Para breve está o fim do mandato da Administração Bush Filho.
Para trás deixa um país em crise económica, dois países militarmente ocupados, e muitas complicações de futuro.
Nada disto era, no entanto, previsível, quando George Bush subiu à cadeira presidencial americana. Advogado das típicas causas conservadoras e republicanas (redução de impostos, governo limitado, descentralização da administração), podemos facilmente ver que as coisas correram terrivelmente mal.
Podemos dividir este mandato entre a época "Bush ante-11 de Setembro" e "Bush após-11 de Setembro".
As exigências de uma política externa anormalmente activa mudaram por completo a política original dos republicanos. Os erros advidos da inexperiência do Executivo e de uma prodigiosa falta de tacto por parte dos analistas do Governo apenas aprofundaram mais o pântano em que a América se estava a afundar.
Os acontecimentos prévios na política interna vêm dar a machadada final num mandato que exigia um homem mais preparado, mais experiente. Infelizmente para a América, nunca o houve. Escolher Bush ou Al-Gore seria o mesmo que escolher entre Coca-Cola e Pepsi. Ambos inaptos, sendo que um deles tem o peculiar defeito de não ter escrúpulos morais, e o outro insiste num infantil estereótipo texano.
Assim, finalmente encarando o lento e vagaroso descer da cortina, recolhendo-se os actores aos bastidores e esperando a opinião pública o veredicto da história e da democracia (este está praticamente sabido, Obama vai ganhar) resta-nos elucidar então os grandes culpados pela crise deste início de século.
Bush herdou uma guerra, no pior local possível. Como disse Reagan, a irracionalidade da política do Médio Oriente impede qualquer tipo de planeamento ou previsão futura. Reagan sofreu as consequências de uma intervenção militar no Líbano, e infelizmente os seus colegas republicanos não aprenderam com o seu erro. Assim, Bush herdou as consequências das intervenções militares de Bush Pai e Bill Clinton em Bagdade e no Kuwait e Arábia Saudita. No entanto, não contou com o ódio anti-americano como factor de impossibilitação de uma presença americana no Oriente.
Para o futuro, deixa-nos George uma mão cheia de legados pouco promissores, desde o "Patriot Act" até à prisão de Guantánamo. Tudo formas intrincadas e subversivas de violar as antigas liberdades e leis dos EUA, e manter distraídos os cidadãos com abstraccionismos como a Guerra Contra o Terrorismo, uma espécie de Guerra Permanente que não passa de uma desculpa para manter os impostos elevados e a contínua situação de conflito internacional.
No aspecto interno, Bush continua a ser um desastre. A crise económica é derivada do corporativismo que as suas políticas económicas de favorecimento dos monopólios levaram a cabo, e nasce de medidas centrais tomadas, também, pelos seus antecessores. Incapaz de fazer face à corrupção, G. Bush adoptou o discurso apocalíptico das crises anteriores, e proclamou mais uma Guerra Permanente, desta vez a Guerra Contra o Mercado.
Apanhado no vórtice externo que os últimos presidentes americanos criaram, herdeiro de uma diplomacia romba e ineficaz, Bush foi o homem errado na pior altura possível.
Os seus erros e decisões, tomados quase sempre à revelia dos órgãos republicanos, tornaram-se as causas e as consequências do primeiro quartel deste século, e esperemos que o futuro possa sarar as feridas que a política da sua Administração abriram.
Para trás deixa um país em crise económica, dois países militarmente ocupados, e muitas complicações de futuro.
Nada disto era, no entanto, previsível, quando George Bush subiu à cadeira presidencial americana. Advogado das típicas causas conservadoras e republicanas (redução de impostos, governo limitado, descentralização da administração), podemos facilmente ver que as coisas correram terrivelmente mal.
Podemos dividir este mandato entre a época "Bush ante-11 de Setembro" e "Bush após-11 de Setembro".
As exigências de uma política externa anormalmente activa mudaram por completo a política original dos republicanos. Os erros advidos da inexperiência do Executivo e de uma prodigiosa falta de tacto por parte dos analistas do Governo apenas aprofundaram mais o pântano em que a América se estava a afundar.
Os acontecimentos prévios na política interna vêm dar a machadada final num mandato que exigia um homem mais preparado, mais experiente. Infelizmente para a América, nunca o houve. Escolher Bush ou Al-Gore seria o mesmo que escolher entre Coca-Cola e Pepsi. Ambos inaptos, sendo que um deles tem o peculiar defeito de não ter escrúpulos morais, e o outro insiste num infantil estereótipo texano.
Assim, finalmente encarando o lento e vagaroso descer da cortina, recolhendo-se os actores aos bastidores e esperando a opinião pública o veredicto da história e da democracia (este está praticamente sabido, Obama vai ganhar) resta-nos elucidar então os grandes culpados pela crise deste início de século.
Bush herdou uma guerra, no pior local possível. Como disse Reagan, a irracionalidade da política do Médio Oriente impede qualquer tipo de planeamento ou previsão futura. Reagan sofreu as consequências de uma intervenção militar no Líbano, e infelizmente os seus colegas republicanos não aprenderam com o seu erro. Assim, Bush herdou as consequências das intervenções militares de Bush Pai e Bill Clinton em Bagdade e no Kuwait e Arábia Saudita. No entanto, não contou com o ódio anti-americano como factor de impossibilitação de uma presença americana no Oriente.
Para o futuro, deixa-nos George uma mão cheia de legados pouco promissores, desde o "Patriot Act" até à prisão de Guantánamo. Tudo formas intrincadas e subversivas de violar as antigas liberdades e leis dos EUA, e manter distraídos os cidadãos com abstraccionismos como a Guerra Contra o Terrorismo, uma espécie de Guerra Permanente que não passa de uma desculpa para manter os impostos elevados e a contínua situação de conflito internacional.
No aspecto interno, Bush continua a ser um desastre. A crise económica é derivada do corporativismo que as suas políticas económicas de favorecimento dos monopólios levaram a cabo, e nasce de medidas centrais tomadas, também, pelos seus antecessores. Incapaz de fazer face à corrupção, G. Bush adoptou o discurso apocalíptico das crises anteriores, e proclamou mais uma Guerra Permanente, desta vez a Guerra Contra o Mercado.
Apanhado no vórtice externo que os últimos presidentes americanos criaram, herdeiro de uma diplomacia romba e ineficaz, Bush foi o homem errado na pior altura possível.
Os seus erros e decisões, tomados quase sempre à revelia dos órgãos republicanos, tornaram-se as causas e as consequências do primeiro quartel deste século, e esperemos que o futuro possa sarar as feridas que a política da sua Administração abriram.
2 comentários:
não seria tanto por ter herdado ou não situações complicadas, mas porque Bush é uma espécie de desastre governamental que não tem o estofo suficiente para governar um dos países mais importantes e influentes do mundo.
p.s - gostei mesmo deste texto, finalmente um texto teu que embora vá contra o que eu professo, não cai no facilitismo do senso-comum anti-esquerda.
p.s.2 - tirem a censura deste blogue.
cara daniela:
é tarde :) e estou cheio de sono, mas não quero deixar isto esperar.
agradeço o primeiro post scriptum, de facto, estou ainda a construir o meu estilo, mas ainda bem que gostaste deste texto.
quanto ao post scriptum número dois, receio que terei de frustrar o teu pedido. não lhe chames censura, não se analisa palavra a palavra.
não há uma máquina a cortar os comentários que contenham as palavras "foda-se" "merda" e "punhetas". (todo este funcionamento é pessoal, e por enquanto estou eu a moderar comentários de todos os autores, se bem que de futuro cada um moderará os comentários que aparecem aos seus textos)
é só uma questão:
a) afastar spammers
b) afastar comentários de ódio
c) repelir tentativas de tornar o blogue desconfortável e/ou grosseiro/idiota.
d) dar aos autores o controlo sobre a discussão na caixa de comentários.
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