sábado, 13 de setembro de 2008

crónicas dos Bragas - boas vindas às ideias

Sobre o que se escreveu relativamente a este assunto. Sublinho que nada do que estava planeado era intencionalmente anti-Praxe. De facto, parece haver na FDUP uma enorme apetência a aparecer coisas anti-Praxe, ou um enorme medo de coisas anti-Praxe, parece-me mais certo. De facto, numa faculdade assim, ideias novas não são bem-vindas de certeza. Penso também que se pode criar, ainda, algo novo. O Almanaque pode vir a ser de grande uso, penso que a comunidade académica interessada na comunicação directa com os alunos do primeiro ano (sendo que "directa" não implica uma posição hierárquica baseada em pressupostos relativos à Tradição) traz coisas maravilhosas ao desenvolvimento intelectual.
Seria um grande contributo, e vale a pena começar desde logo a incentivar a capacidade argumentativa dos Caloiros (que vem do grego kalogeros, ou seja, estudante de disciplinas preparatórias) de, na sua Faculdade, escolher os meios pelos quais se quer desenvolver enquanto estudante e pessoa. A interacção saudável e descomprometida com alunos mais experientes parece-me um bom caminho a seguir para estes objectivos. No final de contas, penso que se requer um pouco mais de pragmatismo, e um pouco mais de criatividade para este trabalho que aquele que é desenvolvido por qualquer outro meio preparado para o efeito presente na nossa faculdade.
Não está a lidar o leitor com um revoltado. Querer contribuir com o que se tem de valor não é somente sinal de revolta. O pessoal do Almanaque não é uma cambada de Revoltados. Por muito que os discordantes fiquem revoltados com esse facto.
Aprecio o adjectivo de desafiante. Se, de facto, alguém considera um desafio aquilo que os autores do Almanaque querem fazer, acho que é bom sinal. Eu acho que um pouco de competição não faz mal a ninguém. Situações de monopólio criam sempre sociedades viciadas e estúpidas. Penso que a nossa Faculdade agradece sempre um pouco de desafio adicionado à enorme carga competitiva que Ela já tem.

Por último, refiro-me mais uma vez (e a última) a esse factor de anti-praxofobia. Ao que parece, teme-se um grupo de "forças vivas" puramente anti-Tradição. De facto, é verdade que eu penso que a Tradição consegue ser indescritívelmente idiota. E porquê? É muito fácil. A Tradição é a mistura do elemento oral, escrito, e sobretudo, simbólico (não serão as palavras puros símbolos?) Assim, os Símbolos representam uma valente parte de qualquer definição da Tradição.
Esta Tradição, no entanto, não deve ser a personificação de uma "mente simbólica". Os símbolos não servem para ser seguidos cegamente. São guias de aprendizagem, são elementos instrutivos de um significado interior. A Tradição mantém-se através do significado que é interiormente dado pelos Símbolos. Deste modo, qualquer fobia para que o fim de uma Tradição aconteça é, regra geral, insustentável e desnecessário, visto que o fim do seu uso implica ou o fim da Tradição ou a manutenção idiota da mesma.
Se os ingleses respeitam a sua Casa do Parlamento, é porque lhe atribuem o significado que ela tem para eles, como a democracia, a liberdade, a história dos ingleses enquanto povo. Na mesma página pode se considerar outra qualquer Tradição, como a Praxe. Enquanto alguém lhe vir significado, e se servir dos seus valores e símbolos como guias e não apenas elementos físicos, não há que ter medo. A não ser que alguém largue bomba-atómica no Jardim da Cordoaria, no dia da Serenata.
Pela mesma razão, não se deve temer o fim efectivo das Tradições. Assim que os Símbolos perdem o seu significado, o que acham que lhes deve acontecer? E às tradições respectivas?
Mais uma vez, peço para procurarem as respostas nos ingleses. Eis o que eles fariam caso o Parlamento deixasse de ser um local de democracia e liberdade, e passasse a ser só uma fachada simbólica:

4 comentários:

Hugo disse...

Acho que perdes mais tempo a pensar em praxe (e numa forma de a contornar e desvalorizar) do que os praxistas...

Já começa a ser tão, que o melhor adjectivo que encontro é, ridículo...

Quanto aos restantes atestados de incompetencia na semana de recepção não os subscrevo nem aceito...Talvez devas começar a dar mais de ti à faculdade para perceber o que ela precisa, o que ela é e do que ela gosta...Até lá continuas apenas a ser mimado nos teus posts, apesar de eu achar que até tens potencial...

Quem não percebe a importancia da praxe na nossa faculdade e com ela goza, não respeita uma grande parte de pessoas que nada faz para ser desrespeitada, e que pelo contrário ,algumas até já deram muito mais à faculdade do que tu possas pensar(ou se calhar dar)...

Só está em praxe quem quer, e ao contrário de todos os pensamentos e argumento racionais que encontres, muitas das pessoas apenas lá estão por paixão e gosto...e esse argumento é incontrariável pelos teus múltiplos argumentos cultos e objectivos...

Das ideias novas de que falas serem impossíveis de aparecerem talvez algo como uma sociedade de debates te mostre do que é um projecto consequente e não esses projectos diletantes que provavelmente te passam pela cabeça...

Duvido também que consigas "arranjar" um produto das 9 às 7 mais apelativo que as semanas de recepçao praxísticas...
Que muitas as pessoas nao fiquem lá é uma realidade...mas que nessas semanas a maioria activa lá está é indesmentível...e que é um espectacular veículo de convívio inicial e de conhecimento de pessoas tb ngm negará...goste-se ou não...
Que te permitas substituir a uma Associação eleita para isso, também me parece presunção...Mas ngm te impedirá de organizares uma semana de recepção, e mais do que temer esse dia, anseio...para ver "um pouco mais de pragmatismo, e um pouco mais de criatividade" que me acusas pessoalmente de não ter (já que sou praxista à 2 anos e membro da AE à um...portanto desde que estás na faculdade)... Não me apresento isento a críticas, sei das minhas falhas(e nossas AE)e procurarei corrigir dentro do melhor possível com "pragmatismo e criatividade"...se não o conseguir espero sinceramente que venha alguém fazer melhor, e que me deixe participar...não leias isto com arrogancia da minha parte ou falta de humildade, apenas acho que te considerares um elemento desafiador e que possas meter medo a alguém ou a alguma instituição, quer seja AE ou Praxe, é ainda prematuro de alguém que nada criou(se criast algo recorda-me)...

Talvez devas seguir os exemplos de colegas como o Henrique ou o Noronha, que infelizmente começam a ser metidos no mesmo saco das discussões futeis, pouco humildes e sem objectivo que não seja a pura discussão...

Ainda espero o café, desde que não estejas por esta altura a treinar os teus golpes de kung-fu para me acertares pelas costas... :D

Abraço

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

bolas ó hugo, tu ofendes-te rapidamente.
por favor, transcreve a parte do texto que goza a Praxe.
a única coisa que está aqui explícito é a vontade de fazer algo, que parece ser estranho para mim porque ainda não fiz nada de novo (o facto de só estar na faculdade há um ano talvez seja uma boa explicação).
tu practicamente cortas-me as asas pá. se é por ter gato, é presunção. se é por não ter gato, é por a ideia ser ridícula e ser, também presunção. não é preciso seres tão crítico comigo, eu não sou assim tão crítico para com as coisas que defendes.
de facto penso mesmo muito em praxe, mais do que os praxistas, como dizes. desvalorizá-la não, porque não preciso, nada me desafia ou agrada para o fazer.
agora contornar... já não direi que não. não acredito em opções úncias, e há sempre formas melhores.

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

e temos mesmo de tratar do café, até porque, e já falámos nisso, aqui ninguém é inimigo de ninguém. e estou mesmo a dever-te um café. prá semana trata-se disso.

Hugo disse...

Embora comente de um modo agressivo e por vezes pouco adequado (Até porque se fala aqui de uma pessoa), não significa que fique ofendido

Quanto ao "gozo" à praxe...não me remeterei a este simples post...tudo tem uma sequencia e tu sabes disso...não me parece que tenha que relembrar as expressões das manias sebosas e frustrações....

Depois...é como digo...tens potencial(sem qualquer sentido de superioridade da minha parte, mas simplesmente visto por alguém de fora inserido no ramo) ...e quando digo ridículo é em relação À praxe(e nisso tens sido), e quando digo presunção (é por achares que podes fazer melhor que os outros e acusalx de falta criatividade e pragmatismo, e nisso sinto-me especialmente ofendido pois todas as semanas de recepçao passam por mim, quer praxistícas quer na AE, principalmente tendo as segundas portas estado sempre abertas e lá nunca tenhas vindo bater, quer seja a criticar ou a sugerir)...

Que tu saibas de conversas que tens cmg, só sabes a minha posiçao(e mal) quanto à praxe e dizes que nao és tao critico quanto ao que defendo?

Pensas em praxe unicamente para encontrar falhas e argumentos bota-a-abaixo...Mas que ela tem inúmeras falhas todos sabemos, melhor que qualquer pessoa que esteja de fora...e mesmo assim continuamos já viste? porque que isso te enerva?

Eu também não acredito em opções únicas, mas neste caso não são verdadeiramente únicas, portanto nem se põe a questão...Ou achas que quem nao anda em praxe nao tem muito pra fazer na faculdade?

Se eu saísse de praxe continuava na comissão de curso, na tuna, na equipa de futsal, na assembleia de representantes...sem contar com inúmeras coisas que podia fazer além das que já faço...

A praxe não é a opção única na faculdade, é simplesmente uma forma diferente de viver os teus anos na faculdade, ligado a um grupo que na sua fantasia é naturalmente distinto dos demais...Tu já cá não estás, estiveste e não viste a magia...enfim...e se não fodes sai de cima!

E como podes ler às vezes pareço agressivo, mas é a minha forma de dizer as coisas...e a Maria João que o diga que sofre tanto na AE(private joke)...

Desculpa se te ofendo, porque mal educado não quero ser, opto é por ser directo (e provavelmente perceberás, sendo tu também assim).

E a prova que não guardo ressentimento, apesar de já todos os insultos que eu pobre praxista já sofri na tua mão...e agora até como associativista pouco criativo e pragmático...é que se mantém esse café...Vê se trazes ideias para projectos...A faculdade precisa sempre de ideias novas (e de manter em grande as boas ;)

Abraço

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