sábado, 24 de novembro de 2007

um momento filosófico

A VIDA É UMA RODA

e eu ando aos trambolhões por ela fora, porque nunca tive muito jeito nem para andar de bicicleta nem para outras coisas com rodas.
lembro-me até de um dia em que embati com particular vigor numa roseira brava. estava o meu pai a ensinar-me a andar de bicicleta, lá está, e a dada altura resolveu deixar-me sozinho com os encantos do velocípede. não tivesse eu 4 anos, e até conseguía chegar aos pedais, antes de me esbarrar contra aquela parede de espinhos. foi glorioso. desde esse dia, nunca mais gostei (muito) de bicicletas. esse dia também marcou a minha escolha de carreira, porque estudo agora Direito com esperança de descobrir fundamentos para processar e aprisionar numa cadeia de máxima segurança o meu progenitor.

a vida dá-me coisas boas. irritantes, mas boas. eu gostava de dizer, poder dizer, que a vida não presta, que o dia correu-me mal, obrigar qualquer bêbado (sim, tu!) que pare neste blog a ler que me esqueci do trabalho de grupo, ou que me choveu em cima, ou que a minha namorada está zangada comigo, mas...
nada disto me acontece.
ou seja, pode até acontecer. mas não faz parte? se a vida fosse fácil, eu não podia gozar com várias coisas. como seria o mundo sem pitahs que falam axim? naum xewiah muntuh xatuh?!?
como seria o mundo, se eu não pudesse dizer que sou um liso? uma seca. que desafio havia? agora vou partilhar algo convosco. eu sou mesmo um liso. sou um estudante liso. perguntem à minha senhorinha, o nosso jantar de1º aniversário de namoro fui eu que paguei, e levei-a à sopa dos pobres da santa casa da misericórdia.
ridículo.
mas não iria gostar de outra forma.
existe um significado para a vida. e envolve mais do que estar depressivo. é um hino, é uma doutrina
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e nós temos de nos afastar de tudo o que é fora do contexto. todas aquelas coisas que aparecem no meio das nossas leituras que nos distraiam humbahumbahumba e que não são racionais.
é fácil. tal e qual andar de bicicleta...

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1 comentário:

D. disse...

é bom ser liso e ter de apanhar os cêntimos do chão e sorrir. e dizer que afinal não podes ir levá-la
aquele restaurante demasiado caro, mas que podem simplesmente ficar sentados de frente para o douro a comer enlatados. ou simplesmente deixar uma nota debaixo da porta e sorrir com um ar demasiado cheio de coisas para se querer mais.
ou então acordar de manhã e pensar que se tem de subir as mesmas ruas e caminhos para conseguir pensar que o dia afinal teve algum proveito. ou não tivéssemos todos nós de aprender a andar de bicicleta sozinhos... xD

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