sábado, 31 de janeiro de 2009
La Madrugá
Va de cuento: nos regía
un capitán que venía
mal herido, en él afán
de su primera agonía.
Senõres qué capitán
el capitán de aquel día!
E. Marquina, En Flandres se ha puesto el sol
Ditirambos da Ralé
Os jornalistas (não todos, atenção!), deveriam perder o medo da pesquisa aturada. Não exigimos deles o domínio de todas as matérias, como é obvio. Todavia, não deixa de ser caricato ver Clara de Sousa tentar corrigir Rogério Alves (ex-bastonário da Ordem dos Advogados), note-se, a tentar corrigir um termo jurídico por este utilizado. Ora, estou em crer que Rogério Alves entenda um pouco mais de Direito do que a magnifica Clara de Sousa, mas à cautela! Discordo também de Vasco Pulido Valente quando disse, esta semana, que a conferência de imprensa do Primeiro-Ministro prejudicou a Democracia portuguesa. Considero que esta sai, verdadeiramente, maculada quando documentos confidencias (a carta rogatória das autoridades inglesas, e a escritura de um apartamento da mãe de José Sócrates) são leiloados em hasta pública. De facto, só aproveitando um achaque da Democracia (sujeita a humores como qualquer um de nós), pode a redacção de um semanário (Sol) retirar documentos de uma qualquer repartição pública. Estamos perante violações gravíssimas à reserva da intimidade da vida privada, direito fundamental de qualquer indivíduo; violações essas que permanecem e permanecerão (bendita protecção das fontes!) incólumes.
A devassa pública não é fenómeno sazonal, é o resultado da nossa bela, pachorrenta, e condescendente Democracia. Punir caluniadores e demais conluiados? Não, somos demasiado socialistas para tal.
sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
da intervenção por causa da Humanidade
passo das Escrituras com o qual Francisco Vitória afirma e justifica o direito de intervenção para pôr "termo às leis e práticas bárbaras".
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
opiniões históricas
a de que o sistema de livre
iniciativa fracassou em nossa
época, mas a de que tal sistema
ainda não foi posto em prática.
F. D. Roosevelt
A tendência moderna ao socialismo não implica apenas um rompimento
definitivo com o passado recente, mas com toda a evolução da civilização ocidental, e isso se torna claro quando o consideramos não só em relação ao século XIX, mas numa perspectiva histórica mais ampla. Estamos rapidamente abandonando não só as idéias de Cobden e Bright, de Adam Smith e Hume, ou mesmo de Locke e Milton, mas também uma das características mais importantes da civilização ocidental que evoluiu a partir dos fundamentos lançados pelo cristianismo e pelos gregos e romanos. Renunciamos progressivamente não só ao liberalismo dos séculos XVIII e XIX, mas ao individualismo essencial que herdamos de Erasmo e Montagne, de Cícero e Tácito, de Péricles e Tucídides.
Ulisses, filho de Leartes
pelos meus dolos. A minha fama já chegou ao céu.
É na soalheira Ítaca que habito. Nela há uma montanha:
o Nériton, coberto de árvores agitadas pelo vento, bem visível.
Em redor de Ítaca estão outras ilhas perto umas das outras:
Dulíquio, Same e a frondosa Zacinto. A própria Ítaca não se eleva
muito acima do nível do mar; está virada para a escuridão do ocaso;
mas as outras ilhas apontam para a Aurora, para a luz.
É uma ilha áspera, mas boa criadora de mancebos.
Nada vejo de mais doce do que a vista da nossa terra.”
Homero, Odisseia
(início da narrativa de Ulisses a Alcínoo, soberano dos Feaces - Canto IX)
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
o nome que no peito escrito tinhas
Dos teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
Dos teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes insinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Os Lusíadas, Luís de Camões, Canto III, est.120
O Enterro Prematuro
Numa conferência na Universidade de Belgrano, Jorge Luís Borges refere-o nestes termos: “Poderia dizer-se que há dois homens sem os quais a literatura actual não seria o que é; esses dois homens são americanos e pertencem ao século passado – Walt Whitman – dele deriva o que denominamos poesia civil, deriva Neruda, derivam tantas coisas, boas ou más – e Edgar Allan Poe, que está na origem do simbolismo de Baudelaire, que foi seu discípulo e lhe rezava todas as noites.”
Considero errado referir O Corvo como a sua obra maior. Corvo esse que, não fosse um conto do Charles Dickens, provavelmente seria um papagaio (daí a repetição do never more no final de cada frase). Corvo esse que o próprio Poe desmontou como um jogo de crianças numa conferencia após a publicação.
São os seus inesquecíveis contos que devem ser venerados, monumentos ao insólito, ao sórdido, exercícios do mais puro suspense. Poe criou um género literário, não diria o género macabro ou grotesco, que esse pertence a Lautréamont; diria sim, com Luís Borges, o género policial. Sem ele, provavelmente, não haveria Sherlock Holmes, utilizando sonante exemplo. Ora, este é um inaudito e enorme mérito!
Porém, não só a literatura policial bebe do seu conhaque, peguemos na ponta solta que deixei: Charles Baudelaire. A este autor (outro de inigualável perícia) coube a tarefa de o traduzir para francês, pondo-o a circular rapidamente; por toda a Europa não mais se suspenderam os ecos. Assim, influenciando Baudelaire, caiu no goto de surrealistas, futuristas, e quantos vanguardistas sobrassem no século seguinte.
Hoje, Allan Poe deveria ser mais acarinhado pelos leitores, pois muitos ainda olham as suas obras com desconfiança, como literatura menor. Nada mais injusto.
Ficam algumas sugestões, alguns contos: O Enterro Prematuro; A Pipa de Amontillado; O Gato Preto; Morella; A Esfinge; A Caixa Longa.
Cruges, o Grande Maestro
"- Um amigo meu - murmurou Ega - Um grande maestro, o Cruges.
O Cruges… O nome correu entre as senhoras, que o não conheciam. E era composição dele, aquela coisa triste?
- É de Beethoven, sr.ª D. Maria da Cunha, a "Sonata Patética".
Uma das Pedrosos não percebera bem o nome da Sonata. E a marquesa de Soutal, muito séria, muito bela, cheirando devagar um frasquinho de sais, disse que era a "Sonata Pateta". Por toda a bancada foi um rastilho de risos sufocados. A Sonata Pateta! Aquilo parecia divino! Da extremidade o Vargas gordo, o das corridas, estendeu a face enorme, imberbe e cor de papoula:
- Muito bem, senhora marquesa, muito catita!"
Ouçamos o segundo movimento da sonata:
sábado, 24 de janeiro de 2009
Descompressão
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Religare
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Nós Cremos no Novo Messias
Como sabemos, o Odisseia é um grande chato. Para comprovar tal afirmação dispomos de inúmeros estudos pormenorizados. Assim, dando continuidade ao legado de enfado que tanto prezamos, transcrevemos na íntegra o discurso inaugural de Barack Obama. O recém-eleito presidente prestou juramento sobre mesma bíblia que Lincoln; uma escolha estranha, já que este era Republicano mas, como referia José Cutileiro, numa das suas crónicas do expresso, não fosse Lincoln e a escravatura teria persistido. Não foi um discurso de ruptura como queriam algumas alminhas da Sic Notícias, foi um discurso sólido; harmonioso; cada respiração, cada pausa calculada ao pormenor (pura ciência, fruto de décadas de maturação); com algumas referências pessoais; uma análise fria da crise; forte componente histórica; em suma, um bom discurso. Nota para a sua capacidade de memorização. Todavia, se reconhecemos que o discurso nos agradou, preferimos não entrar em euforias irreflectidas. Somos e seremos cépticos, nunca optimistas. O optimismo tolda a mais arguta visão.
Assim contrariando as regras de escrita em blogue - os odisseus (termo do Manuel) tudo podem - aqui fica o discurso:
"My fellow citizens:
I stand here today humbled by the task before us, grateful for the trust you have bestowed, mindful of the sacrifices borne by our ancestors. I thank President Bush for his service to our nation, as well as the generosity and co-operation he has shown throughout this transition.
Forty-four Americans have now taken the presidential oath. The words have been spoken during rising tides of prosperity and the still waters of peace. Yet, every so often the oath is taken amidst gathering clouds and raging storms.
At these moments, America has carried on not simply because of the skill or vision of those in high office, but because we, the people, have remained faithful to the ideals of our forbearers, and true to our founding documents.
So it has been. So it must be with this generation of Americans.
Serious challenges
That we are in the midst of crisis is now well understood. Our nation is at war, against a far-reaching network of violence and hatred. Our economy is badly weakened, a consequence of greed and irresponsibility on the part of some, but also our collective failure to make hard choices and prepare the nation for a new age. Homes have been lost; jobs shed; businesses shuttered. Our health care is too costly; our schools fail too many; and each day brings further evidence that the ways we use energy strengthen our adversaries and threaten our planet.
These are the indicators of crisis, subject to data and statistics. Less measurable but no less profound is a sapping of confidence across our land - a nagging fear that America's decline is inevitable, and that the next generation must lower its sights.
Today I say to you that the challenges we face are real. They are serious and they are many. They will not be met easily or in a short span of time. But know this, America - they will be met.
On this day, we gather because we have chosen hope over fear, unity of purpose over conflict and discord.
On this day, we come to proclaim an end to the petty grievances and false promises, the recriminations and worn out dogmas, that for far too long have strangled our politics.
Nation of 'risk-takers'
We remain a young nation, but in the words of scripture, the time has come to set aside childish things. The time has come to reaffirm our enduring spirit; to choose our better history; to carry forward that precious gift, that noble idea, passed on from generation to generation: the God-given promise that all are equal, all are free, and all deserve a chance to pursue their full measure of happiness.
In reaffirming the greatness of our nation, we understand that greatness is never a given. It must be earned. Our journey has never been one of short-cuts or settling for less. It has not been the path for the faint-hearted - for those who prefer leisure over work, or seek only the pleasures of riches and fame. Rather, it has been the risk-takers, the doers, the makers of things - some celebrated but more often men and women obscure in their labour, who have carried us up the long, rugged path towards prosperity and freedom.
For us, they packed up their few worldly possessions and travelled across oceans in search of a new life.
For us, they toiled in sweatshops and settled the West; endured the lash of the whip and ploughed the hard earth.
For us, they fought and died, in places like Concord and Gettysburg; Normandy and Khe Sahn.
'Remaking America'
Time and again these men and women struggled and sacrificed and worked till their hands were raw so that we might live a better life. They saw America as bigger than the sum of our individual ambitions; greater than all the differences of birth or wealth or faction.
This is the journey we continue today. We remain the most prosperous, powerful nation on earth. Our workers are no less productive than when this crisis began. Our minds are no less inventive, our goods and services no less needed than they were last week or last month or last year. Our capacity remains undiminished. But our time of standing pat, of protecting narrow interests and putting off unpleasant decisions - that time has surely passed. Starting today, we must pick ourselves up, dust ourselves off, and begin again the work of remaking America.
For everywhere we look, there is work to be done. The state of the economy calls for action, bold and swift, and we will act - not only to create new jobs, but to lay a new foundation for growth. We will build the roads and bridges, the electric grids and digital lines that feed our commerce and bind us together. We will restore science to its rightful place, and wield technology's wonders to raise health care's quality and lower its cost. We will harness the sun and the winds and the soil to fuel our cars and run our factories. And we will transform our schools and colleges and universities to meet the demands of a new age. All this we can do. All this we will do.
Restoring trust
Now, there are some who question the scale of our ambitions - who suggest that our system cannot tolerate too many big plans. Their memories are short. For they have forgotten what this country has already done; what free men and women can achieve when imagination is joined to common purpose, and necessity to courage.
What the cynics fail to understand is that the ground has shifted beneath them - that the stale political arguments that have consumed us for so long no longer apply.
The question we ask today is not whether our government is too big or too small, but whether it works - whether it helps families find jobs at a decent wage, care they can afford, a retirement that is dignified. Where the answer is yes, we intend to move forward. Where the answer is no, programs will end. And those of us who manage the public's dollars will be held to account - to spend wisely, reform bad habits, and do our business in the light of day - because only then can we restore the vital trust between a people and their government.
Nor is the question before us whether the market is a force for good or ill. Its power to generate wealth and expand freedom is unmatched, but this crisis has reminded us that without a watchful eye, the market can spin out of control - that a nation cannot prosper long when it favours only the prosperous. The success of our economy has always depended not just on the size of our gross domestic product, but on the reach of our prosperity; on the ability to extend opportunity to every willing heart - not out of charity, but because it is the surest route to our common good.
'Ready to lead'
As for our common defence, we reject as false the choice between our safety and our ideals. Our founding fathers, faced with perils we can scarcely imagine, drafted a charter to assure the rule of law and the rights of man, a charter expanded by the blood of generations. Those ideals still light the world, and we will not give them up for expedience's sake. And so to all other peoples and governments who are watching today, from the grandest capitals to the small village where my father was born: know that America is a friend of each nation and every man, woman, and child who seeks a future of peace and dignity, and we are ready to lead once more.
Recall that earlier generations faced down fascism and communism not just with missiles and tanks, but with the sturdy alliances and enduring convictions. They understood that our power alone cannot protect us, nor does it entitle us to do as we please. Instead, they knew that our power grows through its prudent use; our security emanates from the justness of our cause, the force of our example, the tempering qualities of humility and restraint.
We are the keepers of this legacy. Guided by these principles once more, we can meet those new threats that demand even greater effort - even greater cooperation and understanding between nations. We will begin to responsibly leave Iraq to its people, and forge a hard-earned peace in Afghanistan. With old friends and former foes, we will work tirelessly to lessen the nuclear threat, and roll back the spectre of a warming planet. We will not apologise for our way of life, nor will we waver in its defence, and for those who seek to advance their aims by inducing terror and slaughtering innocents, we say to you now that our spirit is stronger and cannot be broken; you cannot outlast us, and we will defeat you.
'Era of peace'
For we know that our patchwork heritage is a strength, not a weakness. We are a nation of Christians and Muslims, Jews and Hindus - and non-believers. We are shaped by every language and culture, drawn from every end of this earth; and because we have tasted the bitter swill of civil war and segregation, and emerged from that dark chapter stronger and more united, we cannot help but believe that the old hatreds shall someday pass; that the lines of tribe shall soon dissolve; that as the world grows smaller, our common humanity shall reveal itself; and that America must play its role in ushering in a new era of peace.
To the Muslim world, we seek a new way forward, based on mutual interest and mutual respect. To those leaders around the globe who seek to sow conflict, or blame their society's ills on the West - know that your people will judge you on what you can build, not what you destroy. To those who cling to power through corruption and deceit and the silencing of dissent, know that you are on the wrong side of history; but that we will extend a hand if you are willing to unclench your fist.
To the people of poor nations, we pledge to work alongside you to make your farms flourish and let clean waters flow; to nourish starved bodies and feed hungry minds. And to those nations like ours that enjoy relative plenty, we say we can no longer afford indifference to suffering outside our borders; nor can we consume the world's resources without regard to effect. For the world has changed, and we must change with it.
'Duties'
As we consider the road that unfolds before us, we remember with humble gratitude those brave Americans who, at this very hour, patrol far-off deserts and distant mountains. They have something to tell us, just as the fallen heroes who lie in Arlington whisper through the ages. We honour them not only because they are guardians of our liberty, but because they embody the spirit of service; a willingness to find meaning in something greater than themselves. And yet, at this moment - a moment that will define a generation - it is precisely this spirit that must inhabit us all.
For as much as government can do and must do, it is ultimately the faith and determination of the American people upon which this nation relies. It is the kindness to take in a stranger when the levees break, the selflessness of workers who would rather cut their hours than see a friend lose their job which sees us through our darkest hours. It is the firefighter's courage to storm a stairway filled with smoke, but also a parent's willingness to nurture a child, that finally decides our fate.
Our challenges may be new. The instruments with which we meet them may be new. But those values upon which our success depends - honesty and hard work, courage and fair play, tolerance and curiosity, loyalty and patriotism - these things are old. These things are true. They have been the quiet force of progress throughout our history. What is demanded then is a return to these truths.
What is required of us now is a new era of responsibility - a recognition, on the part of every American, that we have duties to ourselves, our nation, and the world, duties that we do not grudgingly accept but rather seize gladly, firm in the knowledge that there is nothing so satisfying to the spirit, so defining of our character, than giving our all to a difficult task.
'Gift of freedom'
This is the price and the promise of citizenship.
This is the source of our confidence - the knowledge that God calls on us to shape an uncertain destiny.
This is the meaning of our liberty and our creed - why men and women and children of every race and every faith can join in celebration across this magnificent mall, and why a man whose father less than 60 years ago might not have been served at a local restaurant can now stand before you to take a most sacred oath.
So let us mark this day with remembrance, of who we are and how far we have travelled. In the year of America's birth, in the coldest of months, a small band of patriots huddled by dying campfires on the shores of an icy river. The capital was abandoned. The enemy was advancing. The snow was stained with blood. At a moment when the outcome of our revolution was most in doubt, the father of our nation ordered these words be read to the people:
"Let it be told to the future world... that in the depth of winter, when nothing but hope and virtue could survive... that the city and the country, alarmed at one common danger, came forth to meet [it]."
America. In the face of our common dangers, in this winter of our hardship, let us remember these timeless words. With hope and virtue, let us brave once more the icy currents, and endure what storms may come. Let it be said by our children's children that when we were tested we refused to let this journey end, that we did not turn back nor did we falter; and with eyes fixed on the horizon and God's grace upon us, we carried forth that great gift of freedom and delivered it safely to future generations.
Thank you. God bless you. And God bless the United States of America."
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
aquele tipo de coisas que, se aparecessem no Bocas Pó Barulho, teria uma piada do ca...
Soldado israelita: Comandante, estou a ver uma escola gerida pelas Nações Unidas aqui na mira.....
Comandante: Ai sim, eh pá, óptimo... até que enfim uma boa noticia. Está lá alguém?
Soldado Israelita: Está, está, dezenas e dezenas de palestinianos desarmados!
Comandante: Tens a certeza?
Soldado Israelita: Tenho, tenho, está aqui à minha frente: bandeiras das Nações Unidas desfraldadas e bem mais de meia centena de palestinianos à civil com ramos de oliveira na boca reunidos à volta dos mastros.
Comandante: Vês crianças?
Soldado Israelita: Muitas, muitas crianças.
Comandante: Tens a certeza, não serão só anões, eles costumam andar em grupos?
Soldado israelita: Não, são mesmo crianças, vejo-os a jogar à apanhada e ao esconder.
Comandante: Isso são óptimas notícias. O Olmert está farto de chamar "porco" ao nosso General por não conseguirmos matar de uma só vez um grande número de civis com ramos de oliveira na boca e crianças..... diz que que tem sido tudo a "conta gotas"..... quando eu lhe disser que agora temos essa hipótese, ainda por cima através de um ataque a uma escola gerida pelas Nações Unidas, eh pá, o gajo vai delirar com o impulso positivo que um ataque bem sucedido dessa natureza vai ter na nossa posição no mundo.
Soldado Israelita: Bombardeio já?
Comandante: Para além dos civis com ramos de oliveira na boca e crianças, gostava de também matar um ou dois jornalistas com ramos de oliveira na boca ou um observador internacional com uma oliveira inteira enfiada no cu...
Soldado Israelita: Isso é demasiado ambicioso, Comandante, estive a ler o Sem Muros e parece que o Miguel Portas só cá chega daqui por dias.
Comandante: Que pena. Bom, há que agarrar as oportunidades.
Soldado Israelita: Interpreto isso como um sinal verde?
Comandante: Sim. Mas certifica-te que não feres elementos hostis do Hamas... sabes a dificuldade que historicamente temos em atribuirem-nos responsabilidade e intencionalidade na morte de palestinianos, principalmente dos indefesos, pacifistas, tolerantes e que querem que Israel viva para sempre em paz.
continua...
E SE...
O que seria do Estatuto dos Açores se o Presidente da República se tivesse lembrado disto? Qual seria hoje a discussão se se tivesse solicitado a apreciação do Tribunal Cnstitucional?
Em vez disso preferiu tornar ( o PR) o assunto pessoal, uma questão "POLÌTICA", um braço de ferro entre a Presidência e o Governo, com a incompetência, incongruência, super politização, passividade e desresponsabilização da Assembleia da República.
O artigo 144º, que parece ser o contemporâneo pomo da Discórdia, é, expressão comum usa-se, apenas a ponta do iceberg.
Este estipula que os órgãos do governo regional sejam ouvidos pelo Presidente da República antes da dissolução da Assembleia Legislativa. Significa, portanto, "ouvir mais sujeitos do que aqueles a que está vinculado pela Constituição: o Conselho de Estado e os partidos representados na AR (135º, l). É certo que há uma norma geral de audição dos órgãos de governo regional pelos órgãos de soberania relativamente às questões da sua competência respeitantes às regiões autónomas (225º, 2). Mas, como qualquer jurista sabe, a norma geral cede perante a normal especial (234º, 1). À incongruência acresce o absurdo de o Presidente ter de ouvir a própria Assembleia que encara dissolver. Seria como um professor ter de perguntar a um aluno, num exame, se concorda com a sua reprovação..."
É deste ponto que se tem falado. Todavia, se se entregasse o diploma nas mãos do TC e não dos costureiros remendores (GOV, AR, PR), esta e outras não menos importantes inconstitucionalidades teriam tido tratamento adequado.
Enunciam-se sucintamente:
- art 4º, 4
- art 7º, 1, i) e j)
- art 7º, 1, o)
- art 63º, 2, g)
- art 66º
- art 119º
Ao Presidente já fica a crítica. No concernente ao Governo, não é admissível que uma lei banhada em inconstitucionalidades, ofensiva da Lei Fundamental, que se quer suporte de todo o ordenamento, possa ser sequer elaborada, quanto mais aprovada e defendida tão veementemente.
O Parlamento aprova nos moldes em que aprova e só decide falar quando ocorre o veto Presidencial. Uma actuação destas é inadmissível, uma desresponsabilização do Parlamento não é aceitável e, naqueles que acreditam que o sistema político pode ser profícuo, não deixa de nos suscitar nojo e fazer estrebuchar de raiva. A incompetência de que falei prende-se no desconhecimento; só assim se entende uma aprovação daquelas. Desconhecimento da Constituição, das Leis...falta de cultura jurídica mínima essencial de um DEPUTADO - não é um estudante, um professor, etc, é um DEPUTADO.
Arquimedes falou-nos que " se tivermos um sítio para nos apoiarmos, podemos levantar o mundo". No sistema político e ordenamento jurídico é esse o problema. Esse suporte parece cada vez mais em risco e menos visível.
NOTA: O suporte e transcrições pertencem a Jorge Miranda, baseando-me num texto seu publicado no Jornal Público.
Abraço.
Não se governam, mas deixam-se prostituir.
Exalta-se a Esquerda com as promessas socratianas de uma nova abordagem sobre o problema da homossexualidade. Clamam os jornais que “Sócrates voltou à Esquerda”, porque a Esquerda quer muito, mas mesmo muito, o casamento homossexual. Já sei que a dureza das minhas palavras provoca sempre críticas, e que o meu tom é sempre muito mal querido. Seja. O que importa salientar é que, em Portugal, todo o conceito político desenhado para o conteúdo político da palavra “Esquerda” foi, muito provavelmente, criado por um retardado político, ou várias gerações deles. A Esquerda, em Portugal, é o maior embuste desde Che Guevara.
Isto porque tudo o que Sócrates fez até agora, nas sábias palavras dos mesmos idiotas de sempre, foi governar à direita. É impressionante. Mas faz lógica. Quando um Governo de Esquerda faz algo considerado prejudicador da sociedade, como aumentar impostos ou embarcar em despesas públicas absurdas, então está a governar à direita. Se faz o favor de considerar votar o casamento homossexual, que fez o favor de bloquear da última vez, é à esquerda que está a governar. Se Francisco Louçã disser que Portugal precisa de mais obras públicas, é uma habitual crise de hemorróidas. Se Pacheco Pereira afirmar que deve haver mais descentralização, é porque o filho pródigo retornou à bela casa do Povo. Enfim, vocês portugueses são uma cambada que nem vos digo.
Ora então, este Primeiro-Ministro torna a Administração Pública um negócio de família partidária, aumenta o peso do Estado, compra milhares de votos com subsídios, nacionaliza bancos com critérios suspeitos, embarca em aventuras dignas de epopeia (e vamos pagar este TGV, bem como os Magalhães que são um fartote) centraliza tudo e todos à sua volta, viola os princípios da separação de poderes, e há coragem de sequer mencionar que José Sócrates governa à direita? Governo limitado, contenção administrativa, respeito total pelos órgãos tradicionais de poder local, nenhum destes atributos ligados à imagem da direita em qualque lugar do mundo civilizado é sequer semelhante às atitudes de José Sócrates.
Por isso português, próximas eleições, não votes na mulher que se engana nos discursos, ou no tipo que tem dentes branqueados, nada disso. São todos de Direita. Sócrates pode aumentar os impostos, dispor da res publica como quer, violar a vossa liberdade, mas ao menos quer o casamento dos homossexuais. É de Esquerda, logo se vê.
Oh pobre cambada, é fartar vilanagem!
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Bach Fidelista
Para as Torres de Marfim
Considerações político-partidárias à parte, a frase de encerramento é, particularmente, inspirada e inspiradora: “Vamos estudar, vamos trabalhar, vamos ouvir e vamos contagiar os outros”.
domingo, 18 de janeiro de 2009
a odisseia
onde nós desejávamos de ir
sábado, 17 de janeiro de 2009
eu tenho um amigo que me ama...
Já agora...
Viram esta notícia no Público?
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
"- Quando assim não pode ser justificado (caso de crianças pequenas), responsabilizar o Hamas por cada morte, já que usarão os civis (numa das regiões mais densamente povoadas do Mundo) como escudo humano. Desresponsabilizar, mais uma vez, Israel por qualquer consequência dos seus actos.
O Hamas só utiliza escolas e hospitais como instalações militares porque Gaza é tão sobrepovoada que não há espaço para as construir noutro lado. No fundo não é o Hamas que utiliza escolas e hospitais como instalações militares, eles são tão bonzinhos e amigos da população que permitem que as instalações militares sejam utilizadas como escolas e hospitais."
via Insurgente
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Arrastados
Para Daniel Oliveira, isto é uma prova de como a Igreja Católica, que nunca fez nada pelos direitos das mulheres,,não se sabe manter no seu lugar. Daniel Oliveira sempre soube o lugar devido para os outros. Para os comentadores do seu blogue, estas declarações de D. José Policarpo repugnam ao ponto do nojo e da fúria anti-clerical, incutidas que estão de ódio racial, religioso, e condicionamento à liberdade sexual das jovens cujos amores são aconselhados a acautelarem-se.
A tendência típica de alguns sectores da nossa sociedade é a de diabolizar a igreja pelas suas acções passadas, quaisquer que elas tenham sido, e exigir como paga de todos os pecados cometidos em nome de Deus o completo silêncio destas comunidades religiosas, especialmente a católica. Ainda me lembro do escarcéu que se levantou, há mais de um ano atrás, no Almanaque FDUP, quando eu resolvi discordar com a opinião dominante, que achava ridículo considerar um líder de uma comunidade religiosa como um elemento de confiança da vida social dos portugueses. A tacanhez comum, desde sempre semeada pelos meios universitários, influenciada por este ultra-centralismo dirigista, que nega qualquer tipo de “auctoritas” local tradicional, especialmente de órgãos religiosos, foi-me nesse momento vislumbrada em todo o seu esplendor pela primeira vez.
Para senhores como Daniel Oliveira, e para partidos como o Bloco de Esquerda, a Igreja e as instituições por ela defendidas são alvos a abater. E enquanto isso não se faz, procura-se diminuí-la, e exigir a sua neutralidade como penitência.
O que faz com que, sempre que um representante da Igreja Católica venha a público debater sobre assuntos delicados, a mesma tropa fandanga esteja preparada para lhe cair em cima.
Qualquer conteúdo racista ou fanático nas palavras do Patriarca, se as há, ainda estou para que mo provem. O que eu vejo é um sério conselho às mulheres europeias, sobre as diferenças culturais entre os dois povos. O único mal que eu vejo no texto é só se ter mencionado as jovens europeias de formação cristã. Conheço jovens europeias, de formação ateia, que também sentiriam muita diferença caso passassem a viver num país muçulmano.
A luta por este tipo de multiculturalismo parece desculpar as sharias e as mutilações, e sistematicamente confundir a Igreja com a Inquisição, e até com o IIIº Reich (a maior prova possível de ignorância histórica, mas que tantas vezes eu já ouvi dizer por pessoas inteligentes), quando o fenómeno do Santo Ofício, se bem que terrível, era comum na sua forma e conteúdo tanto no Mundo Católico como no Protestante (alguém já ouviu falar dos famosos casos da caça às bruxas na Nova Inglaterra?) e o IIIº Reich não bebia nenhuma da sua “espiritualidade” no catolicismo nem no cristianismo em geral.
O anti-clericalismo, em Portugal, é uma crença infantil, criada desde os tempos dos “afrancesados”, e incendiada nos nossos períodos mais conturbados, como nos tempos da Iº República. É também uma amostra da quão retardada vai a nossa democracia por estes jacobinismos caducos, que apelam a uma “tolerância do respeitinho” e não reconhecem que muitas das liberdades tão consideradas por nós se confundem com a filosofia cristã europeia, tão própria das culturas ocidentais.
O Calote
Para além da arte de larápio, Kiev ainda regateia! É certo que a Rússia subiu o valor a cobrar pelo fornecimento, todavia, o preço continua bem abaixo da média europeia.
Na última edição do expresso, Miguel Monjardino, apoiado no Washington Quarterly, sugere um golpe de bastidores: uma empresa obscura (RosUkrEnergo) que, actuando em solo ucraniano, garante biliões de euros pela “porta do cavalo” aos dois Estados; a desavença surgiria, então, das partilhas.
Talvez seja um pouco temerário avançar uma teoria deste quilate. Quanto a mim, prefiro interrogar-me sobre a validade de uma mudança estratégica do gasoduto.
domingo, 11 de janeiro de 2009
i find a new way, baby
My Ulysses, My Ulysses
No, bet you are now, boy
So sinister, so sinister
Last night was wild
What’s a matter there, feeling kinda anxious?
That heart that grew cold
Yeah everyone, everybody knows it
Yeah everyone, everybody know it
Everybody knows I
sábado, 10 de janeiro de 2009
Comunicado Governamental (leitura aconselhada)
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Discurso de Tocqueville na Assembleia Constituinte Francesa, 12/07 de 1848
Cavalheiros, o que foi isso que quebrou as correntes que, de todos os lados, impediam a livre movimentação dos homens, dos bens e das idéias? O que restabeleceu a individualidade do homem, que é a sua verdadeira grandeza? A Revolução Francesa! [ Aprovação e clamor ] Foi a Revolução Francesa que aboliu todos esses obstáculos, que arrebentou as correntes que vocês trariam de volta sob um novo nome. E não foram apenas os membros dessa assembléia imortal – a Assembléia Constituinte, a assembléia que fundou a liberdade, não apenas na França, mas em todo o mundo – que rejeitaram as idéias do Antigo Regime. Foram os homens eminentes de todas as assembléias que a seguiram!
E após essa grande revolução, o resultado será aquela sociedade que os socialistas nos oferecem, uma sociedade formal, organizada, fechada, onde o Estado é responsável por tudo, onde o indivíduo não conta, onde a comunidade acumula todo o poder, toda a vida, onde o fim designado para um homem é apenas o seu bem estar material – essa sociedade em que o próprio ar sufoca e em que a luz mal consegue penetrar? Foi para essa sociedade de trabalhadores incansáveis, antes animais capacitados do que homens livres e civilizados, que a Revolução Francesa aconteceu? Foi por isso que tantos homens morreram no campo de batalha, na forca, que tanto sangue nobre molhou a terra? Foi por isso que tantas paixões foram inflamadas, que tanta inteligência, tanta virtude andou por essa terra?
Não! Eu juro pelos homens que morreram por essa grande causa! Não foi por isso que morreram. Foi por algo muito maior, mais sagrado, que merecia mais dedicação, deles e da humanidade. [“Excelente.”] Se ela aconteceu apenas para criarmos um sistema como esse, a Revolução foi um desperdício terrível. Um Antigo Regime aperfeiçoado teria servido adequadamente. [Clamor prolongado.]
Mencionei agora há pouco que o socialismo fingia ser a continuação legítima da democracia. Não pesquisei pessoalmente, como alguns de meus colegas fizeram, pela etimologia real dessa palavra, a democracia. Não vou revirar o jardim das raízes gregas, como foi feito ontem, para procurar a origem dessa palavra. [Risos.] Procuro pela democracia onde eu a vi, viva, ativa, triunfante, no único país da terra onde ela existe e no único lugar onde ela possivelmente poderia ter-se estabelecido com estabilidade no mundo moderno – na América. [Sussurros.]
Lá se encontra uma sociedade na qual as condições sociais são ainda mais iguais do que entre nós; em que a ordem social, os costumes, as leis, são todas democráticas; onde todos os tipos de pessoas entraram e onde cada indivíduo ainda possui uma completa independência, mais liberdade do que se tem notícia em qualquer outro lugar ou tempo; um país essencialmente democrático, as únicas repúblicas completamente democráticas que o mundo já conheceu. E nessas repúblicas procurar-se-á em vão o socialismo. Não apenas as teorias socialistas não cativaram a opinião pública, como possuem um papel tão insignificante na vida intelectual e política dessa grande nação que não se poderia nem ao menos dizer que as pessoas as temem.
Os Estados Unidos são, hoje, o único país no mundo onde a democracia é completamente soberana. Além disso, é o país onde as idéias socialistas, as quais os senhores presumem estar de acordo com a democracia, tiveram menor influência, o país onde aqueles que apóiam as causas socialistas estão, por certo, um uma posição de desvantagem. Eu, pessoalmente, não acharia inconveniente, se fossem para lá propagar sua filosofia, mas para seu próprio bem, eu não os aconselharia. [Risos]
Um deputado: As mercadorias deles estão sendo vendidas agora.
Cidadão de Tocqueville: Não, cavalheiro. A democracia e o socialismo não são conceitos interdependentes. Eles não são apenas diferentes, mas filosofias opostas. A democracia expande a esfera da independência pessoal; o socialismo a confina.É compatível com a democracia instituir um governo intrometido, superabrangente e restritivo, desde que ele tenha sido escolhido pela população e aja em nome do povo? Será que o resultado não seria a tirania, sob o disfarce de um governo legítimo que, ao se apropriar dessa legitimidade asseguraria para si o poder e a onipotência que de outra forma lhe faltaria? A democracia valoriza o que o homem tem de melhor; o socialismo faz de cada homem um agente, um instrumento, um número. A democracia e o socialismo só possuem uma coisa em comum – a igualdade. Mas percebam bem a diferença. A democracia visa a igualdade através da liberdade. O socialismo busca a igualdade pela força e a servidão. [ “Excelente, exc
Do Poder Local e a Soberania Popular
Tocqueville, Da Democracia na América.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
A Educação de Kafka
Franz Kafka
no blogue do Henrique Maio, O Mundo Histericamente Perfeito.
Shine
Quem nunca ouviu falar de Rachmaninoff, o compositor mais badalado do filme, terá uma bela surpresa. É puramente russo.
Aconselha-se vivamente o filme.
Sociedade da Incerteza
Poema pouco original do medo
O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis
Vai ter olhos onde ninguém o veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos
O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
(assim assim)
escriturários
(muitos)
intelectuais
(o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com a certeza a deles
Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados
Ah o medo vai ter tudo
tudo
(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Reflexões Sobre Liberdade Individual e Saúde Pública
Deve haver concordância entre as normas de diferentes dimensões nos âmbitos a actuar, para que os serviços públicos possam actuar de forma idónea e esclarecida.
A ideia da preservação da Constituição, na maior medida possível, está aqui exposta, e por isso é necessário que definições como “saúde pública” e “saúde individual” sejam preservadas na proporcionalidade e na proibição do excesso.
Para conseguir essa preservação temos de proceder, sem dúvida, a uma atenta separação das responsabilidades dos indivíduos e do Estado.
Da mesma maneira que o cidadão exige do Estado serviços públicos de saúde que o beneficiem ou se abstenham de o prejudicar, também o Estado tem o dever de impor “ao cidadão a obrigação de, por força da sua inserção na comunidade, tudo fazer para preservar o bom estado sanitário geral, mas não lhe impõe a obrigação de se manter, a si próprio, de boa saúde.” (ver Carla Amado Gomes na sua obra "Defesa da Saúde vs. Liberdade Individual").
Nos tempos que correm é de grande importância evitar paternalismos por parte das entidades governamentais, devido ao excesso que provou ter o Estado Providência sobre as decisões e opções dos cidadãos cuja composição de interesses e escolhas são, não raras vezes, sobrepostas pelo intervencionismo que perturba assim o “ordinalismo” que Hayek menciona na sua obra “The Constitution of Liberty”, que mais não é do que o equilíbrio natural pela qual as sociedades se ordenam sem intervenção de terceiros.
Todo o conceito de “interesse comum”, assim, deve ser limitado no mínimo necessário para que este não degenere em interesses privados impostos coercivamente pelo Estado sobre indivíduos desprotegidos pela Lei.
Posto isto, podemos discorrer sobre a legitimidade do Estado em banir o fumo do cigarro de certos estabelecimentos ou até a impossibilidade das empresas tabaqueiras em promover os seus produtos. Teremos em vista a criação de meios sociais mais “limpos” e saudáveis, ou a promoção de um comportamento - padrão promovido pelo Estado para desincentivar um comportamento e uma livre - escolha por parte de um cidadão?
O Terrorismo que Mais Convém
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
Petição Anti-Monopólio
Petição Por Uma Gestão Autónoma do Aeroporto Do Porto
O futuro do Aeroporto Francisco Sá Carneiro tem sido objecto de um importante debate em todo o Norte do País.
À Junta Metropolitana do Porto, que iniciou este debate, juntaram-se, entretanto, diversas associações empresariais com especial destaque para a AEP, a Associação Comercial do Porto, a A.I.Minho e a A.I.D.Aveiro.
A estas associaram-se, ainda, os principais autarcas do Norte, todos eles reclamando uma gestão autónoma do Aeroporto do Porto, com base em estudos técnicos, designadamente da Faculdade de Economia do Porto, que apontam esta infra-estrutura como decisiva para o futuro de uma região que, notoriamente, tem vindo a perder competitividade e qualidade de vida, quando comparada com o resto de Portugal.
A FAP – Federação Académica do Porto, não se mostra indiferente a esta questão, reconhecendo a importância e a necessidade da garantia da gestão autónoma do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a fim de promover o progresso e o desenvolvimento da região Norte.
A privatização da ANA não deve, em qualquer circunstância, entregar os aeroportos portugueses a um monopólio privado que, seguramente, faria depender o futuro do Aeroporto do Porto das decisões de gestão do novo Aeroporto de Lisboa, tal vai ser o montante de investimento que essa nova infra-estrutura irá absorver.
Nesse sentido, os abaixo-assinados reclamam, junto de Vexa., a necessidade de garantir uma gestão autónoma do Aeroporto do Porto, de forma a que ela se possa subordinar apenas à racionalidade económica e não seja nunca condicionada por factores contrários ao interesse regional.
Os Peticionários
Assine a Petição
domingo, 4 de janeiro de 2009
Rádio Odisseia
sábado, 3 de janeiro de 2009
Who was the most right wing? - era Hitler um político de Direita?
acabou o liberalismo selvagem
Finalmente uma solução com pés e cabeça para a crise.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Crónicas de um Português Amargurado - Autor Convidado
Normalmente o português até é o 1º a dizer mal do seu próprio país, não porque não goste dele mas porque, está cansado deste triste fado lusitano e tem vontade de ver Portugal erguer-se novamente, de ver a concretização das promessas de um 5º império, de ver chegar D.Sebastião e de finalmente ver, essa manhã de nevoeiro dissipar-se e tornar-se numa tarde de céu azul sem nuvens nem aguaceiros, prelúdio de um futuro mais próspero e risonho……….Ora vão-me desculpar: Mas eu já não acredito no regresso de D.Sebastião! Penso que se trata dum mito tão misterioso como as duas taças dos campeões ganhas pelo Benfica ou como o orgasmo feminino. O que direi asseguir vai-me fazer ser expulso do Odisseia tão depressa quanto entrei. Eu sei que um blooger tem responsabilidades sociais, pelo que deve ter um especial cuidado com o que escreve, não ferindo susceptibilidades nem incutindo sentimentos pessimistas, devendo até, trocar aquilo que acha que deve escrever por aquilo que acha que deve ser lido (pelo menos foi isto que me disse o fascista do Manel); mas aqui vai:
- Farto de ver um país atado pelos pés, assolado por injustiças e ineficiências, em que a única resposta dada por quem manda são as já bem conhecidas promessas demagógicas de um futuro melhor, e a única resposta de quem obedece é a habitual greve geral; eu pergunto-me se Afonso o 1º não devia ter estado quietinho quando se lembrou de rebelar à mãe e ao rei espanhol. Muito espanhóis invejam a nossa independência mas, muitos portugueses (acreditem!), já invejam a nacionalidade deles. Provavelmente vou ser acusado de traição e aparecerei no próximo cartaz do PNR em que serei, juntamente com as outras “ovelhas negras”, enchutado para o outro lado do Mediterrâneo, por baixo dum grande título de uma enorme sabedoria bucólica que diz “Portugal para os Portugueses”.
Já sei! Já sei, o que me dirão: Soberania à frente de prosperidade! Ou, como diria José Povinho, espumando de raiva: “ Pobres mas Honrados”! E eu concordo! Mas não deixo de sentir, num misto de inveja, admiração e profunda tristeza, um enorme desanimo ao ver o meu país agarrado à cauda da Europa, com um crescimento que chega, na melhor das hipóteses, a 1% e depois, constatar que as taxas de crescimento dos nossos vizinhos roçam os 4%! Basta atravessar a fronteira para encontrarmos mais emprego, melhores salários, melhores preços, enfim…melhor futuro… e o que explicará (além das óbvias diferenças geográficas que – vão me desculpar – não podem ser desculpa para tudo) que dois países vizinhos, igualmente periféricos e que têm, até 30 anos atrás, praticamente o mesmo ritmo de desenvolvimento, tenham tamanha diferença em qualidade de vida? Será o nosso espírito, contrariamente ao dos nostros ermanos, de tal modo negativista e triste que, nos leva a cantar o fado e a eles os leva a dançar o flamengo? (agora é que vou ter mesmo a minha cabeça a prémio). Bem, terei novamente de citar esse grande sábio de enorme profundidade filosófica: José Povinho – que rematava com uma frase do tipo: “a galinha do vizinho é sempre melhor que a nossa” – e finalizaria com um – “vai mazé trabalhar pah!”…
Francisco Cameira Matos