terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Gare do Mundo


pequeno poema, para os leitores mais tardios, A Gare do Mundo


A Gare do mundo é Inefável
Santo Graal Inalcançável
Em planos de Lividez, subsumia-se no tempo
Galaaz santificado, alumiado e paciente
Num breu de malha, imiscuído em Essência
Qual Nobre Ciência
Três vezes Santa, Hermes Trismegisto
Trazendo Novas de gente de Bem
Novas da Terra cruenta e pulsátil
De pernas macias e versátil, (convite de homens ambiciosos)
Amplexo de Mãe, neste Chão Férreo
Tão doce e árduo quanto os chás da Índia.
Em tão amplo pórtico, Terra do Fogo
Praias do Magrebe e Porcelanas de Cantão.
E o Solo expurga-nos, Gare do Mundo
Em busca de um Novo Solo onde ancorar.
E a Gare do Mundo consome-nos, pira de Nero
Como nos dias em que a devassa Roma sofreu
Nesta Ágora de contra-placado, em que nos encontramos
De pouco retornados nos achamos.

O Chão de barro é-nos acre aos Sentidos.
E ela retirou-nos à vida.
Fala com a nossa voz
Do sentimento atroz
De uma vida mal querida.
A Gare do Mundo substituiu-nos na vertigem
E da nossa jovialidade bebeu o Ser.
Então, Sendo-nos no seu Promontório, Nada nos resta
A não ser Esperar o Último Gole da sua Taça
Ante-Câmera dos Danados
Aula Magna dos Vencidos.


Jacob e Manuel, do Caderno do Sinédrio

1 comentário:

Anónimo disse...

o vosso poema é mm lindo, a minha avó chorou, sete palmos abaixo da terra.

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