Na esquerda socialista, muitos olham para a crise actual como uma manifestação das "contradições insanáveis" da economia de mercado, a que preferem chamar "capitalismo", recorrendo assim à linguagem marxista, embora se tenham esquecido já da teoria geral na qual essa linguagem fazia sentido. Assim, as medidas que preconizam para combater a crise são também antimercado: estatizar, nacionalizar, planear. Em suma, medidas para "superar" a economia de mercado, mas sem dizer aquilo a que essa "superação" dará lugar.
Outros, na direita conservadora, vêem na crise o soçobrar dos valores tradicionais que deveriam sustentar o desenvolvimento da economia de mercado. Eles continuam a usar uma linguagem moralizante e pouco atenta à dimensão institucional dos problemas. Por isso a sua solução para a crise nada apresenta de novo: ela resume-se à ideia de responsabilizar os agentes económicos, de lhes exigir padrões éticos mais elevados, como alternativa à restrição do mercado livre mediante a intervenção do Estado.
Estas visões ideológicas, da esquerda e da direita, as leituras do mundo que implicam e as soluções que projectam, são igualmente pobres e ingénuas. A economia de mercado não é algo que seja superável por alguma utopia socialista. O mercado é o único modo eficiente de produzir e trocar tudo aquilo que é essencial à vida. Mas a natureza dos agentes do mercado ou, se quisermos dizer, a natureza humana, também não é maleável ao moralismo conservador. A pobreza ideológica das duas visões aqui exemplificadas não permite compreender a crise e não permitirá enfrentá-la. Nós não podemos mudar a natureza do mercado e ainda menos a da própria humanidade. Aquilo que precisamos de mudar é a nossa percepção ideológica do mundo. A isso mesmo consagraremos as nossas crónicas.
Outros, na direita conservadora, vêem na crise o soçobrar dos valores tradicionais que deveriam sustentar o desenvolvimento da economia de mercado. Eles continuam a usar uma linguagem moralizante e pouco atenta à dimensão institucional dos problemas. Por isso a sua solução para a crise nada apresenta de novo: ela resume-se à ideia de responsabilizar os agentes económicos, de lhes exigir padrões éticos mais elevados, como alternativa à restrição do mercado livre mediante a intervenção do Estado.
Estas visões ideológicas, da esquerda e da direita, as leituras do mundo que implicam e as soluções que projectam, são igualmente pobres e ingénuas. A economia de mercado não é algo que seja superável por alguma utopia socialista. O mercado é o único modo eficiente de produzir e trocar tudo aquilo que é essencial à vida. Mas a natureza dos agentes do mercado ou, se quisermos dizer, a natureza humana, também não é maleável ao moralismo conservador. A pobreza ideológica das duas visões aqui exemplificadas não permite compreender a crise e não permitirá enfrentá-la. Nós não podemos mudar a natureza do mercado e ainda menos a da própria humanidade. Aquilo que precisamos de mudar é a nossa percepção ideológica do mundo. A isso mesmo consagraremos as nossas crónicas.
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