segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Academia de Verão (é reservado o direito de admissão)


- Que estais para aí a palrar há tanto tempo, ó Sócrates? (…) Mas responde tu mesmo o que entendes por justiça. E vê lá, não me digas que é o dever, ou a utilidade, ou a vantagem, o proveito ou a conveniência. Mas, o que disseres, di-lo clara e concisamente, pois, se te exprimires por meio de frivolidades dessa ordem, não as aceitarei.

- É que tu és um homem esperto, Trasímaco – disse eu. – Pois sabias perfeitamente que, se perguntasses a alguém quantos são doze, e, ao fazer a pergunta, prevenisses: “Vê lá, homem, não me digas que são duas vezes seus, nem que são quatro vezes três, nem seis vezes dois, nem três vezes quatro; que eu não aceito tais banalidades” – creio que se tornaria evidente para ti que ninguém daria a resposta a uma pergunta assim formulada. Mas se a essa resposta te dissesse: “Ó Trasímaco, que estás a dizer? Que não posso responder a nada do que disseste? És espantoso! Ainda que se dê o caso de a resposta ser uma dessas, terei de afirmar outra coisa diferente da verdade? Ou não é isso que queres dizer?”. Que responderias a isto?

Platão, A República

3 comentários:

Hugo disse...

Isto é uma sociedade debates de topo!

Pedro Jacob Morais disse...

Eu julgava que isto era o topo até, uma páginas adiante, ver a enorme tareia que Sócrates dá a outro pobre coitado!;)

Anónimo disse...

eu gostava de saber o porque do uso de avisos de direito de admiçao em bares, cafes e esplanadas

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