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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Declaração sobre assuntos académicos e cenas cá do blogue

Pelo menos 50% dos leitores deste blogue vêm cá por causa da descrição que aparece logo no canto superior esquerdo deste blogue: isto que dizer que a restante metade de leitores que nada têm que os ligue aos problemas internos da FDUP tenham, por vezes, que gramar com coisas que lhes parecem ser do "arco da velha".
É com sincero pesar que vos digo, ó visitantes longínquos, que este é (em parte) mais um desses textos.

Começo assim com a parte que poderá interessar à generalidade dos leitores:
Esta casa tem mais um autor, como os mais atentos entre vós já se deram conta.
O Mário Costa Lourenço não é novo nestas andanças, no que toca à blogosfera nem no que toca à Academia. Tem bastantes provas dadas.
Alguns de vocês podem ter lido alguns textos dele no blogue daquele colectivo que permaneceu no anonimato, a Legião, e podem agora visita-lo num blog pessoal.

Tendo conhecimento das reacções negativas que a Legião levantou, e o envolvimento do Mário, qualquer outro se sentiria levado a justificar a sua entrada, como já em anteriores entradas para o clube de autores deste blog se pediu. O Café Odisseia, enquanto baluarte do bom-gosto e da liberdade de expressão, e criação pessoal de um grupo de "arqui-liberais reaccionários", aristocratas decadentes, não vai cair nessa republicanice do "prestar contas".

O MCL vem reavivar um pouco o contacto do Café com a sua Faculdade. E também inaugurar um espaço poético de sua autoria.
Oxalá encontres ânimo para escrever aqui muitas e muitas vezes, Mário, és bem-vindo e sabe-lo bem. Senão, olha, que se lixe.

O outro assunto que vos pretendo falar é da campanha que um dos autores deste blogue vai encetar (o mpr), usando os meios de comunicação ao meu dispor, para as eleições para o Conselho Pedagógico e Assembleia de Representantes da FDUP, em que vou participar como suplente de uma das listas.
Como a minha participação nas coisas académicas está altamente condicionada por uma crónica falta de tempo e excesso de outros projectos, sinto que é minha obrigação usar o meu blogue, o Café Odisseia, para ser de algum uso para as pessoas em que acredito fortemente serem gente com carácter e valor para servirem os os estudantes da FDUP nesses cargos.

Os textos que versarão sobre esses temas virão com o título Assuntos Académicos.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

cartas ao associativismo académico

Contudo, as AE's e supostamente quem deveria representar os estudantes, preferem fazer de conta que está tudo bem, desde que continuem a existir alunos suficientes para ir às festas nas discotecas da moda.

Hoje o que aconteceu foi que houve uma manifestação devido à incompetência dos Serviços de Acção Social, em frente à reitoria, em que estiveram dois alunos de Direito, entre vários de Belas Artes e de Letras, provavelmente alunos também de outras cores (vamos esperar que não para o vermelho não parecer hoje tão absurdo e pobre). A questão é muito simples e pode resumir-se assim: nenhum estudante deveria ser expulso da Universidade por não ter dinheiro para suportar as propinas. Acho que qualquer ser humano racional consegue compreender algo tão simples. Contudo, parece que há muita gente com cera nos ouvidos. È assim que se fazem de facto as coisas em Portugal... Mas se por acaso até correr bem, certamente que uma manada parasitária virá atrás para colher os frutos.

Este texto, do Bocas Pó Barulho, insere-se num conjunto de ideias da minha colega Daniela sobre os deveres de uma AE e do apoio que esta deveria dar aos alunos. O texto na integra terá mais informações, mas como ultimamente este tema tem-me sido caro, abordo-o por aqui.

As associações de estudantes desempenham o papel de representantes dos interesses dos estudantes. No entanto, várias são as realidades onde a existência de uma associação de estudantes é apenas um factor de desigualdade de oportunidades e protagonismo de certos grupos específicos, tantas vezes ligados a elites políticas e sociais. Cria-se um órgão democraticamente legítimo quando, na realidade, a necessidade que se tem dele é a mesma que os romanos tinham dos templos de Baco. As verbas disponibilizadas são, por isso, bacanalizantes também. Pergunto-me se na maioria dos casos não seria mais eficiente a possibilidade de os estudantes lidarem directamente com os orgãos executivos das faculdades para a promoção de eventos académicos, em vez de serem representados por grupos de gabinete, tantas vezes sem terem de facto escolhido essa representação conscientemente, pagando por tal um preço que não vêm, mas que está lá.

O associativismo académico usurpou aos estudantes muita da sua liberdade de iniciativa, rementendo-a para uma parafernália de burocracia que, na Universidade do Porto, é representada pela FAP. Solidariedade entre estudantes, se a há, é feita por indivíduos congregados em organizações próprias.

Podemos comparar este caso ao das juventudes partidárias. Obtém-se o monopólio do activismo político jovem para estas associações de amesquinhanismo de mentes jovens, criando belos petizes para os programas de Partido. Nas associações, cria-se uma classe activa estudantil, e alimenta-se uma massa estudantil alheia aos problemas, entregue a si e abandonada pela sensação de que tudo já está a ser tratada pelos "tipos da Associação".

Muito provavelemnte a minha amiga Daniela tem opiniões diferentes da minha quanto ao próprio texto dela. Porventura, para ela, uma das soluções do problema das bolsas e dos atrasos dos Serviços de Acção Social é a mentalização das AE's para o problema. A meu ver, há muito que o activismo académico se não faz pelas associações de estudantes, mas antes pelos pequenos grupos organizados, muito mais maleáveis, espontâneos, modernos e atractivos que as associações.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

as várias formas de se proibir

Luís Lavoura escreve no blog do Movimento Liberal Social uma referência ao comunicado do Instituto Superior Técnico, satisfeito com a atitude tomada pelo tal instituto.
Diz assim o seguinte comunicado:

"Na sequência da carta enviada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior [...] repudiando de forma veemente a prática das
praxes académicas infligidas aos estudantes que ingressam no Ensino
Superior, e dando conta da intenção de responsabilizar civil e
criminalmente, por acção e por omissão, os órgãos próprios da
instituição sempre que se demonstre a existência de práticas ofensivas
para os estudantes
, fica decidido:

1) Não reconhecer legitimidade a qualquer auto-denominada comissão de
praxe, proibindo as actividades que neste momento lhes estão associadas nos campi [...];

2) Proibir a prática de praxes académicas nos campi [...], qualquer que seja a forma como são organizadas.

Qualquer violação a esta directiva deverá ser comunicada ao Conselho
Directivo da Escola, que agirá em conformidade, não estando excluída a possibilidade de abertura de um processo disciplinar ao(s) elemento(s) prevaricadore(s)."

(os sublinhados são do Luís)

Esta decisão do Instituto, e a carta do Ministro da Educação parecem-me absurdas e castradoras. O Ensino Superior tem capacidade e o dever de possuir alguma autonomia, e apadrinhar as organizações estudantis, acolhê-las e responsabilizar-se por elas, sempre que elas o peçam ou o requeiram. Faz parte de um elo Estudantes-Administração que eu julgo não estar confinado à esfera intervencionista do Estado ou do Ministério, antes a um contrato entre os frequentadores da Academia.
Penso que os mesmos que vêm na liberdade de expressão um refúgio para criticar e discutir as Tradições Académicas deviam, igualmente, aceitar o carácter académico delas e o seu lugar entre a comunidade estudantil.
Infelizmente, dentro e fora da Academia, não faltam entre nós os que querem impor as suas opiniões sobre os outros.
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