"(...)este livro é o teu testamento António Lobo Antunes, não embelezes, não inventes, o teu último livro, que amarelece por aí quando não existires, como esta casa é triste às três horas da tarde, toque na fêmea pai em lugar de tocar-me que ela sim, sua filha, não tenho pai, tenho uma colher na despensa com um isqueiro por baixo, um êmbolo, um elástico, um limão espremido e você tinha os cavalos e o dezassete fora da roleta, escolheu um número que não há, uma mulher que não há, filhos que não há, há toiros mas os toiros são pedras moendo os campos com a boca (...)"
António Lobo Antunes, Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra No Mar?
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