Estavas , linda Inês, posta em sossego,
Dos teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
Dos teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Dos teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
Dos teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Os Lusíadas, Luís de Camões, Canto III, est.120
3 comentários:
Creio que esta é a estrofe que melhor recordo da leitura do episódio de Inês de Castro. Óptima escolha Manuel.
Ri-me à pouco ao recordar que algumas pessoas pensavam que a Dona Inês tinha uma "tatoo" com o nome de D.Pedro no peito. Coisas.
algumas pessoas têm mais dificuldade em encaixar metáforas, Vasco. mas isso é ralmente de um grotesco hilariante. imaginar a pobre inês a fazer uma tauagem "AMT Pedro" é levar os lusiadas a um nivel totalmente novo.
Sabes que mais, isso é resultado de outro erro. Dizem os professores: imaginem Os Lusíadas na época de hoje. Vejam lá, é bastante actual. Camões, na verdade, falava de coisas na época dele que ainda hoje acontecem.
Depois o resultado é a interpretação da tatuagem ou acreditar que há Deuses no Olimpo (isto sem querer criticar quem acredita que eles existam, segundo algumas crenças)
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