que concerne à dinâmica dualista Ordem-Liberdade.
Cordiais cumprimentos
Fernando,
parece-me que a visão utilitarista continua a ser a tua.
A criação de uma "grande cultura de massas" é algo próprio da intervenção governamental na educação.
Tu e eu fomos alvo dessa mesma cultura de massa. Aprendemos um lado da história, incentivaram-nos um certo tipo de crença científica, e continua mesmo na faculdade o passar do testemunho.
Nota-se cada vez mais que as pessoas estão, de facto, preparadas para a democracia. Cada vez mais se despreza os casos de pessoas que pensam por elas próprias, assim como abundam no país sinais de colectivismo e nacionalismo (seja ele beato ou socialista) e uma cada vez maior sujeição do indivíduo à maioria.
Já sei que isto, para ti, não é um mal, ou então que não descreverias assim as coisas.
A cultura é um veículo priveligiado para a condução das massas a um tipo de paraíso de semi-intelectualidade. O ensino convencional igual para todos, que está enraizado em paises como a Inglaterra ou os países nórdicos ou mesmo os EUA, criou mesmo essa percepção de semi-intelectualidade, de cidadão resguardade com algumas noções (criteriosamente escolhidas pelos governos) para se sentir, de facto, mais livre e inteligente que os restantes.
A semi-intelectualidade é o maior mal deste século. Cria a vontade das massas do socialismo, criou a perseguição de minorias étnicas como nunca se tinha visto noutros séculos, cria referendos para proibir minaretes. Tudo fenómenos passados em locais onde o ensino público e a cultura pública deveriam ter formado cidadãos civilizados.
Partes do prisma errado que a cultura popular tem um complexo de inferioridade à cultura aristocrática. Continuam a existir manifestações culturais tradicionais, custeadas pelas populações, que prosperam e até se intelectualizam (o Fado, por exemplo, não precisou de subsídios para chegar ao nível de Mariza).
A ideia de que o povo merece ser ensinado de acordo com os cânones de uma suposta intelectualidade progressita (que é semi-intelectual, que é pelintra e talentless) é tipicamente materialista.
É uma forma de tirania que certos grupos culturais se lancem de uma posição e superioridade, e exigam do Estado meios para que se suplantem à cultura popular, ou à cultura que está ao alcance do Homem Médio.
Para terminar, relembro-te que todas as nações que relegam a cultura para a esfera pessoal, não querendo impor perspectivas culturais sobre o povinho, são aqueles cuja criação cultural é mais pujante.
Vê-se isso também em Portugal. Fora do Estado, a cultura tem sempre muito mais visibilidade e reconhecimento.
Para não me meter demasiado, apenas quero solicitar uma coisa:
Ajudem os Poetas :P
o Fernando provavelmente não acredita em elites, - ou seja, em pessoas superiormente capazes - já que - pelo que deu para perceber - é um democrata, um socialista e um igualitário.
na sua fantasia todo o mentecapto - com a devida atenção escolar e promoção cultural providenciada pelo dinheiro dos contribuintes - há-de conseguir ser um einstein ou um bach.
além de ser um igualitário, o Fernando é absolutamente ignorante dos mais básicos princípios económicos - única razão para dizer que as massas não teriam acesso à educação num sistema puramente privado. o óbvio, porém, é que as massas que hoje chegam à faculdade são menos educadas do que eram os seus avós com a quarta classe.
sinceramente, vai-me custando cada vez mais discutir com socialistas e democratas como o Fernando, porque normalmente na origem das crenças que papagueiam está apenas a ignorância ou a desonestidade intelectual. não sei qual é o seu caso, mas é sempre possível combinar os dois factores.
de boa fé, aconselhava-o a ler, a estudar e a pensar. até lhe providenciava uma guia de estudo. está a ver o quanto eu valorizo a educação?
Caríssimo Fernando Ferreira Leite,
uma breve nota, desprovida de qualquer sentido supra ou infra axiológico, e possivelmente apenas ( e reitero) apenas um humilde conselho de alguém que já pensou como o senhor, a long time ago...
Em primeiro lugar, agradecer-lhe -ia a voluptuosidade do seu articulado. No entanto, olhe ao sumo e não tanto à pompa e circunstância. Há falácias na pompa, se me permite a referência à disciplina de Lógica, que quanto a mim seria fundamental para a Sociedade de Debates.
Felizmente foi uma óptima cadeira. E daí eu não gostar da SDD. Mas isto é somente um aparte. Avante...
Em segundo lugar, pedia-lhe para crescer com John Locke. Calma, não fique angustiado, não diga para os outros estudarem teorias; eles que as criem, eles que as vivam; em suma, eles que não vivam obcecados com o estudo, mas que se plasmem à ínfima programática ontologia de si mesmos, sítio onde moram os verdadeiros artistas, e não os burocratas.Haja Tolerância! Tenha tolerância pelos mais "incapacitados". Deles, por vezes e infelizmente, os holofotes da lobotomia histórica! A originalidade, a genialidade do pensamento está no paradoxo, como referiram grandes mentes, tal como Schelling, Schopenhauer, Voltaire, Raúl Brandão, Montesquieu,e anteriormente, muito antes da Genialidade de Platão, no discuro/tópica gnosiológica dos pré-socrtáticos, nomeadamente Anaximandro, Anaxímenes, etc etc. O Orphismo ( e permita-me com ph, por questão pessoal), nada é mais do que um dualismo entre o transmaterial e a fuga de si: um paradoxo. Uma gnose, uma dedução íntrinseca, uma religião lato senso ( vista enquanto religação, como referia Huns Kung e também Han Urs von Balthazar, dois pilares da Teologia e da Filosofia do Século)
O seu discurso parece-me, a meu ver, um discurso de alguém que ainda não vê a vida com um sentido prático que ela efectivamente necessita, como heterodoxo paradoxal, para legitimar o seu pensamento. Está na altura de partir para maiores voos, já que a subtileza do pensamento está na recondução criativa do "algo" a partir do "nada". E é ai que me considero, humildemente um artista, e permita-me dizer-lhe como cresci em bom senso ( cartesiano) e capacidade de choque ( em francês aguentar o choque é trabalhar arduamente).
Antes de tudo estuda para ganhar um ensino enciclopédico. A posteriori questione tudo. Sim! Tudo é questionável, tudo é rebatido, tudo é moldável, tudo é pode ser alterado por si. Então, estude com outros olhos: com os olhos de encontrar falhas, lacunas, com o intuito de devorar, por ex, kant só para o contradizer ( o que não é fácil, asseguro-lhe). Mas a Lógica é essa. O pensamento não pode ser uma mera coordenação e assimilação de conteúdos com vista a uma bibliotecaridade de conhecimento. jamais, mon amis! O conhecimento doxal, sobrevive do heterodoxo, e posteriormente convoca o ortodoxo, para se diluir na Dialética que é o Paradoxo. E neste sentido, partilho da ideia ( que estou a redigir num ensaio Filosófico numa perspectiva ontológica) de que o conhecimento tem um quantum indelével e indefinivel de Paradoxal. Chamo-lhe o dialético pelo paradoxo ( um termo chato, mas original, e feito, humildemente por mim).
Ora bem, o dialético paradoxo, vai além da Psicobioencelografia que circunda a sociedade-média. mas a tolerância é um vector ao conhecimento. A modelagem social, a aprendizagem ab actio ( pelo exemplo9, necessita de grandes homens, e não de jogadores da bola. Nisto estou de acordo. mas não ao âmago da questio.
Isto para dizer que eu, nos meus frescos 16 anos, também pensava assim. E erroneamente, urge a necessidade de uma salutar humildade no conhecimento, uma espécie de lição Socrática, veemente afunilada à conjectura do praticum, e não meramente na ideologia.
Da doxa à episteme vai um caminho longo e tortuoso, e permita-me a lição de Ontologia, ou melhor de Axiologia e Ética:
- antes de aconselhar alguém a estudar seja o que for, primeiro, aconselhava-o a viver. Viva primeiro, e a posteiori dê lições. Não olvide o facto de que Schelling é pouco conhecido em Portugal, ou de que Paul Ricoeur mereceria diferente pódio. Não dê demasiado valor às ideias dos outros. Crie, não se limite a parafrasear ideias em estilo copy/paste.
- secundo, estude duma óptica de questão e não de rebate instantâneo. se reparar, a democracia que tanto sublinha, é uma falácia, logo nos termos que lhe dão nome. Portanto, julgo dizer, que até a própria democracia está ultrapassada. E garanto que esta democracia é mais uma tecnocracia do que aquilo que , primo vitio, possa parecer.
No entanto, folgo em saber que existam pessoas prontas para o debate, além dos membros da chata e aborrecida falaciosa SDD ( Manuel, tu não cabes neste leque).
Um abraço
deste ser-com-os-outros-no-quantum-universal
Lourenço
Ao senhor Botelho Rodrigues,
cuidado com o modo como emprega "ético". Adoro quando as pessoas falam de ética assim do nada, porque é giro e fica bem, mas na realidade não falam de ética mas do Pathos.
assim,
"o primeiro é ético - e se for um relativista moral por favor ignore este ponto. financiar seja o que for com dinheiro extorquido é... errado. pelo simples facto de que o dinheiro é extorquido."
Aqui, havendo matéria ou dinheiro, é pelo pathos que aborda isto, e não pelo ethos.
( dogmática inicial na disciplina filosófica de Ética)
Bibliografia:
- Investigações Filosóficas sobre a Essência da Liberdade Humana, Friedrich Wilhelm Joseph von Schelling
- O mundo como vontade e representação, Arthur Schopenhauer
- Os Conceitos Fundamentais da Metafíca: Mundo, Finitude, Solidão - Martin Heidegger
Inteligencia Sentiente: Inteligencia y Realidad, Xavier Zubiri
Cura ut valeas,
L.
Caro Lourenço,
a minha rudeza visigótica impede-me de me expressar tão correctamente como tu.
tu tens arte para algo que eu invejo. e penso que o Fernando precisa muito dessas palavras.
o Fernando que não julgue estamos a ser paternalistas para com ele. além da sua considerável cultura e saber, o Fernando é pouco mais novo que eu.
no entanto, tenho de salientar uma coisa. tu, Mário, retiras-me da Falaciosa e irracional SdD.
agradeço-te que o faças. mas faz lá esta apreciação do teu amigo.
concordamos que discursar algo sem objectivo é inútil e uma perda de tempo. e que a arte de persuadir pela mera retórica é irracional, anti-filosófico, anti-socrático, e fortemente anti-cristão.
se Jesus é o modelo do cristão, o cristão devia convencer pela Palavra, e não pela oratória.
o que podes dizer deste teu amigo, então, que é, provavelmente, um irracional e um mau católico?
por muito que use, ao máximo, a minha capacidade lógica para encontrar uma posição aceitável, continuo a usar o dom da palavra para algo errado...
ou posso estar apenas a hiperbolizar as coisas.
ao senhor lourenço: «olhe ao sumo e não tanto à pompa e circunstância.»
bibliografia («porque é giro e fica bem»):
o seu comentário.
ps: como o senhor lourenço por certo entendeu ao ler-me, eu não apelei às emoções em si mas a um princípio moral basilar - que até vem nos dez mandamentos, veja lá.
ps 2: da próxima vez peço permissão a sua excelência para usar a palavra (posso?) «ética».
senhores, cavalheiros, peço-vos...
tendes todos imensa coisa em comum!
Amigo Manuel Rezende,
Louvo a tua capacidade de diálogo, debate, capacidade argumentativa! És, de facto um grande orador! isso é totalmente indubitável! Não se trata de problema de expressão, nem de arte. Acho que, cada um com a sua especificidade, nos possamos entender. Confesso que o Visigótico às vezes sou eu, já que fui o rude cabecilha de uma Legião que, malcriadamente, começou a atacar uma sociedade... Acho que todos temos um quantum de visigótico dentro de nossos peitos! :)
Em relação ao paternalismo, creio que o Fernando não levará a mal. A mim fizeram-me o mesmo na altura, e ainda bem que o fizeram ( sim, estou eternamente grato a Jesus e a quem verdadeiramente O seguia, pois nunca me faltou apoio e sobretudo auxílio quando dele necessitei). O Fernando, como intelectual que é, levará a bem as minhas palavras. :)
Já o exmº Rui não levou tanto a peito isso. Mas, ele é livre, e eu não sou Douto para dar lições de Ética a ninguém, daí que a Bibliografia o possa ajudar, caso as minhas palavras sejam descredibilizadas. C'est un risque...
Eu não te vou retirar da SDD Manuel! Aliás, vou propor-te fazeres dupla com a minha modesta pessoa para o ano! Espero que aceites este meu humilde convite! Será um desafio homérico, e estimulante.
Discursar implicará, a forciori, um objectivo proposicional. Sem isso, estamos a florear por florear, estamos a ser floristas de uma linguagem sem utilidade, para vã vanglória de nós mesmos. É nitidamente anti-Socrático, e tradicionalmente anti-jesuístico. A palavra devoca, convoca, provoca e então cria. Palavras por palavras, eis-nos dicionários...
Quanto ao mau Cristão... Manuel, ninguém será irracional. Nem podemos categorizar as pessoas em bons ou maus cristãos. um Cristão terá necessariamente de ser bom. Não existem maus cristãos. Apenas Cristãos ou Não-Cristãos. Está bastante claro nas Palavras de Deus " Quem quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me"
O Cristão vive de um élan que é ao mesmo tempo um compromisso ético com a Palavra, que ele assume como pólo concretizador em si mesmo, e plasma toda a personalidade do ente. em suma, ao ser-se Cristão ( que é extremamente exigente), vivemos a religação ( daí a origem do terminus Religio). A religião é uma religação entre Deus e o Homem.
tradicionalmente, uma relação vertical. ( antigo Testamento)
posteriormente, com Jesus, uma horizontalização da Religio ( "A Palavra fez-se Carne e habitou entre nós")
Neste momento, e imprimindo aqui a minha tese que irei demonstrar daqui a talvez 50 anos ou isso, vive-se uma diagonalidade na Religio.
Ou seja, a Metafísica encontra-se diagonalmente, havendo vectores a sustentar essa mesma osmose diacrónica. ( no fundo, isto é tudo ainda um rabisco de uma coisa que ando a matutar desde os meus tempos de Ontologia, e que implica contariar Heidegger, o que será quase impossível). Até então, quase um século se passou, e o século XXI vai ser o século da Ontologia diagonal, da Poesia livre do sentimento fácil....
Somos eternamente livres de criar uma espécie de Assembleia secreta, e eu gostava disso. Uma mesa redonda, de amigos, de pensadores, de ... revanchistas. E Tu, caro Amigo, és dos poucos que tens essa noção de intelectualidade. Somente, creio ter-to dito, trabalhas a meio-gás. Se trabalhasses a 90%, e creio que irás fazê-lo, serás um Génio, e eu orgulhar-me-ei disso!
isto tudo para dizer que não há maus católicos. Não basta dizer "credo", é preciso fazê-lo diariamente.
usas a palavra para aquilo que sentes ser o teu propósito! Segue esse chamamento. Senão, eu sentir-me-ia mesmo mal por saber que já usei a minha linguagem para coisas, digamos, perigosamente suicidas...
Achas que eu me orgulho da Legião? Sinceramente, não. E não, porque teve de ser assim. E aqui vou parafrasear Pombal, "em Portugal, ou as coisas se fazem pelo açoite, ou então nada se faz". A legião, meu caro, não acabou. Enquanto eu existir ( e a minha mera presença importuna muita gente, pelos vistos) não irei desistir enquanto não tivermos os mesmos direitos que os restantes estudantes de Direito deste País fragmentário e fragmentado.
A Hipérbole, no teu caso, é a humildade. E nisso, és tremendamente Cristão.
Continua. terás o meu singelo apoio!
Aquele Abraço
Lourenço,
apresento-me neste átrio, com a humildade de quem vai inutilmente tentando ser, para agradecer as palavras de incisivo, mas cordial, saber.
Os meus escritos nada mais são que meros espasmos da (absurda)inquietude que me vai tomando.
Saberá já o Manel que o caminho que vou tomando não se cruza com o seu. O Deus Cristão não passa já de uma turva ideia que outrora me informou. Procuro agora resposta na dialéctica ou num qualquer agnosticismo tendencialmente cartesiano.
Contudo, esta e outras questões nada mais são que singelas bifurcações num trilho que nos conduz ao mesmo destino. Espero pelo Setembro que se aproxima para, se mo permitirdes, me sentar nessa redonda mesa de quase-saber.
Me despeço, caros colegas (ou quase) da FDUP, com um último obrigado pelas sábias palavras.
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