Da tradição helénica surge-nos Proteu, filho de Tétis e Oceano, deidade capaz de assumir qualquer forma quando acossada; de tal capacidade dispõe também o Bloco de Esquerda. Pode parecer ultralibertino, padroeiro dos canabinóides, protector dos homossexuais, cultor da diversidade religiosa (esta é difícil de engolir!), etc. Todavia, de quando em vez, quebrantam-se-lhe as forças e assume a forma original (como Proteu).
Na VI Convenção do Bloco de Esquerda, assistimos à assunção de velhos e gravíssimos vícios. Senão vejamos: "O BE quer uma esquerda grande e capaz para combater os inimigos e a exploração. Tem que ser anti-capitalista e só pode ser socialista. Grande pela representação dos mais explorados, dos trabalhadores, dos explorados" – palavras de Francisco Louçã. Fala-nos, portanto, de “exploração”, “combater os inimigos” e, por duas vezes, de “explorados”. Há muito que não se registava tão sinistro caso de esquizofrenia. E mais, o Bloco “tem que ser anti-capitalista” (deveria “ter de ser”, mas não estamos aqui a discutir correcção linguística).
Perante deixas desta índole podemos troçar ou ignorar com esgar de desagrado, contudo, não podemos ficar surpreendidos. O Bloco mais não está que a retornar à sua matriz original, a mescla formada pela UDP (União Democrática Popular), PSR (Partido Socialista Revolucionário) e Política XXI. Louçã está a dizer tudo o que há muito desejava, distribuído em doses cavalares pela imprensa, apoiado pelas mais recentes modas europeias (extremismo de esquerda em França e Alemanha).
Imbuído no seu êxtase, o líder bloquista estuga o passo: vamos impedir que empresas privadas “saudáveis” despeçam trabalhadores! Bem, vamos meter o bedelho nas opções administrativas das empresas privadas já que o nosso Leviathan trotskista/marxista/maoísta não tem noção de decência! Vamos interferir em assuntos dos quais não enxergamos a ponta dum corno! E já agora, vamos nomear gestores públicos para “velar” pelas empresas privadas. Força irmãos de luta…
Proponho a seguinte teorização: imaginemos que um determinado funcionário de uma empresa privada “saudável” não possui a competência necessária, aliás, é negligente na sua conduta e põe a empresa em risco; imaginemos agora que o empregador (um explorador capitalista, claro está) quer despedir o funcionário incapaz. Quer mas não pode, porque o Bloco de Esquerda decidiu pensar por ele, num golpe de génio irrepreensível.
Nota para a ingratidão do partido que, para além de afastar Joana Amaral Dias da lista para a Mesa Nacional, na senda de Estaline eliminou as imagens da ex-dirigente de um vídeo, exibido na Convenção, dedicado às figuras que mais contribuíram para a sua mediatização.
Na VI Convenção do Bloco de Esquerda, assistimos à assunção de velhos e gravíssimos vícios. Senão vejamos: "O BE quer uma esquerda grande e capaz para combater os inimigos e a exploração. Tem que ser anti-capitalista e só pode ser socialista. Grande pela representação dos mais explorados, dos trabalhadores, dos explorados" – palavras de Francisco Louçã. Fala-nos, portanto, de “exploração”, “combater os inimigos” e, por duas vezes, de “explorados”. Há muito que não se registava tão sinistro caso de esquizofrenia. E mais, o Bloco “tem que ser anti-capitalista” (deveria “ter de ser”, mas não estamos aqui a discutir correcção linguística).
Perante deixas desta índole podemos troçar ou ignorar com esgar de desagrado, contudo, não podemos ficar surpreendidos. O Bloco mais não está que a retornar à sua matriz original, a mescla formada pela UDP (União Democrática Popular), PSR (Partido Socialista Revolucionário) e Política XXI. Louçã está a dizer tudo o que há muito desejava, distribuído em doses cavalares pela imprensa, apoiado pelas mais recentes modas europeias (extremismo de esquerda em França e Alemanha).
Imbuído no seu êxtase, o líder bloquista estuga o passo: vamos impedir que empresas privadas “saudáveis” despeçam trabalhadores! Bem, vamos meter o bedelho nas opções administrativas das empresas privadas já que o nosso Leviathan trotskista/marxista/maoísta não tem noção de decência! Vamos interferir em assuntos dos quais não enxergamos a ponta dum corno! E já agora, vamos nomear gestores públicos para “velar” pelas empresas privadas. Força irmãos de luta…
Proponho a seguinte teorização: imaginemos que um determinado funcionário de uma empresa privada “saudável” não possui a competência necessária, aliás, é negligente na sua conduta e põe a empresa em risco; imaginemos agora que o empregador (um explorador capitalista, claro está) quer despedir o funcionário incapaz. Quer mas não pode, porque o Bloco de Esquerda decidiu pensar por ele, num golpe de génio irrepreensível.
Nota para a ingratidão do partido que, para além de afastar Joana Amaral Dias da lista para a Mesa Nacional, na senda de Estaline eliminou as imagens da ex-dirigente de um vídeo, exibido na Convenção, dedicado às figuras que mais contribuíram para a sua mediatização.
6 comentários:
De uma ponta à outra, nestas politiquices não serão os partidozinhos todos iguais?! Parece que sim...
Muito, muito bom...
é verdade txikia, mas só podemos criticar um de cada vez.
olha que se fores rolando pelo blogue abaixo, não à força politica que não tenha sentido o nosso punho homérico! ;)
Nota de esclarecimento: o meu comentário deveu-se ao último parágrafo do texto, sobre a Joana Amaral Dias, porque de resto não estou de acordo contigo, Manuel!
nem tens que estar txikia, quem escreveu o texto foi o Jacob.
Então não estou de acordo com o Jacob, pronto lol
Peço desculpa pela gaffe ;)
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