quarta-feira, 27 de maio de 2009

Velhas ideias agora em Bloco

Vem de longe a posição anti-NATO que o eurodeputado Miguel Portas defende. Ainda não existia Bloco e a extrema-esquerda já se engalfinhava em arrojos anti-imperialistas. Durante muito tempo não lhes conveio limpar o pó aos velhos retratos de família. Agora, em tempos de destemperança, de pouca presença de espírito, dispõem de terreno arável e fértil para cultivar tais ideias, muitas vezes à custa de jovens (aqueles de 16 anos que Francisco Louçã quer que votem) que não fazem a mínima ideia de onde surgiu o Bloco e o julgam, por isso, muito avant-garde.
Nova esquerda! Pois bem, um conjunto de marxistas, trotskistas e maoístas pode ser muita coisa, mas não é nova esquerda. O designativo mais correcto talvez fosse “os velhos extremistas agora em Bloco”, isto se quisermos chamar as coisas pelo nome.
Enfim, anti-Nato porque queremos menos despesismo? Talvez resultasse mais justo anti-Bloco porque queremos menos despesismo! Enfim, o partido que deseja aumentar subsídios, distribuir medicamentos gratuitamente, nacionalizar tudo o que mexe, e enquanto isso, construir um aeroporto e o TGV, indigna-se agora com as despesas do Estado.
Miguel Portas argumenta que Portugal é um "país pequeno", sem nenhum inimigo, e sem “pretensões imperiais” (o que quer que isso seja). Ora, sendo tudo isto verdade gostaria que o eurodeputado elevasse a fasquia e defendesse a reestruturação do exército português, seguindo o exemplo da Suíça que também é um país pequeno, sem inimigos ou “pretensões imperiais” – um exército residual.
Quanto ao “corpo europeu de soldados de paz”, não me parece necessário, uma vez que a NATO realiza operações de manutenção da paz (KFOR por exemplo), tal como a ONU e os seus mediáticos “capacetes azuis”. Acresce que esse “corpo europeu de soldados de paz”, para além de desnecessário, certamente não resultaria de geração espontânea e, assim sendo, mais não seria que uma nova despesa para substituir a da NATO.

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