domingo, 24 de fevereiro de 2008

surreal cinema

a queda de Dali

quem gosta de cinema, gosta de uma boa história. eu gosto de bom cinema.
um bom cinema é, na visão democrática, ver um bom filme americano ou britânico, ou mesmo francês, que estes já começam a compreender a ciência do lucro.
um filme surrealista é surrado mal saia nas salas, qual prostituta pouco competente pelo seu chulo impetuoso.

a queda do surrealismo, no entanto, não é criado pelos seus inimigos, mas pelos que os odeiam.
o melhor elogio de um génio do cinema é a ausência de um elogio. e assim, um génio do cinema não retrata a realidade. retrata o ser mais irreal de todos, ele próprio. e a sua irrealidade é o nosso licor, a cidra que bebericamos, ou então, uma verdadeira merda pedófila que temos de aturar durante uma puta de uma sessão de cinema, com o gajedo todo a ver o novo filme do Tarantino.



João Carlos Monteiro foi um velho decrépito, feio, perverso, fascinante e galanteador. e os seus filmes são a prova do seu génio.
o seu filme "Branca de Neve" ainda é odiado em Portugal, com as vísceras de todos os críticos. odiado por uma esquerda que o vê como um intelectual desgovernado e despreocupado, e por uma direita que o vê como um ataque à cultura portuguesa, o que quer que isso seja, JCM compreendeu algo que génios injustamente deificados ainda não perceberam: a arte não tem cor política, nem vertente. a arte limita-se a existir, e a libertar os homens.

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