segunda-feira, 6 de outubro de 2008

casamento "gay" e o império galáctico

Nos dias que correm, várias opiniões têm aparecido sobre a temática do casamento homossexual. Vindo de um mundo académico e jovem, tenho-me surpreendido da certeza com que as ideias têm sido apresentadas, principalmente pelo lado pró-casamento. Na senda de um argumento humilde e honesto, encontrei uma opinião do Professor João César das Neves. O texto em baixo reproduzido não inclui a minha opinião, que eu julgo ainda não estar absolutamente firme neste aspecto. Pode ser visto na íntegra no DN:
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"Nos dias que correm a política tem cada vez menos a ver com os reais problemas, sendo crescentemente um espectáculo de entretenimento. Não admira que adopte as regras do género. Portugal tem gravíssimas dificuldades de vária ordem. Exactamente quais são e como se resolvem é assunto menor da actualidade, entretanto obcecada com temas laterais, fictícios ou simplesmente tontos, mas muito dramáticos: lutas internas do PSD, eleições americanas, um empolado surto criminal e, claro, o casamento dos homossexuais.
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Este último é o mais curioso porque, falho de conteúdo, tem os contornos largamente determinados pelas formas cinematográficas. A questão é introduzida como um decisivo combate de civilização a favor da justiça e dos direitos fundamentais. Mas a pose é oca e infundada, pois as mesmas forças políticas têm feito tudo o que podem para desqualificar o casamento como força válida na sociedade. Além disso, se é indispensável regularizar a situação doméstica desses casais, porque não da miríade de outras circunstâncias familiares e relacionais que não possuem cobertura jurídica? Apesar de tudo o número de coabitações de irmãos, tios, sobrinhos ou amigos é maior que a dos gays, para não falar dos casos de poligamia, incesto e pedofilia, que a mesma sociedade (ainda) insiste em repudiar. Porquê esta obsessão com uma situação particular?
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O Estado não regula o amor entre pessoas. Se o fizesse teria de criar muitos contratos além do casamento. A lógica da instituição matrimonial vem das implicações estruturais na sociedade da união fecunda entre mulher e homem, incomparáveis com as de qualquer outra. Escamotear isto e tratar o contrato como um direito do amor mútuo é uma tolice.
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O enredo baseia-se num silêncio ensurdecedor. Todos os participantes no debate fingem ignorar um facto central, que traz o picante ao drama. A grande maioria da população considera a homossexualidade uma depravação, um acto intrinsecamente desordenado e contrário à natureza. Não se trata de um preconceito, mas de uma opinião válida e legítima a ponderar. E não deve ser confundida com homofobia, que é agressão ou discriminação de pessoas. É possível discordar fortemente da orientação de alguém, tratando-o com respeito e consideração. É isso a democracia e é assim que somos chamados a lidar com fumadores, racistas, poluidores.
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Infelizmente não são tratados assim os que se opõem à reforma. No caso dos homossexuais a única atitude admissível parece ser a aceitação do dogma intocável da sua perfeita equivalência com sexualidade normal. Assim, o combate pelo casamento gay representa um teste a esse sacrossanto mandamento da equivalência. Deixa de ser um debate político, para se transformar em cruzada quasi-religiosa. O assunto toma a emoção de Luke Skywalker enfrentando o Império Galáctico."

1 comentário:

D. disse...

tenho vontade de cuspir na cara deste idiota que escreveu este coiso e esmagar-lhe o crânio com uma pedra. e eu sou hetero.

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