texto de Helena Mota, no Torreão Sul
Hoje de manhã, à conta das causas habituais dos engarrafamentos de trânsito (chuva, segunda-feira, três meses antes do Natal...) ouvi mais rádio do que o costume em horário não habitual. Assim, calhou de escutar o comentário do psicólogo/pedagogo do regime, o Dr. Daniel Sampaio, questionado sobre a decisão de uma escola ou do Ministério (se o blog não fosse escrito a lápis, ia pesquisar e estabelecer a devida ligação, assim...) de atribuir um prémio monetário ao aluno melhor classificado. Pois o Senhor Doutor não concorda. Para além de não gostar do número (500 euros) que entende entrar no imaginário dos adolescentes com o estigma do emprego mal remunerado (sem comentários...), o senhor doutor discorda mesmo é destes prémios atribuídos assim, só pelas boas notas, sem avaliar o esforço dispendido pelos alunos e sem avaliar as condições de partida dos mesmos, isto é, se são oriundos de famílias organizadas ou disfuncionais (nem quero saber quais seriam os critérios propostos pelo senhor doutor para aferir dessa organização....), se têm livros em casa ou não, se há computador ou não, etc, etc.
O aluno de "boas famílias" (o senhor doutor acaba por confessar o preconceito subjacente a tudo isto) é presumido como não tendo feito esforço nenhum mesmo que tenha tido óptimos resultados. Mesmo que se tenha matado a estudar. Mesmo que tenha lutado contra a eventual falta de afecto parental ou a disfuncionalidade emocional da sua família organizada, onde não faltam livros, computadores e internet. Mesmo que não seja possível senão à custa de muitos erros, injustiças e preconceitos, aferir o bom rendimento escolar e premiá-lo por outro critério salvo o dos resultados positivos. E esquecendo que o objectivo destes prémios é tão somente o de dar o exemplo e criar a ambição e provocar os mais fracos - intelectualmente, emocionalmente, fisicamente- a superarem as suas dificuldades e, se calhar, serem como o bom aluno e menino rico que tanto invejam.
P.S. Noutro contexto, isto faz-me lembrar aquele episódio que se contava do saudoso Otelo S.C que em visita à Suécia disse a Olof Palm: - "Nós lá (em Portugal) também vamos acabar com os ricos"-. Ao que o sueco terá respondido: -"Mas nós cá queremos é acabar com os pobres!!!".
Hoje de manhã, à conta das causas habituais dos engarrafamentos de trânsito (chuva, segunda-feira, três meses antes do Natal...) ouvi mais rádio do que o costume em horário não habitual. Assim, calhou de escutar o comentário do psicólogo/pedagogo do regime, o Dr. Daniel Sampaio, questionado sobre a decisão de uma escola ou do Ministério (se o blog não fosse escrito a lápis, ia pesquisar e estabelecer a devida ligação, assim...) de atribuir um prémio monetário ao aluno melhor classificado. Pois o Senhor Doutor não concorda. Para além de não gostar do número (500 euros) que entende entrar no imaginário dos adolescentes com o estigma do emprego mal remunerado (sem comentários...), o senhor doutor discorda mesmo é destes prémios atribuídos assim, só pelas boas notas, sem avaliar o esforço dispendido pelos alunos e sem avaliar as condições de partida dos mesmos, isto é, se são oriundos de famílias organizadas ou disfuncionais (nem quero saber quais seriam os critérios propostos pelo senhor doutor para aferir dessa organização....), se têm livros em casa ou não, se há computador ou não, etc, etc.
O aluno de "boas famílias" (o senhor doutor acaba por confessar o preconceito subjacente a tudo isto) é presumido como não tendo feito esforço nenhum mesmo que tenha tido óptimos resultados. Mesmo que se tenha matado a estudar. Mesmo que tenha lutado contra a eventual falta de afecto parental ou a disfuncionalidade emocional da sua família organizada, onde não faltam livros, computadores e internet. Mesmo que não seja possível senão à custa de muitos erros, injustiças e preconceitos, aferir o bom rendimento escolar e premiá-lo por outro critério salvo o dos resultados positivos. E esquecendo que o objectivo destes prémios é tão somente o de dar o exemplo e criar a ambição e provocar os mais fracos - intelectualmente, emocionalmente, fisicamente- a superarem as suas dificuldades e, se calhar, serem como o bom aluno e menino rico que tanto invejam.
P.S. Noutro contexto, isto faz-me lembrar aquele episódio que se contava do saudoso Otelo S.C que em visita à Suécia disse a Olof Palm: - "Nós lá (em Portugal) também vamos acabar com os ricos"-. Ao que o sueco terá respondido: -"Mas nós cá queremos é acabar com os pobres!!!".
2 comentários:
Assim concluo que, por quase não ouvir rádio, habilito-me a perder pérolas destas todos os dias... Bom link ;)
is psicólogos são todos mesmo... hum... boring
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