domingo, 17 de fevereiro de 2008

dos Partidos

Há uns dias caiu o governo socialista italiano. De acordo com o sistema complicado de representação do parlamento italiano, mais vale dizer que caiu o governo de aspiração verticalmente direccionada para um "poucochinho de socialismo".

Os únicos países que mantém governos de esquerda, actualmente, na Europa, são apenas dois, uma velha monarquia e uma pequena república, curiosamente vizinhas. A república portuguesa e o reino da Espanha.

Isto pode querer dizer várias coisas. Na Europa, com a maior pluralidade de ideologias, a direita, que aproveitou as últimas crises económicas e políticas para rejuvenescer e mudar a sua imagem aos olhos do eleitorado, tirou à esquerda, mais descuidada neste parecer, grande parte da exclusividade de ideias que esta possuiu durante décadas. De facto, a democracia cristã, liberal ou democrata, uns chavões quase proibidos na nossa terra, um porque é um óbvio atentado ao nosso sagrado laicismo, os restantes dois porque são atentados à nossa sagrada ignorância, obtiveram lá fora uma pluralidade de ideais modernos que ganharam simpatias entre a população jovem e adulta, entre conservadores sedentos de uma moralidade nacional e antigos militantes de esquerda, que se dizem agora liberais para afirmar a sua mudança para o centro político.
Apenas em Portugal persiste a ideia de que a Direita, ou é totalmente virada à direita (CDS/PP) ou disputa o centro com os socialistas. De facto, mantém-se uma visão redutora, e não se imagina sequer que um partido de direita possa, imaginem, aprovar a despenalização do aborto e a legalização das drogas e da prostituição! É, no entanto,é o que acontece "lá fora". A direita ganhou um impulso liberal de tal forma que se mostra mais libertadora e moderna que a esquerda. É o que se passa, por exemplo, na Holanda e na Finlândia, expoentes máximos destes casos (por falar nisso, na Finlândia está já lá o nosso autor, o edukador, um abraço para ele).
Faz falta em Portugal, como sempre fez, um partido de Direita sem preconceitos. Um partido que retirasse ao PS o excessivo peso na política nacional, peso esse impossível de contrariar com o PSD, devido à inércia deste.

No entanto, este situação europeia está a trazer efeitos nefastos na Europa também. Começa a escassear o original ideal europeu da união, da igualdade entre os países. Faz falta, também, em toda a velha Europa, um poder capaz de equilibrar a balança. Falta uma nova Esquerda, que controle os impulsos excessivamente "laissez-faire" da política moderna.
Faz falta...

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