quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
bem, bem... olha só o que eu encontrei
e para os outros também
o sistema
Um “sistema” onde, cito de novo, “a elevada promiscuidade entre o poder político e o poder económico resulta em primeiro lugar do posicionamento e acção de governantes e outros agentes”, não se promovendo “a clarificação da fronteira entre o poder político e o poder económico”."
Por Paulo Pinto Mascarenhas
texto na íntegra aqui.
insurgente
in O Insurgente
domingo, 24 de fevereiro de 2008
surreal cinema
quem gosta de cinema, gosta de uma boa história. eu gosto de bom cinema.
um bom cinema é, na visão democrática, ver um bom filme americano ou britânico, ou mesmo francês, que estes já começam a compreender a ciência do lucro.
um filme surrealista é surrado mal saia nas salas, qual prostituta pouco competente pelo seu chulo impetuoso.
a queda do surrealismo, no entanto, não é criado pelos seus inimigos, mas pelos que os odeiam.
o melhor elogio de um génio do cinema é a ausência de um elogio. e assim, um génio do cinema não retrata a realidade. retrata o ser mais irreal de todos, ele próprio. e a sua irrealidade é o nosso licor, a cidra que bebericamos, ou então, uma verdadeira merda pedófila que temos de aturar durante uma puta de uma sessão de cinema, com o gajedo todo a ver o novo filme do Tarantino.
frases de JCM
"As Bodas de Deus" de João César Monteiro
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
banda gástrica
Mulher de 400 quilos foi atropelada por um monovolume e está no hospital em condição grave.
uma mulher de 400 quilos não é atropelada. Perde o direito constitucional a ser atropelada logo que ultrapassa os 399 quilos.
o que pode acontecer é ela ter a chatice de ficar as próximas semanas a arrancar os pedaços do monovolume do umbigo.
domingo, 17 de fevereiro de 2008
dos Partidos
Os únicos países que mantém governos de esquerda, actualmente, na Europa, são apenas dois, uma velha monarquia e uma pequena república, curiosamente vizinhas. A república portuguesa e o reino da Espanha.
Isto pode querer dizer várias coisas. Na Europa, com a maior pluralidade de ideologias, a direita, que aproveitou as últimas crises económicas e políticas para rejuvenescer e mudar a sua imagem aos olhos do eleitorado, tirou à esquerda, mais descuidada neste parecer, grande parte da exclusividade de ideias que esta possuiu durante décadas. De facto, a democracia cristã, liberal ou democrata, uns chavões quase proibidos na nossa terra, um porque é um óbvio atentado ao nosso sagrado laicismo, os restantes dois porque são atentados à nossa sagrada ignorância, obtiveram lá fora uma pluralidade de ideais modernos que ganharam simpatias entre a população jovem e adulta, entre conservadores sedentos de uma moralidade nacional e antigos militantes de esquerda, que se dizem agora liberais para afirmar a sua mudança para o centro político.
Apenas em Portugal persiste a ideia de que a Direita, ou é totalmente virada à direita (CDS/PP) ou disputa o centro com os socialistas. De facto, mantém-se uma visão redutora, e não se imagina sequer que um partido de direita possa, imaginem, aprovar a despenalização do aborto e a legalização das drogas e da prostituição! É, no entanto,é o que acontece "lá fora". A direita ganhou um impulso liberal de tal forma que se mostra mais libertadora e moderna que a esquerda. É o que se passa, por exemplo, na Holanda e na Finlândia, expoentes máximos destes casos (por falar nisso, na Finlândia está já lá o nosso autor, o edukador, um abraço para ele).
Faz falta em Portugal, como sempre fez, um partido de Direita sem preconceitos. Um partido que retirasse ao PS o excessivo peso na política nacional, peso esse impossível de contrariar com o PSD, devido à inércia deste.
No entanto, este situação europeia está a trazer efeitos nefastos na Europa também. Começa a escassear o original ideal europeu da união, da igualdade entre os países. Faz falta, também, em toda a velha Europa, um poder capaz de equilibrar a balança. Falta uma nova Esquerda, que controle os impulsos excessivamente "laissez-faire" da política moderna.
Faz falta...
da Nacionalidade
A nossa pequenez levou a que, durante vários séculos de história, houvesse suficientes cruzamentos entre diferentes raças que cá viviam (mouros, godos, judeus, romanos, etc.) para que criássemos um precoce conceito de nacionalidade, dos primeiros na Europa e no mundo.
É muito difícil para nós analisar certos casos como o dos Balcãs. Não compreendemos a mescla de culturas, de etnias, de estatutos... Vemos, tal como a grande maioria das nações ocidentais, pelos olhos de um iluminista, de um revolucionário de 1848, o princípio de nacionalidade para nós é algo eterno e sempre presente.
Vou-vos falar aqui de 3 países. Da Sérvia, lar da nação de eslavos do sul mais famosa na história mundial, os sérvios. Do Kosovo (ainda não sei bem o que é) e de Timor. Três percepções diferentes de nacionalidade, quase desconhecidas para nós, europeus habituados ao preto no branco nacional.
A Sérvia foi durante largos anos um reino poderoso, que resistiu valorosamente à invasão turca, prevenindo assim a expansão do sultanato de Istambul pela Europa medieval e renascentista. A sua cultura é em muito semelhante à russa, devido à forte presença da religião ortodoxa e de ligações com a civilização bizantina grega. Daí a grande ligação que têm os sérvios, eslavos do sul, e os russos, eslavos do norte. Não confundir a concepção de eslavo com Eslováquia ou Eslovénia. Estes países, tal como a Croácia, a Sérvia, a Polónia ou a Rússia, são de etnia dominante eslava, mas as diferentes influências exteriores, devido ao grau básico civilizacional do primitivo povo eslavo, criaram diferenças entre estes, levando à criação de novas nações. Assim, a Polónia é um país de eslavos germanizados e católicos, devido à proximidade com a Alemanha e a Europa. A Macedónia, de eslavos muçulmanos que se cruzaram com antigos colonos turcos. Durante muito tempo, nenhum destes povos eslavos, à excepção da Polónia, atingiu um estado de independência ou mesmo de mínima auto-determinação. Os sérvios, os mais numerosos e com maior sentido de autonomia, sempre foram uma população problemática para as potências dominantes da região, a Áustria e a Turquia, aliando-se várias vezes aos Russos para as contrariar.
O Kosovo é actualmente habitado por sérvios, os originais habitantes da região, e por albaneses. Os albaneses são um povo anterior à vinda dos eslavos para os Balcãs. São de origem Ilírica, e eram nos tempos do império romano do Oriente contratados como mercenários, e criaram à custa disso um pequeno país que funcionava à custa de principados. Após a conquista turca, a Albânia recebeu várias influências deste povo. A antiga inimizade com os sérvios aumentou. Os Sérvios, que já viam os albaneses como um povo submisso aos turcos, e por isso seu inimigo, recrudesceram esta inimizade após a progressiva islamização da maioria da população albanesa.
Não existe, assim, uma população kosovare. Existe um pequeno território cuja população dominante não corresponde à nacionalidade do poder oficial. Mas a isto não podemos chamar uma situação ilegal ou injusta. Os albaneses do Kosovo saíram, na maioria, de livre vontade do seu território original, e foram instalar-se ali. O ódio dos Sérvios, que os viam como os capatazes dos antigos opressores turcos, levou a que essa população, cada vez mais numerosa, fosse dolorosamente discriminada. Os albaneses ripostaram com acções criminosas e aumentando o volume de comércio ilícito nas província, forma de comércio esse que é a actividade mais lucrativa do Kosovo actualmente. Milosevich, preocupado com a disseminação do povo albanês na província histórica do seu país, encetou uma política de limpeza étnical, prontamente julgada pela NATO e pelos EUA, que prontamente criaram infra-estruturas no Kosovo capazes de criar formas de limpar etnicamente os sérvios. Mas isto não passou, claro, na televisão.
A criação de um estado kosovare vai desequilibrar, mais uma vez, a situação nos Balcãs.
A sua criação só interessa ao governo americano, interessado na cruzada ideológica, e na formação de um estado potencialmente muçulmano e fácil de controlar, para amenizar as relações dos EUA com a religião de Maomé, e para ganhar um aliado na zona, de forma a contrariar as pretensões expansionistas de Moscovo e impor um travão na presença da política da UE.
E todos sabem disto. Sabem que o que se passa no Kosovo não é a libertação de uma nação, mas apenas a mudança de um estatuto e a criação de mais um país para o mesmo povo, o albanês. E sérias repercussões se podem esperar para os sérvios e os seus estimados monumentos localizados na zona, provas únicas da sua cultura. A Direita Europeia, americanizada e sem ideias, temente do que Sarkozy poderá pensar, não se mexe sem a autorização da França e da Alemanha. A Esquerda, fiel aos seus ideias de imutável e senil, sente-se obrigada, por um sentimento idiota de carácter pseudorevolucionário, a aceitar a criação de um novo país, algo tão belo de presenciar em todas as épocas, ainda que isso implique um feroz ataque à integridade da Sérvia. O mal deste país é a sua ligação com a Rússia e o facto de ser governado por um partido nacionalista. Assim, caso fosse outro, aposto que todas as organizações de lugares-comuns esquerdistas da treta que proliferam neste velha Europa, tão carente de quem a leve a sério, tão carente de uma esquerda interessada e investigadora, de uma direita activa e estável, fariam um mega-protesto.
Hoje de tarde vai-se criar um país sem estabilidade política, sem qualquer tipo de antecedentes históricos, do tipo de países que se criou com êxito na América do sul, mas sempre sem mérito na Europa. Vai-se criar um país dependente, sujeito aos embargos russo e sérvio, que não inspira confiança à Europa e aos europeus. Pior, um país totalmente sustentado com activos europeus, visto que os americanos, de tão bem que fizeram a sua missão, relegaram esta missão toda para a UE, que insiste em não dar o seu parecer àcerca do assunto. Um povo para dois países, ou seja, prevê-se uma união futura entre albaneses da Albânia e albaneses do Kosovo. Basicamente, retiramos uma fatia de território tão importante ao sérvios como é para nós o Minho, com a cidade de Braga e Guimarães, berços da nacionalidade, e vai-se dar de bandeja aos albaneses. Não vejo em que é que podemos sequer apreciar esta decisão.
Por fim, gostaria de resumir a situação de Timor leste. ou Lorosae, depende do dialecto que se falar, se em tétum, se na língua portuguesa. Antigamente dividida entre duas potências, Portugal e Holanda, a ilha de Timor mostra claros indícios das diferentes colonizações. Entre uma população numerosa e citadina do Timor Leste, ou cidades bem organizadas mas que se anda quilómetros para ver nativos da região a Oeste. Simplesmente os holandeses preferiam exterminar populações possivelmente nocivas a ter o nosso método desconfortável de conviver com elas. Um passo verdadeiramente interessante seria dar a independência à outra metade da ilha, para que, juntamente com Timor Leste, formarem um estado confederado tendo em base a comum cultura tétum, e as diferentes vertentes portuguesa e holandesa-indonésia dos respectivos estados.
Há dias ouvi nas notícias que, após o atentado a Xanana, se devia por a seguinte pergunta: "Quem estaria interessado na morte de Reinado?" ou seja, já se pensa que Xanana está, de certa forma, a eliminar os opositores ao poder. De facto, esta reaccionarice de jornalista sempre foi muito presente em Portugal, este recusar a admitir méritos a todos os que se mostram conscientes da necessidade de uma presença estrangeira neste país jovem. Xanana Gusmão é um homem muito respeitado na comunidade internacional. É um antigo combatente, e atraí as simpatias do seu povo. De originária ideologia socialista, ele é agora um presidente liberal e consciente das realidades do mundo moderno. Até a situação se regularizar, Timor vai ter ainda muitos anos de presença da ONU, e espero eu, de presença portuguesa, visto que podemos ainda e muito colaborar com este povo, e daí tiraremos muitas lições positivas e um aliado fiel. Admiro muito o povo timorense, e fico sempre comovido quando um timorense me fala com carinho do nosso país, da ideia persistente que eles têm do português.
Assim, contando com os muitos que estão interessados num presidente que não seja tão pró-português como Xanana, e que veja mais possibilidades de lucro com um líder mais submetido à vontade australiana ou americana, deve-se fazer antes esta pergunta:
Quem estaria interessado na morte de Xanana?
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008
sábado, 9 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
pontos de vista
"O laicismo é um caminho para a escravatura. Quem ficar surpreendido com esta afirmação provavelmente não entende muito de liberdade ou então alimenta secretamente o desejo de escravizar os seus concidadãos.
Reduzir a vida humana à sua vertente material, elevar a ciência ou até a razão a Providência e definir o bem como intrínseco à nossa existência física é uma receita para a perda da liberdade. Porquê? Porque as noções de bem e de mal passariam a depender apenas da frágil interpretação humana e a ser sancionadas, enquanto tal, como Lei.
Os opressores que implementassem leis que violassem os direitos naturais não responderiam perante nenhuma instância superior e os oprimidos não poderiam invocar direitos sagrados para resistir à opressão. O relativismo e a falta de força moral fariam o resto!
O direito à vida, à liberdade, à propriedade e à procura da felicidade são inalienáveis porque foram conferidos por Deus aos homens. Ao eliminar Deus o laicismo distorce, fragiliza e aliena os direitos que nos tornam livres e portanto é um caminho para a escravatura. Q.E.D."
nota - nem todos os pontos de vista expressos neste blogue são partilhados pelo autor.
e mais uma da senhora...
As mulheres, duas ou três que por lá andam (na revista Atlântico) escrevem umas coisitas sobre a vida mundana. (...) E os homens atlânticos aplaudem-nas como cãezinhos, neste caso cadelinhas, amestradas que brilham com os seus truques de circo. Bravo.
Cara Ana de Amsterdam, tem toda a razão. A minha estupidez genética (sabe, sou mulher) e total incapacidade de apreender qualquer informação digna de ser vomitada num artigo da imprensa escrita obriga-me a escrever sobre idiotices, banalidades da vida mundana. Deve ser o hábito de ser aplaudida como a uma vaca que acabou de ganhar o primeiro prémio na feira Agropecuária de Beja, não me leve a mal: cá em casa é assim, cada vez que abro a boca atiram-me moedas de dez cêntimos que vou amealhando para comprar mais uma Hola, a minha bíblia vital.
Suplico-lhe, porfavorporfavor, que tenha compaixão de mim, pois não passo de uma fútil rapariga a quem os ovários, as mamas e a obrigação de pôr máquinas a lavar negaram a profundidade para dissertar sobre temas verdadeiramente importantes e publicáveis. Graças a Deus existem homens que escrevem nas revistas, e nos blogues, e nos livros – sabe-se lá a rebaldaria de sentimentos que esta merda não seria. E graças a Deus que temos por cá mulheres como a estimada Ana, que nos lembra ao resto do gajedo que a futilidade não nos é permitida, que escrever (e ser paga por isso) sobre sapatos ou filhos é para donas de casa mentais, sopeiras que não ouvem músicas em francês, analfabrutas sem acesso aos cursos de mestrado na Universidade Nova e que só seremos respeitadas quando nos comportarmos como homens e aprendamos a mijar de pé e a escrever sobre grandes assuntos da Humanidade (quem sabe se crónicas sobre futebol e charutos não nos dignifiquem). Só não lhe perdoo a comparação com as cadelinhas: tive uma rafeira chamada Leidi que era muito mais inteligente que maior parte dos bloggers que poluem a internet pátria, por muito Coetze que leiam. Bom Ano."
da autoria de rititi.
toma lá que é para a ana de amsterdam aprender.
a lady
Também conta que nem o blogue ou a sua autora possam com esse discurso zapatero (a política é feita por gente muito má que invade países e mente à fartazana, menos por mim que sou super bonzinho e só quero mudar, mudar, mudar) do Obama. Too much Oprah, que queres que eu te diga...
sem mais... tremam.