Espanha contorce-se numa crise social gravíssima que, há uns meses atrás, ninguém adiantaria. Os desempregados ascendem já aos 3,3 milhões. Em Janeiro 198 838 indivíduos perderam o emprego. Para termos uma noção da gravidade do problema, vejamos a distribuição geográfica do desemprego nesse mês: as regiões mais afectadas foram Catalunha e Valência (32 525 e 31 021 desempregados); segue-se Andaluzia, a região espanhola mais pobre, que perdeu 25 578 postos de trabalho; em seguida temos Madrid, com 23 923. O sobranceiro País Basco, dos menos afectados, perdeu, ainda assim, 9456 postos.
Os dados são dramáticos, contudo, a animosidade popular, que tantas vezes se materializa em greves ainda não se fez sentir. Chovem acusações aos sindicatos: são ineficazes, coniventes, pouco socialistas.
Enfim, a inércia dos sindicatos nota-se quando eles são mais necessários. Em tempo de vacas gordas podemos ver os dirigentes sindicais acotovelarem-se para ver quem redige em tempo record imaginativas exigências; podemos admirar a arte com que distorcem o mercado e levam lentamente a empresas a situações insustentáveis (como agora se verifica).
No caso português, não é racionalmente possível negociar com um sindicato; é inútil tentar comunicar com quem se agacha numa trincheira comunista previamente insonorizada. No caso espanhol o diálogo também não é possível, os sindicatos decidiram ausentar-se por tempo indeterminado.
A bolha da construção civil explodiu; milhares de trabalhadores imigrantes ficaram subitamente encurralados num estado improdutivo; cresce a xenofobia; o Governo não tem meios para dar resposta à situação, ademais, atola-se em dívidas resultantes de péssimas escolhas políticas (subsidiar a saída dos trabalhadores estrangeiros, por exemplo); a esquerda nada resolve; a direita está exausta…
Perante o exposto não admirará ninguém que o descontentamento popular venha a adquirir laivos pouco amistosos e, nesse caso, uma grave crise institucional estará lançada.
Os dados são dramáticos, contudo, a animosidade popular, que tantas vezes se materializa em greves ainda não se fez sentir. Chovem acusações aos sindicatos: são ineficazes, coniventes, pouco socialistas.
Enfim, a inércia dos sindicatos nota-se quando eles são mais necessários. Em tempo de vacas gordas podemos ver os dirigentes sindicais acotovelarem-se para ver quem redige em tempo record imaginativas exigências; podemos admirar a arte com que distorcem o mercado e levam lentamente a empresas a situações insustentáveis (como agora se verifica).
No caso português, não é racionalmente possível negociar com um sindicato; é inútil tentar comunicar com quem se agacha numa trincheira comunista previamente insonorizada. No caso espanhol o diálogo também não é possível, os sindicatos decidiram ausentar-se por tempo indeterminado.
A bolha da construção civil explodiu; milhares de trabalhadores imigrantes ficaram subitamente encurralados num estado improdutivo; cresce a xenofobia; o Governo não tem meios para dar resposta à situação, ademais, atola-se em dívidas resultantes de péssimas escolhas políticas (subsidiar a saída dos trabalhadores estrangeiros, por exemplo); a esquerda nada resolve; a direita está exausta…
Perante o exposto não admirará ninguém que o descontentamento popular venha a adquirir laivos pouco amistosos e, nesse caso, uma grave crise institucional estará lançada.
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