Assim sendo, fere-nos qualquer tentativa de manipular a os acontecimentos passados, seja a negação do Holocausto , de Tiananmen , do massacre Curdo, etc. Pelo bem da nossa verticalidade, devemos tratar de igual forma a vizinha Espanha.
Não fosse o, cada vez mais inconveniente, juiz da Audiência Nacional, Baltasar Garzón (suspensão do Batasuna por três anos; ordem de prisão a Pinochet, etc.), pretender remexer no que há muito se acordou, tacitamente, inominável, Espanha permaneceria soalheira, bem ao gosto de Sinatra .
Corriam a bom ritmo os verdes anos da democracia espanhola quando, por lei promulgada em 1977, se declarou inimputáveis os criminosos da guerra civil (1936-1939), um acordo de cavalheiros para amortalhar as misérias do passado. Atrocidades que não se deveram exclusivamente ao regime franquista. Pois muito bem, à falta de melhor solução, enterra-se todo o passado, e não mais se toca no assunto; que o bom-nome da família seja salvo! Todavia, após apurar 130000 fuzilados, desaparecidos e enterrados, Garzón decidiu abrir um processo por genocídio.
No melhor pano cai a nódoa, e o espectro político, numa tosse convulsa colectiva, resiste em justificar três décadas de silêncio.
1 comentário:
A minha dúvida aqui não reside, na óbvia responsabilidade dos crimes franquistas durante a guerra, mas sim até onde deve ser aplicada a retroactividade deste tipo de medidas. Porque não abrir um processo para culpar os autores dos massacres a milhares de Arménios durante a primeira grande guerra?
Encaro a mais recente batalha deste Juiz como o fruto de um defeito a ele inerente, a sede de protagonismo...
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