O Socialismo não é obrigatório, por André Abrantes Amaral
"Sou de direita, mas a direita não se reduz à defesa de ‘valores’, às políticas ‘humanistas’ e à crença que a justiça social se consegue tendo o estado como árbitro.
Recordo-me de alguém ter dito que muitas pessoas que votavam no CDS eram socialistas. Ainda viam a sociedade como estando de um lado a Igreja e do outro os não crentes, com o estado no meio. Ainda hoje o socialismo cristão me choca pela forma como se encobre.
Sou de direita porque acredito na pessoa que cada um de nós é. Acredito no seu discernimento quando não massificado. Na sua capacidade de ligação com os outros, através da família a que pertence e constitui, das amizades que cultiva (e que o leva a inúmeros actos de generosidade), das relações de vizinhança que estabelece, das ligações profissionais que mantém, na confiança que deposita nos negócios que faz (apesar de os tribunais funcionarem mal, a actividade económica continua porque há confiança na palavra) e também devido à entreajuda e trabalho de voluntariado que pratica.
Acredito que é a pessoa quem cria os ‘valores’, os ‘princípios’ e que ao estado não cabe ser regulador dos comportamentos nascidos do livre entendimento humano.
Se querem falar de humanismo, nesse caso, o humanismo reduz-se a isto. Não cabe na decisão fria de um poder centralizado. Acredito na pessoa que cada um é, mas não na capacidade sobrenatural de saber da vida de todos. Ao contrário do socialismo, com ou sem fundo cristão, não acredito na omnipotência do homem.
É esta crença que me faz ser de direita. Da mesma forma, são os limites da capacidade humana que me fazem desconfiar da bondade estatal. Venha ela de onde vier.
Não consigo reduzir a conversa à luta pelo poder do estado para que decida de acordo com uma determinada tendência política. Ora é a esquerda que está no poder e o estado protege os seus princípios, ora é a direita não liberal que se arroga do estado para fazer valer os seus valores. Para mim, a política é bem mais que isto.
Vem este ‘post’, tal como o de ontem, a propósito de textos como este que classificam de teleológicas as teorias não socialistas. Na verdade, não chegam a tanto. São demasiado humanas."
"Sou de direita, mas a direita não se reduz à defesa de ‘valores’, às políticas ‘humanistas’ e à crença que a justiça social se consegue tendo o estado como árbitro.
Recordo-me de alguém ter dito que muitas pessoas que votavam no CDS eram socialistas. Ainda viam a sociedade como estando de um lado a Igreja e do outro os não crentes, com o estado no meio. Ainda hoje o socialismo cristão me choca pela forma como se encobre.
Sou de direita porque acredito na pessoa que cada um de nós é. Acredito no seu discernimento quando não massificado. Na sua capacidade de ligação com os outros, através da família a que pertence e constitui, das amizades que cultiva (e que o leva a inúmeros actos de generosidade), das relações de vizinhança que estabelece, das ligações profissionais que mantém, na confiança que deposita nos negócios que faz (apesar de os tribunais funcionarem mal, a actividade económica continua porque há confiança na palavra) e também devido à entreajuda e trabalho de voluntariado que pratica.
Acredito que é a pessoa quem cria os ‘valores’, os ‘princípios’ e que ao estado não cabe ser regulador dos comportamentos nascidos do livre entendimento humano.
Se querem falar de humanismo, nesse caso, o humanismo reduz-se a isto. Não cabe na decisão fria de um poder centralizado. Acredito na pessoa que cada um é, mas não na capacidade sobrenatural de saber da vida de todos. Ao contrário do socialismo, com ou sem fundo cristão, não acredito na omnipotência do homem.
É esta crença que me faz ser de direita. Da mesma forma, são os limites da capacidade humana que me fazem desconfiar da bondade estatal. Venha ela de onde vier.
Não consigo reduzir a conversa à luta pelo poder do estado para que decida de acordo com uma determinada tendência política. Ora é a esquerda que está no poder e o estado protege os seus princípios, ora é a direita não liberal que se arroga do estado para fazer valer os seus valores. Para mim, a política é bem mais que isto.
Vem este ‘post’, tal como o de ontem, a propósito de textos como este que classificam de teleológicas as teorias não socialistas. Na verdade, não chegam a tanto. São demasiado humanas."
3 comentários:
Hoje descobri que sou de direita, e que sempre foi de direita. Andei enganado este tempo todo!
ainda vem a tempo de se redimir. vide a meus braços, filho pródigo!
(suspiro)
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