sábado, 1 de agosto de 2009

ADSE, SNS - uniformizar um serviço mau?


Que os socialistas têm uma fixação grave em retirar capacidade de escolha para nivelar o povão todo por baixo, disso eu já não tinha dúvidas. Que o Partido Socialista minta, em relação ao que faz e deixa de fazer, e use de subterfúgios eleitorais para esconder o seu verdadeiro programa, também não surpreende.



Sejamos claros - o SNS foi sempre um fracasso. Originalmente, esta bandeira despregada do Partido Socialista era um dos muitos planos sociais que o governo marcelista estava, lentamente, a incrementar. Como todas as reformas sociais do pós-25 de Abril (as que perduraram, claro), não houve mérito nenhum dos revolucionários, apenas, talvez, no facto de terem adicionado ao espírito das reformas uma noção extraviada de despesismo público, que se tornou insustentável ao longo das décadas.


O SNS é, mais ou menos, isso. Um sistema super-centralizado, ao estilo soviético, desactualizado, ineficiente (e não me venham com casos particulares, como aquela vez que partiram uma perna e foram atendidos a tempo, porque isso é um mínimo exigível) e cada vez mais, um sistema tendencialmente gratuito que vai pesando nos bolsos dos portugueses.


Basicamente, é a criação típica do Partido Socialista. Os impostos mal chegam para manter a casa, os casos de abuso prosperam, o controlo é nenhum, o tratamento ao paciente é igualitário, pelo menos no que toca ao tratamento igualmente dado no sector pecuário.

Mas nós gostamos disto à la soviete.


Agora, uma solução seria descentralizar o serviço, usando como exemplo os subsistemas de saúde, como a ADSE. Seria mais eficiente alargar este conceito a todos os portugueses, do que enfiar mais 15 mil funcionários públicos nas listas dos hospitais e centros de saúde a abarrotar. Mas claro, o princípio da Livre Escolha, em Portugal, falece sempre quando deforntado com a possibilidade de manter um sistema pretensamente igualitário, de má qualidade.


Concluo com este artigo que se pode ler no portugal contemporâneo:


A ADSE é financiada exactamente da mesma forma que o SNS, através do OE. Não existe qualquer duplicação de financiamento; quando um doente da ADSE vai ao SNS a ADSE paga pelos serviços prestados. Do mesmo modo (e pela mesma tabela) que pagaria a uma instituição privada, se fosse essa a escolha do beneficiário.

Acresce que os beneficiários da ADSE ainda comparticipam com 1,5% dos seus vencimentos para este subsistema enquanto o resto da populaça não comparticipa directamente para o SNS (só através dos impostos).

Porquê, então, tanto ódio à ADSE? Porque os beneficiários da ADSE preferem a assistência privada à pública! Se o resultado da livre escolha dos beneficiários da ADSE recaísse sobre o SNS, não existiria qualquer problema. Ora, como é que respondem a este desafio os socialistas mais radicais? Melhorando o SNS para atrair mais beneficiários dos subsistemas? Não, extinguindo a ADSE.

Pretender que a ADSE é um serviço anacrónico só porque vem do tempo de Salazar, é o quê?

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