O PSD é o principal responsável pela ausência de real representação de direita em Portugal. Em larga medida, é um objecto parasitário que aceitou de bom grado um sistema político delineado pelo PS no pós 25 de Abril. O PSD aceita que a voz popular diga que é um partido de direita apesar de ser um partido Social Democrata (tal como indica o nome), sabendo-se que a social democracia é representada à esquerda em qualquer país europeu. Já se sabe que Sá Carneiro falava em instaurar o Socialismo Democrático, mas não precisamos de ir tão longe: há alguns dias, o próprio Marques Mendes disse que o PSD não é um partido de direita mas sim de centro (porque não pode dizer esquerda, sabendo-se que esse espaço está já ocupado). Mesmo a chamada ala mais conservadora do partido encabeçada por Manuela Ferreira Leite é apenas conservadora nos valores sociais, porque na economia é social democrata, ou seja, de esquerda. E para os que dizem que ser conservador nos valores sociais basta para se ser de direita, então podem votar no PS ou no MEP, porque o que não falta por lá são elementos da esquerda católica conservadora. Esses elementos, por si só, não colocam ninguém na direita. Acredito ainda que se Portugal tivesse um partido liberal como têm os alemães, o PSD teria mais afinidades (e faria mais coligações) com o PS do que com um partido liberal, porque, e como já demonstrou ao longo dos anos, o PSD não tem uma genética que enfatize a liberdade económica.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
auto-flagelação
n'O Replicador
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