quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Arrastados


Daniel Oliveira ficou apreensivo com as declarações do patriarca de Lisboa, há uns dias atrás:




Para Daniel Oliveira, isto é uma prova de como a Igreja Católica, que nunca fez nada pelos direitos das mulheres,,não se sabe manter no seu lugar. Daniel Oliveira sempre soube o lugar devido para os outros. Para os comentadores do seu blogue, estas declarações de D. José Policarpo repugnam ao ponto do nojo e da fúria anti-clerical, incutidas que estão de ódio racial, religioso, e condicionamento à liberdade sexual das jovens cujos amores são aconselhados a acautelarem-se.
A tendência típica de alguns sectores da nossa sociedade é a de diabolizar a igreja pelas suas acções passadas, quaisquer que elas tenham sido, e exigir como paga de todos os pecados cometidos em nome de Deus o completo silêncio destas comunidades religiosas, especialmente a católica. Ainda me lembro do escarcéu que se levantou, há mais de um ano atrás, no Almanaque FDUP, quando eu resolvi discordar com a opinião dominante, que achava ridículo considerar um líder de uma comunidade religiosa como um elemento de confiança da vida social dos portugueses. A tacanhez comum, desde sempre semeada pelos meios universitários, influenciada por este ultra-centralismo dirigista, que nega qualquer tipo de “auctoritas” local tradicional, especialmente de órgãos religiosos, foi-me nesse momento vislumbrada em todo o seu esplendor pela primeira vez.
Para senhores como Daniel Oliveira, e para partidos como o Bloco de Esquerda, a Igreja e as instituições por ela defendidas são alvos a abater. E enquanto isso não se faz, procura-se diminuí-la, e exigir a sua neutralidade como penitência.
O que faz com que, sempre que um representante da Igreja Católica venha a público debater sobre assuntos delicados, a mesma tropa fandanga esteja preparada para lhe cair em cima.
Qualquer conteúdo racista ou fanático nas palavras do Patriarca, se as há, ainda estou para que mo provem. O que eu vejo é um sério conselho às mulheres europeias, sobre as diferenças culturais entre os dois povos. O único mal que eu vejo no texto é só se ter mencionado as jovens europeias de formação cristã. Conheço jovens europeias, de formação ateia, que também sentiriam muita diferença caso passassem a viver num país muçulmano.
A luta por este tipo de multiculturalismo parece desculpar as sharias e as mutilações, e sistematicamente confundir a Igreja com a Inquisição, e até com o IIIº Reich (a maior prova possível de ignorância histórica, mas que tantas vezes eu já ouvi dizer por pessoas inteligentes), quando o fenómeno do Santo Ofício, se bem que terrível, era comum na sua forma e conteúdo tanto no Mundo Católico como no Protestante (alguém já ouviu falar dos famosos casos da caça às bruxas na Nova Inglaterra?) e o IIIº Reich não bebia nenhuma da sua “espiritualidade” no catolicismo nem no cristianismo em geral.
O anti-clericalismo, em Portugal, é uma crença infantil, criada desde os tempos dos “afrancesados”, e incendiada nos nossos períodos mais conturbados, como nos tempos da Iº República. É também uma amostra da quão retardada vai a nossa democracia por estes jacobinismos caducos, que apelam a uma “tolerância do respeitinho” e não reconhecem que muitas das liberdades tão consideradas por nós se confundem com a filosofia cristã europeia, tão própria das culturas ocidentais.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ofendes a revolução do povo operário e famélico

Anónimo disse...

Não torno a este blogue. Vou fugir para o méxico!

Anónimo disse...

E eu, bem, eu continuarei a visitar este blogue, com o fito de manter os serviços de inteligência informados...

TR disse...

Manel, como em algumas coisas e desde há bastante tempo (!)concordo contigo no texto, mas não no tom (na sociedade de debates já falamos, há uns meses sobre isto).

A propósito, o manuel antónio pina tem hoje um texto engraçado no JN sobre isto. E que faz todo o sentido.

Um abraço

Manuel Marques Pinto de Rezende disse...

claro que já falámos Tiago, e na altura eu lembro-me de te ter dito (se não foi a ti, foi a outra pessoa, hás de me desculpar) que muitos dos textos que eu faço no odisseia são comentários a uma notícia de jornal e uma opinião de outro blogger ou figura publica, algumas vezes do Daniel Oliveira.
assim, haverá sempre uma crítica a ma pessoa ou a um grupo, a alguma presunção ideológica que eu discorde. se vês aí um problema de tom...
talvez falemos disso melhor mal nos vejamos, mais tarde...

um abraço

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